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PG deve ter Maria Fumaça como presente de 200 anos

Foto: José Aldinan / DCmais

A histórica Maria Fumaça de PG, posicionada ao lado da Casa da Memória na região central de Ponta Grossa, deverá pertencer ao Município pela primeira vez neste ano. Após o Ministério Público pedir celeridade no processo da documentação de guarda da locomotiva, foi elaborado o Termo de Doação do bem móvel pelo Ministério da Infraestrutura.

O documento foi assinado pela prefeita Elizabeth Schmidt em fevereiro, e o último movimento do processo mostra que foi encaminhado ao DNIT para a assinatura do departamento. Agora falta somente esse último trâmite para assegurar um presente especial no bicentenário da cidade. A partir disso, serão tomadas as devidas providências para a restauração e manutenção do bem pelo Município.

Na prática, o documento oficializa a doação da Locomotiva a Vapor 250 e do tênder – vagão engatado à locomotiva que transporta o suprimento de água e combustível para abastecer a máquina.

O material doado está avaliado na ordem de R$ 246.973,29, com data-base dezembro/2022. Conforme o texto oficial, a doação tem por finalidade administrar os referidos bens de valor histórico e cultural, bem como zelar pela sua guarda e manutenção, além da exposição em museu.

O documento ainda esclarece que o uso da Maria Fumaça fica restrito a fins de interesse público. Fica proibido o uso como instrumento de promoção eleitoral em favor de agentes e partidos políticos.

Com a finalização da doação, o Município fica responsável pelo pagamento de quaisquer multas ou ônus que venham a ser aplicados em decorrência de mau uso do bem material, além de atender eventuais necessidades de transporte da Maria Fumaça, que é patrimônio histórico tombado.

História da Maria Fumaça de PG

A “Maria Fumaça” ou “250”, como é mais carinhosamente conhecida pelos antigos funcionários da extinta Rede Ferroviária Federal, representa um símbolo de progresso. A locomotiva a vapor foi idealizada pelo engenheiro Ewaldo Krüger, que adaptou peças de uma locomotiva Mikado 2-8-2. Com a morte de Ewaldo Krüger em 1936, seu filho Germano Krüger finalizou o projeto quatro anos mais tarde.

Esse feito demonstrou a alta capacidade técnica dos operários e engenheiros que operavam em Ponta Grossa, alguns saídos da oficina escola do então Ginásio Tibúrcio Cavalcanti. A “250” foi construída, com exceção da caldeira, nas oficinas da antiga Rede Ferroviária em Ponta Grossa.

Iniciou suas atividades em 1942 puxando de seis a oito vagões lotados de mercadorias trafegando em linhas regulares de composições mistas, servindo durante muito tempo na construção da Estrada Ferro Central do Paraná, que ligava Ponta Grossa a Apucarana.

A locomotiva “250” foi retirada de serviço em 1972 em decorrência da evolução de maquinários da época. Depois de ficar estacionada junto à passagem de nível da Avenida Visconde de Mauá, em Oficinas, ela foi levada para exposição no Parque Ambiental, região Central de Ponta Grossa, onde está até os dias atuais.

Deterioração

Foto mostra deterioração do bem histórico. Foto: José Aldinan / DCmais

Há quase quatro anos, a locomotiva passou por revitalização comandada pelo Exército, em parceria com o Município e a iniciativa privada. No entanto, o histórico bem móvel voltou a sofrer estragos, em função do vandalismo e da ação do tempo. No final do ano passado, por exemplo, o vereador Felipe Passos (PSDB) solicitou ao Poder Executivo a manutenção. Segundo o parlamentar, a Maria Fumaça “se encontra em verdadeiro abandono”.

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