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Ponta Grossa é a cidade das oportunidades no Paraná”, ressalta Rangel

A um ano de terminar seu mandato, depois de oito anos à frente da Prefeitura de Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PSDB) aponta que o aumento da autoestima e do orgulho dos ponta-grossenses por sua cidade é um dos maiores legados da sua gestão.

Em entrevista ao Diário dos Campos, Rangel, que também já foi deputado estadual por dois mandatos, destaca que a educação tem sido um dos alicerces da administração municipal. Ele cita ainda as ações desenvolvidas em 2019, com destaque para a infraestrutura, que chegam a R$ 100 milhões. Segundo o prefeito, o foco das ações em 2020 será a promoção de qualificação profissional à população, gerando emprego e melhorando a qualidade de vida dos trabalhadores.

O prefeito destaca ainda os investimentos no Aeroporto Sant’Ana e o desejo de viabilizar o transporte coletivo gratuito na cidade. Fruto de um projeto de lei, a proposta foi encaminhada ao Legislativo municipal no final do ano e tem gerado grande debate. Confira trechos da entrevista.

O que foi destaque

“Me sinto realizado com algumas conquistas importantes para o município e, acima de tudo, por termos hoje uma cidade mais orgulhosa. Hoje quem sai de Ponta Grossa tem orgulho de dizer que é daqui. Ponta Grossa é a cidade das oportunidades no Paraná. São diversos serviços que foram criados na nossa gestão e que hoje os ponta-grossenses não conseguem mais viver sem, nas áreas de educação, saúde, segurança pública, meio ambiente, que transformaram o dia a dia do cidadão.

A partir dos trabalhos da Prefeitura, o setor imobiliário também teve grande crescimento. E, a cidade que em 2013 caminhava a passos lentos, começou a se desenvolver; com isso vieram as grandes indústrias, que ofereceram não apenas oportunidade de emprego, mas de arrecadação e trouxeram o devido destaque para uma cidade do porte de PG. Partimos de um orçamento de R$ 527 mi em 2013 para R$ 1 bi em 2020.

Quando assumi o mandato tínhamos um grave problema, que era com o aterro municipal. E, com muita dificuldade e trabalho, conseguimos superar a questão que é o gerenciamento dos resíduos sólidos. O lugar onde funcionava o aterro, queremos, inclusive, gramar no próximo ano para que possa receber eventos turístico como a revoada de balões. Ou seja, onde era lixo pode se transformar em turismo.

Temos mais arborização e praças, e poderíamos ter feito mais: se Ponta Grossa tivesse firmado contrato com a Sanepar lá atrás poderíamos ter feito investimento de mais de R$ 20 milhões só em praças”.

A transformação pela educação

“Em 2013 estudei dois países que têm hoje a melhor educação do mundo: a Finlândia e a Coreia do Sul. Eu fui para estes dois países para trazer o que já faz sucesso lá. Os dois têm exemplos muito interessantes: eram países pobres, sofridos, e que optaram pela educação para dar acolhida às crianças que precisavam, basicamente, de uma alimentação decente.  E foi justamente devido ao investimento em educação que os países se tornaram as grandes potências que são. Em 2013 iniciamos os trabalhos neste sentido: PG era uma cidade que estava completamente endividada, com problemas sociais gravíssimos na área de saúde, infraestrutura, que não tinha nenhuma certidão, o que impedia investimentos dos governos estadual e federal. Com um orçamento de R$ 520 milhões, o Município também não podia investir por conta própria. Então, fizemos da educação um alicerce: focamos na educação em tempo integral, para que as crianças pudessem ter alimentação decente, aliado a um sistema pedagógico que tivesse reconhecimento no Brasil. Com isso constatamos que, no momento em que a criança está bem alimentada, bem cuidada, fica menos doente, por exemplo, e a família passa a ter melhores condições econômicas, inclusive, para fazer investimento no comércio. Um ciclo econômico que as pessoas não imaginam que tem a ver com educação começou a girar na cidade”.

Saúde é desafio

“Por outro lado, o maior problema era a saúde. Isso porque Ponta Grossa é uma das poucas cidades do Brasil que têm dois hospitais municipais – o Pronto Socorro e o Hospital da Criança – o que exige investimentos de R$ 90 milhões ao ano. E, é óbvio que este recurso acaba faltando para outras áreas. Mas, também temos a responsabilidade de oferecer uma saúde diferenciada: temos hoje o maior número de médico por habitante, ultrapassando a média do estado do Paraná, que já é alta, e muito maior do que o número de médico por habitante no Brasil.

Temos uma UPA funcionando e queremos começar 2020 com uma segunda UPA, temos hospital com UTIs; Ponta Grossa iniciou ao longo deste mandato os trabalhos para implantação de uma maternidade pública, que não tínhamos; temos um Hospital Regional que hoje é uma referência”.

Infraestrutura

“Tínhamos 50% da cidade sem pavimentação em 2013. E, investimento neste setor é muito caro. No começo do mandato não tínhamos certidão para poder fazer empréstimos nem recurso livre para investir de forma própria. Tudo foi conquistado com muita parceria, especialmente com o governo do Estado, e hoje Ponta Grossa tem a possibilidade de buscar recursos junto à Caixa Econômica em financiamentos na ordem de R$ 100 milhões que estão transformando a cidade”.

Grande desafio do mandato

“Tenho um projeto que gostaria de ter implementado ao longo do mandato e que ainda não foi possível: trata-se da universalização do transporte coletivo. Este é um grande sonho porque na América do Sul não temos cidade com mais de 100 mil habitantes com transporte gratuito. Temos poucas cidades no mundo: conheci Helsinki, na Finlândia, e Tallin, na Estônia,  onde o transporte é universal. Encaminhamos o projeto de lei ao Legislativo e vamos trabalhar nesta proposta porque a possibilidade existe. Aí entra a discussão novamente do Fundo Municipal do Transporte. Em 2019 o Município perdeu esta discussão na Câmara de Vereadores, mas tentaremos apresentar o projeto novamente em 2020”.

Foco da administração em 2020

“Vamos investir muito em qualificação; queremos a universalização da qualificação, de forma gratuita, desde o ambulante até os cursos mais técnicos. Faremos isso pela Escola de Qualificação Profissional Municipal – implantada em 2019, pioneira no Paraná – e instituições como o Instituto Federal do Paraná (IFPR), que começa a funcionar em 2020, além das universidades. Ter mão de obra especializada no município é uma característica que pode deixar Ponta Grossa muito à frente de outros municípios. Não existe programa social mais importante que emprego, porque transforma a cidade”.

Aeroporto

“O funcionamento do Aeroporto Sant’Ana com os voos para Campinas, a princípio, e a partir de janeiro de 2020 com dois voos diários para São Paulo, mudou a vida dos ponta-grossenses. Ponta Grossa era uma sem aeroporto e se transformou em outra por conta do seu funcionamento. A cidade foi vista pelos maiores empresários, pelos industriais, pelos comerciantes, como uma cidade independente. Ele se compara ao que a implantação da estação ferroviária em1890 representou para Ponta Grossa, que até então era apenas uma vila. E hoje poder anunciar que teremos dois voos diários para Congonhas, com pé de igualdade com Curitiba, Rio de Janeiro, era o meu sonho. Além disso, já estão garantidos, em parceria com os governos federal e estadual, R$ 35 milhões para ampliação e melhoria do aeroporto, o que melhorará ainda mais os serviços”.

Legado da gestão

“Eu gostaria muito de ser lembrado pelos avanços que tivemos na educação ao longo dos dois mandatos, mas acho que o maior legado que eu posso deixar é a transformação da autoestima do ponta-grossense. Este sempre foi nosso objetivo, tanto que o primeiro mote do governo foi ‘eu amo viver aqui’. Hoje as pessoas não falam mais que Ponta Grossa não comporta algum investimento; tomara que isso continue, seja quem for meu substituto ou substituta na Prefeitura.

Recebemos importantes prêmios durante a nossa gestão, todos muito emblemáticos. Ganhamos prêmio na educação; recebemos premiação através da Agência do Trabalhador; do programa de Justiça Fiscal”.

Candidato para sucessão no Executivo

“Nunca tivemos um grupo tão unido numa administração pública como temos hoje e isso me dá confiança absoluta de fazermos uma grande eleição. Vitória ou derrota, isso fica para a população avaliar, mas vai ser uma eleição bonita porque temos muito o que mostrar do nosso trabalho. Com esta união o grupo terá muita força, seja quem for o nosso nome de consenso, para manter o mesmo ritmo de trabalho. Penso em uma pessoa que não queira destruir os programas que foram realizados, como eu não destruí o que foi feito pelos outros prefeitos. Não se pode retroceder: não consigo, por exemplo, ver a educação municipal que não seja em tempo integral”.

 

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