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PG fica sem representante no Estadual de Futsal pela 1ª vez

Keima Futsal lotava o Oscar Pereira e chegou a conquista o vice do Paranaense. Foto: Arquivo

A dificuldade estrutural e financeira do esporte em Ponta Grossa se reflete em uma das modalidades mais tradicionais da cidade: o futsal. Pela primeira vez desde 1995, quando foi criado o Campeonato Paranaense nos atuais moldes, o município dos Campos Gerais não terá qualquer representante na competição. A ausência conta as três divisões do masculino (Ouro, Prata e Bronze) e o Feminino.

Formador de talentos, o futsal ponta-grossense profissional começou a definhar de vez no final de 2016. Naquela temporada, o Keima conquistou o vice-campeonato do Estadual, perdendo a decisão para a Copagril, de Marechal Cândido Rondon. A boa campanha teve o Ginásio Oscar Pereira lotado em duelos decisivos e uma torcida bastante empolgada.

Só que a equipe era dependente do investimento particular do empresário Tércio Miranda. Um mês depois do vice no Paranaense, o patrocinador máster confirmou o desligamento e a Associação que havia sido criada (AFP) comunicou o encerramento das atividades.

Antes de ter o Keima, Ponta Grossa havia sido representada por clubes tradicionais como Verde, Santa Paula e Guarani. Pós-Keima, a cidade contou no masculino com os projetos Ponta Grossa Futsal e Pyl Futsal, mas sempre em divisões inferiores e com a tentativa de fazer a modalidade sobreviver. Não deu. O masculino ficou sem um time já em 2020.

Feminino

Na mesma época de ascensão do Keima, Ponta Grossa apresentou um projeto promissor com as meninas na modalidade. Em 2015 elas iniciaram a participação no Paranaense. Dois anos depois estavam entre as quatro melhores equipes da competição, ficando atrás das duas potências: Cianorte e Telêmaco Borba. Naquela mesma temporada o time garantiu o título dos Jogos Abertos do Paraná.

Destaques individuais receberam convites e partiram para novos desafios. A fixo Duda, por exemplo, está até hoje jogando na Itália.

Contudo, a parte financeira dificultou a manutenção dos trabalhos. Os apoios mudaram e o nome também, mas a sustentação necessária não foi obtida. Após resultados discretos no Paranaense 2020, a equipe feminina anunciou que fica de fora do torneio neste ano.

A treinadora Juciandre Capri menciona o que pesou para a decisão. “A falta de auxílio financeiro da iniciativa privada e a falta de interesse da iniciativa pública também”, cita a comandante, que ficou responsável por toda a coordenação também fora das quadras. “A competição da Federação se torna a cada ano mais cara e sem retorno efetivo”, comenta.

As garotas ainda esbarram na desigualdade com o masculino. “No Paranaense Masculino, eles [Federação] estão premiando e dando até carro. No Feminino a premiação é somente as medalhas”, lamenta.

Retomada?

O desejo de Juciandre é retornar com a equipe feminina em 2022. O ano de ‘hiato’ vai servir para planejamento e para emplacar outra alternativa de custear o projeto. “Vamos pensar sim em 22. Tentaremos fazer projeto para a Lei de Incentivo ao Esporte. Se conseguirmos a aprovação, vamos em frente”, afirma a treinadora.

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