Kellen Thomaz, moradora do Jardim Lagoa Dourada, no Bairro Neves, em Ponta Grossa, está preocupada com um imóvel vizinho. Segundo ela, o proprietário mora em Curitiba, e deixou largados itens que são um verdadeiro criadouro para o mosquito da dengue.
Há cerca de uma semana, ela protocolou junto ao Município pedido de providências. O documento on-line foi visualizado no mesmo dia. Porém, sem nenhuma resposta e sem nenhuma visita de agente de endemias, ela quer saber que ações a prefeitura pode adotar nessas circunstâncias. “Os mosquitos já são visíveis no local”, garante Kellen.
Em caso de foco de dengue
A reportagem do Diário dos Campos e portal dcmais entrou em contato com a Prefeitura, questionando quais são os trâmites para este caso e outros similares a esse. De acordo com o Município, o protocolo de Kellen foi aberto no sistema geral e está em trâmite interno para o Setor de Zoonoses.
“Assim que a demanda chega ao setor responsável, a vistoria in loco para andamento dos demais encaminhamentos necessários ocorre em até 7 dias. Se o imóvel está desocupado, será encaminhado ao Cadastro Técnico Municipal para verificar no cadastro quem é o proprietário para podermos notificar. Na vistoria, será verificado se a reclamação procede”, explicou a prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa.
Como acelerar o trâmite
O problema desse trâmite interno é que, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, a evolução do mosquito Aedes aegypiti (de ovo a forma adulta) ocorre, em condições favoráveis, dentro do período de 7 a 10 dias. “Por isso, a eliminação de criadouros deve ser realizada pelo menos uma vez por semana para que o ciclo de vida do mosquito seja interrompido”, diz a fundação.
Em casos assim, a prefeitura diz que, “caso haja risco epidemiológico, a Zoonoses pode entrar no local em conjunto com a GM para fazer o tratamento na área”. Segundo o Município, a maior parte desse trâmite interno pode ser acelerada se, na mesma plataforma 156 usada por Kellen, for selecionado o Departamento de Zoonoses.
Boletins
O mais recente boletim epidemiológico da dengue no Paraná revelou, no dia 15, o registro de 19.742 casos suspeito de dengue e 951 confirmações. Foram 69 casos confirmados somente no período de uma semana. Embora, historicamente, Ponta Grossa não esteja em uma das regiões com maior incidência da doença, é o trabalho constante das equipes de zoonoses em conjunto com ações simples da população que impedem o aumento de infecções.