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Pandemia provoca ‘boom’ de MEIs em Ponta Grossa

Só neste ano quase 2 mil pessoas formalizaram sua microempresa individual (MEI)

Foto: Fabio Matavelli

Necessidade, oportunidade, vontade. Os motivos para criar uma microempresa individual (MEI) são diversos e têm motivado cada vez mais pessoas a se formalizar na modalidade. Nos 5 primeiros meses deste ano o saldo de novos MEIs totaliza 1.943 em Ponta Grossa, 14,6% a mais que no mesmo período do ano passado. Até o fim de maio a cidade já contava com 23.321 formalizados, 4.440 a mais que no mesmo mês de 2020 – o maior aumento dos últimos 5 anos. Os dados são do Portal do Empreendedor.

Desde o início de 2020 o mês que mais concentrou a abertura de novos MEIs foi janeiro de 2021, com +457 formalizados. Para se ter ideia, desde então apenas 4 meses tiveram saldos acima de 400; em todos os outros de ficou na faixa de 300.

“No começo do ano tivemos um nível de contaminação menor e por isso a economia estava mais impulsionada, além de ser natural o pessoal começar o ano querendo empreender”, lembra a coordenadora de Fomento ao Empreendedorismo e Inovação e presidente da Afepon, Tônia Mansani, que atribui o ‘boom’ de formalizações na pandemia a vários fatores.

“Tivemos muitas rescisões de contratos com a ‘pejotização’ [troca da contratação de um funcionário por um contrato com um MEI], mas também muitos setores que cresceram na pandemia e viraram oportunidades, como pet shops, cuidados com a saúde, serviços à distância, negócios online, venda de comidas prontas… surgiram muitos modelos de negócios”, lembra ela.

“Os serviços de natureza não intelectual que aumentaram consumo são serviços prestados por MEIs. Por exemplo, com as pessoas mais em casa fizeram mais obras e reformas”, cita a coordenadora do setor municipal que dá assistência aos microempreendedores individuais.

Formalização

O MEI também virou alternativa para quem perdeu emprego ou precisou criar uma renda extra, mas também àqueles que já atuavam na informalidade e agora oficializaram seus negócios.

“Os informais viram que as taxas das linhas de crédito são bem menores quando você é regularizado, então houve essa busca pela regularização para pegar crédito mais baixo. Vimos empreendedor que já atuava há 10 anos como autônomo e agora fez MEI para ter linhas de crédito subsidiadas”, exemplifica a gestora municipal.

Perfil dos MEIs ponta-grossenses

De todos os MEIs atualmente formalizados em Ponta Grossa, 54,4% são homens e 45,6% mulheres. As atividades mais populares, no total, são obras de alvenaria (2.206 MEIs) Comércio varejista de vestuário e acessórios (1.794), Cabeleireiros (1.735), Promoção de vendas (1.157) e Serviços domésticos (533).

Entre os homens as atividades mais comuns são Obras de alvenaria, Promoção de vendas, Serviços de pintura de edifícios em geral, Cabeleireiros e Serviços de manutenção e reparação mecânica de veículos automotores. Já entre as mulheres, o “top 5” é formado por Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, Cabeleireiros, Promoção de vendas, Serviços domésticos e Outras atividades de tratamento de beleza.

Casal empreende juntos, mas oficialmente separados

Uma microempresa individual (MEI) pode contar apenas com o empresário e, no máximo um funcionário. Neste Dia dos Namorados o DC apresenta uma formação empresarial um pouco diferente: no caso de Ariana Noviski e José Augusto Noviski, que estão juntos há 10 anos e se casaram há 6 anos, um é funcionário e chefe do outro ao mesmo tempo.

Ele seguiu a carreira do avô e do pai e abriu em 2015 uma gráfica, enquanto que ela abriu em 2019 a pizzaria King. Ambos MEIs, um ajuda o outro em seus negócios: Ariana atua como secretária e também auxilia o marido em visitas técnicas como medições e José Augusto faz criação de arte para a esposa e também é o responsável por receber os pedidos, além de também “colocar a mão na massa” ao picar ingredientes, por exemplo.

Ambos os negócios são sediados na casa da família, que possui uma edícula exclusiva para a pizzaria devido a critérios sanitários.

“Em 2012 eu já empreendia, tinha uma boutique. Enquanto trabalhava de casa sem abrir uma loja foi bem, mas quando peguei um ponto me quebrei com os custos. Depois fui trabalhar como funcionária em outras empresas, mas sempre com a ideia fixa de montar meu negócio”, conta Ariana.

“Eu queria loja porque tinha uma paixão por isso, mas quando optei por sair do meu emprego morava perto de uma escola e comecei a fazer docinhos para vender. Colocava uma mesinha e vendia no almoço e fim de tarde, e então meu marido viu que uma pizzaria estava vendendo o seu ponto e optamos por comprar”, conta ela, que garante: “Não sei o que faria se não tivesse ele para me ajudar”.

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