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Pacientes com agravamento de covid-19 são tratados com cloroquina em Ponta Grossa

Casos mais graves da doença covid-19, em Ponta Grossa, foram tratados com o uso do medicamento cloroquina. A informação foi confirmada pelo médico Thomas D’Haise, responsável técnico pela UTI Covid do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HURCG), em entrevista do Diário dos Campos na manhã de quinta-feira (21).

Entre os pacientes, estão dois caminhoneiros que ficaram internados na UTI do HU, por mais de 18 dias, e que receberam alta recentemente. “Estes foram os casos mais graves que tivemos e, em ambos, fizemos o uso da cloroquina após autorização dos próprios pacientes. É difícil afirmar que este medicamento foi o responsável pela cura da doença, porque além disso, tivemos o trabalho das equipes 24 horas por dia cuidando e repetindo exames para fazer o acompanhamento”, disse o médico.

D’Haise lembra que um dos pacientes precisou fazer uso da ventilação mecânica em virtude da gravidade da doença. “A covid-19 faz com que o pulmão demore a desinflamar, por isso, os pacientes têm uma recuperação lenta. Já o segundo caminhoneiro, não precisou de ventilação, mas usou grandes doses de oxigênio porque teve muita falta de ar. Os internamentos foram bem longos. Trata-se de uma doença bastante complexa, que não tínhamos em 2019, e que estamos começando a conhecer”, recordou.

O responsável técnico pela UTI explica que o Hospital Universitário segue um protocolo para a utilização da cloroquina nos pacientes. “Aqui na cidade tivemos poucos casos positivos e não tivemos nenhum óbito. No entanto, os pacientes positivados chegaram conscientes e eles mesmos disseram que queriam utilizar este medicamento. Se a situação fosse mais grave, teríamos que pedir autorização para os familiares”, destacou o médico.

Mas ainda, segundo Thomas, são necessários grandes estudos que comprovem a eficácia da cloroquina no tratamento da covid-19. “Mas, neste momento, creio que seja a nossa grande aposta. A nossa única exceção é não fazer uso deste medicamento em pacientes que tenham problema cardíaco. Fora isso, não tivemos registro de efeitos colaterais nos pacientes”.
 

Medicamentos

Além da cloroquina, os pacientes coma doença também fazem uso de outros tipos de medicamentos como doses baixas de corticoide em casos mais graves. “É comum também que os pacientes desenvolvam aquilo que chamamos de trombose do pulmão, sendo necessário o uso da heparina em doses mais altas”, disse D’Haise.
 

Estrutura

O Hospital Universitário conta com um andar voltado somente para o tratamento de casos positivos e suspeitos de covid-19. Ao todo, são 30 leitos, 10 de UTI e outros 20 de enfermaria.

“A ocupação ainda não teve a ala lotada e nós temos leitos disponíveis. Hoje estamos com uma média de três a cinco pacientes internados que entraram como suspeitos. Nos preparamos para atender a todos e hoje vemos a diferença de termos uma estrutura de UTI dedicada para que esses pacientes vençam essa fase inflamatória da doença”.
 

Profissionais de saúde

Com relação à contaminação dos profissionais de saúde, o médico explica que esse um problema mundial enfrentando em todos os hospitais. “Seguimos alguma medidas de segurança que são muito importantes para evitar a contaminação. Uma delas é a troca de roupa obrigatória após cada atendimento prestado ao paciente, bem como a troca dos equipamentos como máscaras, óculos, avental e luvas. Existe toda uma técnica para a retirada”, explicou.

Os profissionais também tomam banho após cada término de turno. “Estamos estruturando tudo isso cada vez mais. Além disso, os profissionais que apresentarem sintomas, já são autorizados a fazer o isolamento domiciliar por 14 dias. Eles também fazem o teste para confirmação. É importante lembrar que o contágio não existe apenas em contato com os pacientes, mas também nas áreas hospitalares”.

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