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Pauliki reforça necessidade de parcerias com o setor privado

Candidato do Solidariedade abre série de entrevistas do DC e dcmais

Foto: José Aldinan de Oliveira/Arquivo DC

A série de entrevistas ao vivo do portal dcmais e do jornal Diário dos Campos com os candidatos à Prefeitura de Ponta Grossa começou nesta segunda-feira (28) com o Márcio Pauliki, do Solidariedade (SD).

Postulante pela segunda vez ao comando do município – a primeira em 2012, o empresário e administrador ponta-grossense comentou o plano de governo, tirou dúvidas sobre questões que permeiam o cotidiano da população e respondeu perguntas de entidades do município.

Márcio Adriano Pauliki tem 48 anos, é casado, tem ensino superior completo em Administração e está na coligação majoritária ‘União de forças por Ponta Grossa’ ao lado de Republicanos, PTB, PSL, PL, PROS, PRTB, PTC, DEM e Patriota. O vice é o vereador Ricardo Zampieri.

Pauliki foi presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), da ACIPG (Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa), gestor das LojasMM e deputado estadual entre 2015 e 2018.

A Entrevista

O que explica a queda de R$ 5 mi em bens entre 2018 e 2020?

“É o pai que cuida das filhas. Eu abri uma administradora de bens para poder criar certo patrimônio para as minhas duas meninas, de 18 e 15 anos. Então comecei a colocar alguns bens e imóveis nos nomes delas para que já possam depois de alguns anos uma vida mais independente”.

O valor venal dos imóveis no IPTU está desatualizado desde a década de 1990. O candidato pretende ajustar isso em sua gestão? 

“Temos o objetivo da redução de despesas, mas a arrecadação precisa ser melhorada. Só que você consegue arrecadar mais sem elevar impostos. Como isso funciona? Através de impostos municipais: o ISS, por exemplo. Gostaria de ter o ‘Nota Ponta Grossa Solidária’ para que possamos ter uma arrecadação mais justa e equilibrada de ISS. Assim, as pessoas podem pedir a nota aos prestadores de serviços e parte vai para o município e outra parte para entidades. Em relação ao valor venal do IPTU, gostaria muito de ter uma proposta para que, quando a pessoa compra ou vendo o imóvel, ele possa receber neste momento a revisão de acordo com o ITBI”.

Seria mexido no valor venal dos imóveis antigos?

“Por enquanto nós estamos pensando apenas na transferência do imóvel, pois é significativa a movimentação imobiliária em nossa cidade”.

Isso ocorreria nos primeiros anos de gestão ou em toda a gestão?

“Apenas o aumento natural da inflação. Em nosso estudo, com o aumento do ISS, com a maior captação de recursos estaduais e federais, e com o IPTU elevado somente na transação econômica, é suficiente para que possamos ter uma receita para chegarmos aos 200 anos da cidade em 2023 com bons projetos executados. E, claro, saber usar esses recursos. A redução de cargos comissionados, por exemplo, não é uma vontade, mas sim uma lei. Será um projeto de lei para os primeiros dias de governo: no máximo 2% do total de efetivos. Ou seja, teríamos 180 comissionados. É menos da metade do que temos hoje”.

Por que não equalizar essa questão do IPTU?

“Se for para aumentar o IPTU de Ponta Grossa, vamos fazer uma conversa com a sociedade civil organizada. Sou muito do diálogo. Se as entidades e todos nós entendermos que será necessário, aí acredito que tudo bem. Só que não podemos prejudicar as pessoas. Nós vamos viver um pós-pandemia e teremos muitas dificuldades com uma segunda onda que será do desemprego, da depressão, da violência doméstica… infelizmente será assim. Só depois de passada esta onda da pandemia é que poderemos pensar nisso”.

O seu plano de governo expõe que as licitações deverão ser realizadas em uma sala de vidro da Prefeitura à luz do Sol. O que isso significa?

“À luz do sol é aos olhos do povo. São questões simbólicas importantíssimas. Os secretários, por exemplo, precisam trabalhar com dedicação 100% à Prefeitura. Outro exemplo: restaurante. Os secretários e o prefeito quando vão receber autoridades que se use um ‘restaurante de quilo’. Isso é uma certa economia, mas também é simbólico. As viagens do prefeito, os almoços podem ser pagos com o meu próprio salário. Quando fui deputado, nunca precisei colocar em cartório que eu doei 100% do meu salário. Não precisa fazer marketing e populismo em cima disso. Também quero eliminar essa figura do assessor ‘puxa-saco’ que fica blindando o prefeito de ir nos locais. O prefeito tem que estar dois, três dias na Prefeitura cuidando e cobrando metas, mas também tem que ficar metade do seu tempo visitando a população e as repartições públicas dos bairros”.

Foto: José Aldinan de Oliveira

As melhorias do transporte público, como o bilhete único, seriam implementadas ainda no contrato da VCG ou após a finalização em 2022?

“Vamos pedir à VCG que melhore os serviços desde já para que numa futura licitação seja competitiva e possa participar. Já o bilhete único será nos primeiros 100 dias. Ações emergenciais estão em nosso plano de governo. A UPA Sant’Ana precisamos colocar para funcionar em 100 dias”.

A estruturação dos veículos do transporte coletivo aconteceria ainda no contrato da VCG?

“A VCG faz um bom trabalho em Ponta Grossa, mas o que nós precisamos é melhorar. São detalhes que as empresas podem fazer para melhorar o serviço. Acredito que desde já a VCG possa fazer. E, em 2022, vamos colocar no projeto todos esses detalhes para que as empresas possam atender ao longo dos anos”.

Quais as propostas do candidato para diminuir ou acabar com as filas de atendimentos eletivos da saúde?

“Essa é a segunda onda da pandemia. Faz três meses que está tudo cancelado. Temos mais de 23 mil ponta-grossenses esperando cirurgias eletivas desde as mais simples até as mais complexas. Temos que ser firmes na saúde. Por exemplo, as UTIs da covid precisam permanecer em Ponta Grossa. Não podem sair daqui depois da pandemia. Outro exemplo: temos que fazer um complexo hospitalar universitário. A UEPG tem condições de gerir não só o HU e o Hospital da Criança, como também o PSM. Com o funcionamento da UPA Sant’Ana em 100 dias, teremos a possibilidade de reforma no PSM. E depois o estado tem que nos ajudar a financiar, pois média complexidade é dever do estado e não do município. Temos que trabalhar sobre um ‘Plano de Saúde Municipal’. Há mais de 280 mil ponta-grossenses que não possuem um plano particular e vão no ‘postinho’, onde há bons médicos, mas de forma geral são clínicos gerais. E quando precisa de um especialista? Vamos tentar colocar médicos do particular para atender essas pessoas. A Prefeitura pagará o valor que um convênio particular pagaria a esses médicos”.

Qual a sua proposta para a gestão do Hospital Materno Infantil (antigo HC)?

“Minha proposta é repassar em forma de convênio o imóvel para que a UEPG possa investir. É quase R$ 1 milhão por mês que saía do governo municipal para o Hospital da Criança. E esse valor terá que ser repassado para a UPA Sant’Ana. Quero deixar claro que vamos colocar a UPA para funcionar, mas o ideal era descentralizar: colocar em Uvaranas ou na região da Monteiro Lobato. Eu não entendi direito o que fizeram ali e qual foi o objetivo disto. Creio que foi eleitoreiro”.

Há proposta de descentralizar e construir outra UPA?

“Com o valor do imóvel daquela UPA Sant’Ana dava para fazer duas UPAs nos bairros. Só que não dá para um governo fazer e outro desfazer. O trabalho não pode parar. Tem muitas coisas boas do atual governo que vamos dar continuidade e o que não é bom vamos reformular e refazer de uma forma mais organizada”.

De que forma manter a pavimentação mesmo precisando pagar o financiamento de pavimentações anteriores?

“Temos uma das cidades mais endividadas do estado. Somos nível C em investimentos. Se voltarmos ao nível B, conseguimos financiamentos mais baratos para continuar os investimentos. Como faz isso? Diminuir o limite prudencial, reduzir aluguéis, aumentar arrecadações… em um ano e meio a gente consegue ir para nível B. Precisamos usar muito bem a arrecadação e eleger bem as prioridades. O governo precisa ser sensível a pessoas mais simples”.

De que forma o candidato implantaria um novo Mercado Municipal?

“Ali onde está o atual ‘Mercado Municipal’ já não há mais obrigação de se ter um Mercado Municipal. Mas nós podemos ter em outro local um Centro de Apoio, que é diferente de um Ceasa. Esse Centro de Apoio pode ter um ‘mini mercado municipal’ com produtos orgânicos, flores. Isso a gente consegue realizar. E temos também a questão da segurança alimentar que não podemos abrir mão. Por exemplo, o Feira Verde queremos expandir para 250 pontos, colocando leite, mel, ovos”.

Entidades questionam

Conselho de Desenvolvimento Econômico: qual a estrategia do candidato para viabilizar novos loteamentos residenciais?

“Temos muitos vazios urbanos. Há algumas cidades como Maringá, que são até menores em território, mas que possuem uma arrecadação maior. Eles conseguem pois fizeram o IPTU progressivo para os lotes urbanos que estão em desuso. A partir do momento que fizeram isso, os proprietários começaram a trabalhar em cima desses terrenos. Aí o ISS construtivo cresceu muito. Ou seja, é uma mão de duas vias. Você preenche os vazios urbanos e trabalha em cima da arrecadação. Nós vamos trabalhar nisso. Temos que rever esse conceito de loteamentos distantes, pois é fácil fazer uma construção mais barata distante, mas depois a Prefeitura ter a dificuldade de levar todos os serviços públicos a uma população extremamente longe. Por isso, a nossa proposta é começar de fora para dentro: dos bairros para o Centro”.

Foto: José Aldinan de Oliveira

Sindicato Rural: qual a ideia do candidato para aplicação do ICMS Ecológico?

“O ICMS Ecológico é um valor que vai direto para um fundo do estado. O estado distribui atualmente da forma como quer. Nós temos que identificar qual valor que Ponta Grossa está arrecadando e pedir para que esse mesmo valor seja repassado. Hoje eu usaria principalmente para a questão da manutenção dos arroios de Ponta Grossa. Temos mais de 160 quilômetros de arroios e precisamos revitalizar uma boa parte. Há arroios extremamente poluídos: nível 4 ou até nível 5. Precisamos trazer esses arroios para pelo menos nível 3. Precisamos trabalhar em cima do ICMS Ecológico, pois daqui a pouco estará indo cinco, seis, sete milhões para o estado e voltando apenas R$ 200 mil. Queremos que esse valor volte integralmente ao município”.

ACIPG: se eleito, qual será a postura do candidato na fiscalização e em novos contratos de concessões como Sanepar e VCG?

“O próximo prefeito vai definir os rumos da cidade pelos próximos 30 anos, como por exemplo o contrato da Sanepar. Precisa de uma concorrência. O valor do lucro da Sanepar nos próximos 30 anos será de R$ 2 bilhões. Os valores de outorga em algumas cidades chegam a 22%. Precisa de um estudo para fazermos em conjunto com as entidades um valor de outorga que possa realmente representar um valor financeiro importante para a cidade. Contrato do lixo é a mesma coisa. Contrato da VCG também. Tem que se colocar concorrência e pensar em qualidade de vida. É como qualquer empresa que precisa melhorar o serviço para ter mais clientes. Esses contratos serão importantíssimos e a análise deles será ao lado da sociedade civil organizada e da população”.

Conselho de segurança: há pretensão de se investir em câmeras de monitoramento inteligente?

“O nome deste nosso projeto é ‘Vigilância em foco”. Queremos uma parceria muito forte com a Guarda Municipal. Hoje, na segurança, não existe uma obrigação de investimento. Queremos colocar um percentual fixo mínimo de investimento no setor. Vamos transformar o Mercado Municipal numa sede da Guarda, que se chamará ‘Cidade da Polícia’. Tem coisas básicas de estrutura também: a Guarda Municipal não tem um rádio digital, não tem um guincho. Não é possível o prefeito ir até a sede só para conversar com o secretário. Ele precisa conversar com as pessoas, com os funcionários, o que eu chamo de estar no ‘chão de fábrica’”.

Considerações finais

“Ponta Grossa precisa de um administrador preparado, técnico e que nunca esqueceu as origens. Eu conheço esse meio público e esse meio privado. Tenho certeza que em quatro anos colocaremos Ponta Grossa entre as 100 melhores cidades para se viver e as 200 melhores cidades de gestão fiscal do Brasil. Fazer uma cidade justa para todos. E o que ficamos mais felizes é que fizemos uma aliança com dez partidos e todos vieram pelo projeto. A Prefeitura está 100% independente para que possamos colocar pessoas técnicas à frente das secretarias. Tenho vontade mesmo de poder promover conquistas para as pessoas. Estamos alinhados com o presidente Jair Bolsonaro e com o governador Ratinho”.

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