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Ponta Grossa 198 anos: desafio da preservação de imóveis

Foto: Arquivo DC

O município possui 65 imóveis tombados pelo Conselho de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa (Compac). A maioria deles é propriedade particular, cujo tombamento se deu pela importância histórica de seu uso, de seus antigos proprietários ou de sua interferência estética no espaço urbano.

Apesar disso, muitas pessoas não conhecem a história desses locais, mesmo tendo nascido na cidade. Para ajudar a mudar essa realidade, a Fundação Municipal de Cultura tem criado algumas estratégias. Uma delas é agregar informações na fachada desses imóveis. Em 2018, foram fixadas 64 placas nos imóveis, com um breve texto relatando sua história. O projeto “Esse lugar tem história” foi realizado em parceria com a CCR Rodonorte.

O município identificou a necessidade de ampliar essa ideia, e passou a fixar plaquetas com QRCode, que têm menor custo e são menos suscetíveis a ações de vândalo. Por meio de um celular com câmera e acesso à internet, qualquer pessoa pode acessar informação sobre o imóvel. Hoje há QRCodes em 64 dos 65 imóveis tombados, e a página já conta com cerca de 40 mil acessos por mês. 

Pertencimento

De acordo com o presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Alberto Portugal, há outros projetos em andamento para ampliar a preservação e conhecimento da população sobre os patrimônios materiais.

“A exemplo disso, temos o site patrimoniopg, que é constantemente atualizado, e o evento PG Memória que acontece durante o mês de outubro”, elenca.

O PG Memória tem a proposta de envolver a comunidade nos debates sobre preservação, por meio de palestras, cursos, atividades culturais e exposições. O objetivo é motivar o sentimento de pertencimento e cidadania da população no que se refere à sua própria história.

Revitalizar para proteger a história

Entre os imóveis tombados pelo Compac que pertencem à Prefeitura estão a Mansão Vila Hilda, a Estação Paraná e a Estação Arte, o Hospital 26 de Outubro, a Locomotiva 250, a Estação Saudade, Cine-Teatro Ópera e o Centro de Cultura Cidade de Ponta Grossa. Muitos outros são propriedade privada.

A ação do tempo e de vândalos é implacável no que se refere à preservação dos imóveis tombados. O custo, a burocracia e a identificação de profissionais habilitados para obras que envolvem o restauro são algumas das dificuldades que envolvem a recuperação e manutenção das estruturas.

As parcerias têm se mostrado uma alternativa interessante. Por meio da concessão da Estação Saudade ao SESC, por exemplo, foi possível recuperar todo o prédio. A Locomotiva 250 recebeu recuperação em setembro de 2019, em uma parceria com o Exército Brasileiro.

A iniciativa privada também tem realizado algumas ações de destaque. O Hospital Santa Casa foi revitalizado em 2018, recebendo nova pintura muito próxima da original. Neste ano, o estabelecimento completa 109 anos de atendimento à população. O imóvel de 1912 é tombado pelo Compac, e referência na região.

A Capela Santa Bárbara, construída com pedras e usada pelos jesuítas no Século XVIII, também está passando por restauro. Ela fica em imóvel particular e é importante destino turístico, seguindo pela Estrada do Alagados.

Foto: Divulgação

Ações da Prefeitura

Também há previsão de obras para recuperação de algumas das edificações pela prefeitura. Segundo o presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Alberto Portugal, pelo menos três dos imóveis sob responsabilidade do município devem passar por revitalização nos próximos meses.

“Atualmente, a FMC conta com estudos para a revitalização da Vila Hilda, da Estação Paraná – em parceria com a UEPG – e do Centro de Cultura, prédios pertencentes ao Município. No momento, os processos estão na fase de elaboração do Memorial Descritivo”, informa. 

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