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Papai Noel vende artesanato para viabilizar Natal Feliz

Sob uma pequena tenda armada no Parque Ambiental de Ponta Grossa, em uma noite de dezembro, havia uma poltrona branca. Sentado nela estava esse personagem que, vestido de vermelho e branco, com ar solene e silencioso, contrastava com o ruído da montanha russa do parque de diversões à sua volta. Era ele, o Papai Noel. Seria o próprio, ou apenas um de seus ajudantes? As crianças mais perspicazes e ousadas puxavam a barba e garantiam: “Esse é de verdade!”

Minha filha de três anos se empolga com a ideia de vê-lo de perto. Senta no colo, posa para foto. De repente, o bom velhinho vira para mim e pergunta: “Você já viu o cofrinho do Papai Noel?”. Não tenho tempo de adivinhar se ele está fazendo piada de duplo sentido ou se fala sério, porque rapidamente aponta uma peça de gesso em formato de Papai Noel. Em cima do que seria o gorro vermelho, uma fenda comprova: estou diante de um cofrinho do Papai Noel. “Você não vai achar um desses em lugar nenhum, nem na internet!”, garante, lembrando que parte do dinheiro arrecadado com as vendas é revertida para ações sociais. “Cada cofrinho vendido é um brinquedo doado”.

As bochechas levemente rosadas, a barriga saliente, a voz singular e, finalmente, a barba espessa, fazem de Carlos Aparecido Menon um Papai Noel. Mas ele também tem um pouco de São Nicolau, ao decidir tirar fotos com crianças sem cobrar nada por isso, ao visitar bairros pobres, entidades sociais e Cmeis gratuitamente, e ao receber cartinhas, fazendo o possível para atender aos pedidos.

 

Missão

Segundo Menon, ser Papai Noel é uma missão. Por isso, ele se veste a caráter a cada final de ano. Só cobra para se apresentar quando o pedido envolve diretamente ação comercial – inauguração de loja, promoção de marca ou empresa – ou quando é véspera de Natal. Fora disso, há cerca de sete anos ele desenvolve o que chama de projeto social Natal Feliz, comparecendo a eventos de associações de moradores. Sempre distribui balas, às vezes um ou outro brinquedo. Mas o maior presente que fornece é sua própria imagem.

“Em 2014 deixei a barba crescer. No Parque Ambiental eu vou há quatro anos. Também tive compromissos no parque Linear. Em média, a cada ano eu tiro umas 12 mil fotos com crianças, sem cobrar por isso”, calcula.

 

Peças em gesso

Latoeiro, Menon dedicou 40 anos de sua vida a efetuar reparos e restaurações de automóveis. Ainda atua com isso de vez em quando, mas agora está se concentrando em algo diferente: a produção de cofres decorativos em gesso. Seus projetos, no momento, envolvem – além dos cofres de Papai Noel, vendidos no Natal – peças em formato de fusca, jipe e maria fumaça, que produz em um imóvel de madeira no núcleo Santa Paula. Aos 63 anos, ele reserva parte de seus finais de ano para incorporar o visual de Papai Noel. Àquilo que arrecada com as vendas se somam colaborações de amigos e empresários parceiros, que permitem entregar cestas básicas e brinquedos.

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