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Ocupação no Andorinhas segue sem cadastro de famílias

Prefeitura reclama de falta de diálogo; manifestantes também

Foto de ocupação da FNL no Parque das Andorinhas, em Ponta Grossa

Foto: Júlio César

Quase dois meses após a ocupação de área pública no Parque das Andorinhas, decorrente de ação da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), a Prefeitura de Ponta Grossa ainda não iniciou o cadastros das famílias que se instalaram na área de 12 hectares no Bairro Uvaranas.

Integrantes de ocupação já montaram dezenas de casas de madeira / Foto: Júlio Cesar

Ocupação no Andorinhas

O cadastro das famílias foi determinado em documento emitido pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), assinado pelo desembargador Fernando Antonio Prazeres. No dia 7 de dezembro de 2021, o documento dava prazo de 30 dias para que fosse feito o cadastro das pessoas no local, como forma de serem incluídas em programas sociais de habitação no município. O documento também determinava o congelamento da ocupação, ou seja, impedia a entrada de novas famílias ao local.

Instalações improvisadas passaram a compor cenário do Parque das Andorinhas / Foto: Júlio Cesar

700 famílias

No entanto, mais de 60 dias após a assinatura do despacho, nenhuma das duas determinações foi cumprida. Os representantes da ocupação afirmaram, na semana passada, haver mais de 700 famílias no local (em 8 de dezembro eram 260). Já o Município não sabe informar quantas pessoas estão no local, já que não iniciou o cadastro até agora.

Nenhuma nova decisão a respeito da ocupação foi divulgada pela prefeitura ou pelos membros do FNL, após o despacho ocorrido em 7 de dezembro.

Integrantes do movimento dividiram lotes para construção das casas / FOTO: Júlio Cesar

A prefeitura

Questionada a respeito, a prefeitura argumentou, por meio de nota, haver dificuldades no diálogo com os integrantes da ocupação. “Apesar de várias tentativas empreendidas pelo  poder público, os representantes da ocupação do Andorinhas seguem sem colaborar com o cadastramento das famílias, o que inviabiliza o cumprimento da determinação da Justiça. Sendo assim, o Município já  informou o poder judiciário sobre a situação atual e aguarda a análise do judiciário sobre o caso”, declarou.

A ocupação

A reportagem também contatou Leandro Dias, líder na ocupação. “Há duas semanas estamos procurando eles [na prefeitura] para fazer uma reunião, para poder liberar o cadastro. Mas estão se negando a falar conosco”, informou à reportagem. No último final de semana, aparentemente ainda sem resposta do Município sobre o cadastro, integrantes do movimento iniciaram nova ocupação em imóvel público na região do Parque dos Sabiás. O grupo foi retirado por meio de ação policial ocorrida na madrugada do dia (5).

Social x Policial

Em meio ao problema social que a ocupação evidencia, com dezenas de famílias sem condições de adquirir imóvel ou pagar aluguel, também estão as ocorrências policiais que se avolumam. Na ocupação já houve disparos de arma de fogo, apreensão de armamento e, no entorno, apreensão de entorpecentes.

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