Ponta Grossa teve, neste ano, o registro de 53 capotamentos de veículo com vítimas que necessitaram atendimento ou avaliação médica. A estatística é do Corpo de Bombeiros do Paraná e se refere apenas a ocorrências atendidas pelo Siate. Não inclui, portanto, atendimentos realizados eventualmente pelo SAMU, nem ocorrências que não resultaram em chamamento do socorro, porque não tiveram pessoas feridas. Ainda assim, revela que a cidade possui o segundo maior número de capotamentos no Paraná, quando se considera a frota existente.
Capotamentos no Paraná
Nessa avaliação, Ponta Grossa só ficou atrás de Cascavel, quando se faz a relação número de capotamentos X número de veículos que compõem a frota do município. Em seguida estão São José dos Pinhais, Maringá e Colombo. A reportagem analisou os 10 municípios com maior frota do estado.
Para o capitão Renan Augusto Bortolassi de Oliveira, do 2º Grupamento de Bombeiros em Ponta Grossa, é difícil estabelecer as causas desse alto número. “É muito relativo, porque, às vezes, uma colisão com velocidade baixa, pela forma como acontece, já gera um capotamento. Está ligado a acidentes automobilísticos, de forma geral”.
Capotamentos em Ponta Grossa
Em meio aos 53 capotamentos, foram 54 vítimas feridas, muitas delas de forma leve ou moderada. Outras 15 pessoas saíram ilesas, na maioria das vezes graças ao uso do cinto de segurança e baixa velocidade de impacto. Outros quatro acidentes não registraram vítimas, ou por recusa no atendimento, ou porque os envolvidos já haviam deixado o local no momento de chegada das equipes.
Suposições
Entre os possíveis motivos pelos quais o município tem o segundo maior número de capotamentos no Paraná, está o fato de Ponta Grossa ser cortada por rodovias. Dos 53 acidentes, 28 correram em trecho rodoviário ou de ligação com rodovia. Em vias de tráfego essencialmente urbano, a resposta pode estar no excesso de velocidade, ou desatenção dos condutores, em cruzamentos nos os quais a preferência de tráfego gera dúvidas.
Vias preferenciais, mas nem tanto…
Contorno Leste
Ponta Grossa possui uma característica curiosa em relação a vias preferenciais. Várias delas seguem sem interrupção de fluxo por vários quarteirões para, repentinamente, serem cortadas por outra via preferencial. O Contorno Leste é um caso emblemático, pois serve como atalho entre a BR-376 e a PR-151, mas conta com diversas interrupções, passando por diversas vilas e rotatórias.
Eusébio Batista Rosas
Na formação do recente binário no Bairro Jardim Carvalho, em dezembro de 2019, a Avenida Eusébio Batista Rosas se tornou preferencial em 14 quarterões, exceto no cruzamento com a Rua Antônio João. A Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT) registrou tantas colisões logo após a implantação do binário, que precisou instalar semáforo no local, no mês seguinte.
Christiano Kratsch
A Rua Christiano Kratsch é o prolongamento da Rua Henrique Nadolny, no Bairro Oficinas. São nove quarteirões de via preferencial, com exceção de uma quadra, bem no meio: a esquina com a Rua João Dubois. Nesse local, no último dia 8 de dezembro, houve uma colisão entre dois veículos, seguido de capotamento, que deixou um homem de 33 anos e uma mulher de 26 anos com ferimentos moderados.
Dois óbitos em 2021
Houve dois óbitos ocorridos em capotamento na cidade em 2021. Em 1º de outubro, houve a morte de uma idosa de 71 anos, na altura do Km 468 da BR-376. Já em 2 de fevereiro, um homem de 23 anos morreu, na rodovia BR-373 em colisão entre dois veículos, seguida de capotamento.
Os capotamentos, apesar de provocarem danos materiais, normalmente não envolvem óbito, a não ser que aconteçam sob situação de altas velocidades e/ou ausência de uso de cinto de segurança. O fato de os dois óbitos terem ocorrido em trechos de rodovia (BR-373, BR-376), onde normalmente ocorre o uso de velocidade maior, parece corroborar essa informação.