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PG apresenta redução em leitos ofertados pelo SUS

O município de Ponta Grossa possui 44 menos leitos de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do que seis anos atrás. Esse é o resultado de um levantamento feito pelo Diário dos Campos, com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), através do sistema de consulta online disponibilizado pelo Ministério da Saúde.

Conforme o site, a cidade possuía 587 leitos pelo SUS em dezembro de 2012, recebeu um incremento no ano seguinte e, após oscilação, atingiu entre 2017 e 2018 o menor número de leitos ofertados pelo Sistema desde que os dados começaram a ser cadastrados para consulta. Em junho deste ano, o município registrou a oferta de 543 leitos, apontando uma redução de 7,49% no período.

Para o diretor da 3ª Regional de Saúde, Isaias Cantoia Luiz, a redução pode ter relação com a suspensão dos atendimentos em instituições como o Hospital Evangélico. De fato, entre 2016 (ano de fechamento do Evangélico) e 2017, foram suprimidos 66 leitos SUS na cidade. “Outros leitos foram desativados no Hospital Unimed e no Hospital São Camilo. Mas as demandas foram sendo transferidas para o Hospital Regional. Por isso, a redução não chega a ser algo preocupante, considerando que os leitos de Ponta Grossa são mais qualificados, têm mais complexidade, e alguns hospitais têm leitos de UTI”, comenta, lembrando que seis novos leitos passaram a ser ofertados pelo SUS entre 2017 e 2018.

A contagem do CNES não considera o chamado serviço complementar, que inclui os leitos de UTI, Unidades de Isolamento e Unidades de Cuidados Intermediários, que eram 59 pelo SUS em 2012 e atualmente são 69 em Ponta Grossa.

 

Redução geral

Apesar dessas mudanças específicas ocorridas no sistema público, a redução no número de leitos também ocorreu no sistema privado. Em Ponta Grossa, esses eram 269 em 2012 e, em 2018, são 224. No total, 89 leitos deixaram de existir no município em sete anos, indo dos 856 para os 767 leitos.

 

Brasil perde 34,2 mil leitos

A cada dia, cerca de 12 leitos de internação – aqueles destinados a quem precisa permanecer num hospital por mais de 24 horas – deixam de atender pacientes pelo SUS em todo o Brasil. Só nos últimos dois anos, mais de oito mil unidades desta natureza foram desativadas, segundo informações apuradas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) junto ao CNES.

Segundo o CFM, nos últimos oito anos, mais de 34,2 mil leitos de internação foram fechados na rede pública de saúde. Dentre as especialidades mais afetadas no período, em nível nacional, estão psiquiatria, pediatria cirúrgica, obstetrícia e cirurgia geral. Já os leitos destinados à ortopedia e traumatologia foram os únicos que tiveram aumento superior a mil leitos. O Sul é a região que perdeu menos leitos, em números absolutos (-2.090) e em proporção (-4%). No Paraná, foram suprimidos 1621 leitos SUS desde 2010, e outros 65 fora do SUS.

 

Tendência mundial em saúde

“Essa conta é a senha para distorções. Enquanto os gestores seguem fechando leitos em todo o País, milhares de brasileiros aguardam na fila do SUS”, criticou o presidente do CFM, Carlos Vital. Segundo ele, as informações serão encaminhadas para ciência e providências ao Congresso Nacional, Ministério Público Federal (MPU) e Tribunal de Contas da União (TCU).

O Ministério da Saúde argumenta que a redução do número de leitos hospitalares segue uma “tendência mundial”, que se justifica pelo fortalecimento da atenção ambulatorial ou domiciliar. “Assim como no Brasil, o Reino Unido e o Canadá, que também possuem sistemas universais de saúde, fecharam leitos ao longo das últimas décadas. É preciso destacar, no entanto, que, diferentemente destes países, as políticas de prevenção e promoção à saúde no Brasil não conta com um financiamento adequado”, apontou o presidente do CFM, Carlos Vital.

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