A AMTT realiza, neste ano, uma série de testes visando uma possível redução na quilometragem percorrida pelos ônibus que realizam o transporte público em Ponta Grossa. Os primeiros testes ocorreram imediatamente após o término da paralisação dos caminhoneiros, nos dias 4 e 5 de junho. Vários usuários do sistema de transporte coletivo entraram em contato com o DC e fizeram reclamações, questionando por que os ônibus não haviam voltado a operar normalmente, e várias linhas estavam com mudanças no horários e nos trajetos. Segundo a própria AMTT, o motivo foi a realização de testes preliminares que consistiram na retirada de veículos e mudanças nos trajetos fora dos horários de pico.
O objetivo é verificar a viabilidade de reduzir em, pelo menos, 5% a quilometragem total percorrida pelos ônibus. De acordo com o presidente do Conselho Municipal dos Transportes (CMT), Helmiro Bobeck, a avaliação é necessária e foi apontada pelo CMT como uma das medidas propostas após a proposição da tarifa de ônibus a R$ 3,80. O valor do último reajuste ficou abaixo da tarifa técnica (AMTT sugeriu R$ 3,99), e a redução na quilometragem percorrida seria uma das formas de equacionar a diferença e garantir a sustentabilidade do sistema.
“Os testes ocorreram, estrategicamente, no pior cenário possível. Após uma paralisação no sistema, e em um começo de mês, quando há maior movimento de usuários do transporte coletivo. A medição também precisou ocorrer sem aviso aos usuários, para garantir um resultado real na amostragem”, explica Bobeck, revelando por que a população não foi informada antecipadamente sobre os testes e transtornos, que atingiram diversas linhas, incluindo Santa Mônica, Santa Paula, Palmeirinha, Marina, Rio Verde e Núcleo Pitangui.
Números
Segundo Bobeck, em apenas um dia de testes, a AMTT conseguiu retirar 2 mil quilômetros de trajetos em linhas de ônibus. Isso foi possível verificando que muitas linhas fazem trajetos quase idênticos, em horários quase iguais e com pouca frequência de passageiros. Os números coletados servirão para verificar a possibilidade de retirada de veículos em horários intermediários, além de checar se pequenos desvios nos trajetos serviriam para suprir a necessidade dos usuários acostumados com dois ônibus que passam por áreas muito próximas.
Testes similares
Outros testes similares devem ocorrer nos próximos dias e ao longo deste ano, com base em outras orientações do CMT. Entre os temas tratados na ocasião do reajuste da tarifa estava, também, a possibilidade de retirada dos profissionais trocadores que atuam em algumas das linhas de ônibus. O Conselho também sugeriu, junto com a retirada de ônibus em linhas intermediárias, ou aumento de veículos em horários de pico. Mas essas mudanças podem estar condicionadas a outras alterações no sistema de transporte, por exemplo com semáforos sincronizados e veículos equipados com chips que permitiriam a abertura do sinal preferencialmente para os ônibus.
O DC solicitou maiores detalhes sobre os testes, como a lista das linhas que já passaram pela coleta de dados e número de trajetos verificados. A AMTT, via assessoria de imprensa, não quis prestar essas informações.