A ano novo iniciará com uma carga grande de expectativas que, em Ponta Grossa, se estendem aos mais variados segmentos. Ainda amargando a vivência dos momentos – até agora – mais graves da pandemia no país, a esperança é de fortalecimento da economia, na saúde e, por consequência, na qualidade de vida do ponta-grossenses.
Para isso, a discussão se estende à política, à administração pública, aos investimentos em infraestrutura e ações estratégicas na oferta de serviços, na segurança e no lazer. Confira quais são os temas que, pode esperar, estarão entre os mais falados ao longo do ano que inicia neste sábado (1º):
Câmara deve votar Plano Diretor de Ponta Grossa
A revisão do Plano Diretor Municipal deveria ter ocorrido em 2016. Após múltiplos adiamentos, o assunto deve sair do papel em 2022. Isso porque a justificativa para sua não aprovação em 2021 foi a necessidade de aprovar, primeiro, a reforma administrativa. Nesse último projeto, a Prefeitura sugeriu mudanças que incluem a extinção da AMTT que, na visão dos vereadores, pode interferir naquilo que está previsto no PDM já apresentado. Portanto, o Plano Diretor e a reforma administrativa municipal serão temas certos para 2022.
Possivelmente, o assunto estará em pauta em meio aos preparativos para mais um período eleitoral. O ano será de escolha de novo presidente da República, governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distritais. Possivelmente, alguns dos vereadores de Ponta Grossa irá se licenciar para se candidatar a um desses cargos.
Será o ano em que se saberá o futuro da TV Educativa, que em 2020 teve papel importante na oferta de conteúdo para aulas remotos, fazendo valer seu nome, talvez pela primeira vez. A notícia, em dezembro, da retirada de subsídio à Funepo, fez surgir uma grande interrogação até mesmo entre os funcionários da TVE.
PG deve consolidar novo Distrito Industrial
No ramo dos negócios, além daqueles que já estão garantidos, como a maltaria e a queijaria das cooperativas, a ampliação da DAF e o início da operação da Tatra Trucks, por exemplo, há outros empreendimentos que aguardam confirmações.
Um deles é a construção de uma unidade da Nissin em Ponta Grossa, o que consolidaria o Distrito Industrial Norte (já formado pela Frísia, DAF e pelas novas queijaria e maltaria). A gigante japonesa que produz marcas como Miojo e Cup Noodles se reuniu com o Executivo Municipal no fim do ano passado afirmando que estava projetando um investimento de R$ 1 bilhão para a planta que seria a terceira e maior do país, mas conversas de bastidores apontam que ainda não há um terreno definido para a vinda do empreendimento.
Na última semana também foi criada uma nova expectativa com o anúncio de que a Ambev vai aplicar R$ 870 milhões para construir uma fábrica de garrafas no Paraná. A intenção é começar a operar em 2025 e, apesar de não ter sido anunciado o local escolhido, Ponta Grossa é uma forte candidata por já ter uma cervejaria da marca, que assim como outras unidades seria abastecida com a nova indústria.
Uso do aeroporto será intensificado
No ramo da logística, que tem grande peso na atração e consolidação de novos negócios, também há duas grandes expectativas para 2022. A primeira é a ampliação da operação do Aeroporto Sant’Ana, que voltou a receber voos comerciais neste mês e a partir de março deve ter a oferta diária de viagens para Campinas (SP).
Há também um trabalho para que hajam rotas de Ponta Grossa a outros grandes centros, como São Paulo, Porto Alegre e Foz do Iguaçu, e ainda a perspectiva que sejam iniciados voos noturnos. Outra novidade para o aeroporto é a sua possível internacionalização, inicialmente para voos executivos, que foi discutida durante todo o ano.
A outra grande expectativa para Ponta Grossa em 2022 no ramo da logística é o desenvolvimento do projeto do porto seco, estrutura que agiliza compras e vendas de produtos ao exterior e que hoje está presente no Paraná apenas em Curitiba, Cascavel e Foz do Iguaçu. O estudo de viabilidade foi finalizado e entregue à Receita Federal e a expectativa é de que em 2022 a licitação já possa ser feita para que o empreendimento seja iniciado.
PG espera pedágio a preço justo
As rodovias devem permanecer sem cobrança de pedágio durante o primeiro semestre. Mas 2022 será o momento em que a população conhecerá uma nova definição dos pedágios, tão logo seja firmado novos contratos de concessão. A pergunta que se faz hoje é: o pedágio não tem cobrança hoje, mas, quando for cobrado, quanto será efetivamente pago? A expectativa é que a população sinta, no bolso, que a cobrança nas cancelas será justa.
Como de costume, o ano também inicia com contas a pagar. A expectativa é que o IPTU não tenha um reajuste tão salgado quando se imaginava, já que a Câmara não aprovou a atualização de valores dos imóveis, proposta pela Prefeitura.
E o combustível? Uma pesquisa divulgada pela ValeCard, empresa especializada em gestão de frotas, aponta haverá pequena redução nos preços da gasolina na média nacional, no primeiro trimestre (menos de 6%), mas que os valores voltam a subir em seguida. O jeito é andar mais a pé e de bicicleta.
Vacinação deve conter a pandemia
A pandemia continuará retrocedendo no Brasil, ou voltará a crescer como aconteceu em outros países como França e Estados Unidos? A exemplo do que aconteceu em 2021, esse deve ser o assunto, mais uma vez, no início de 2022. Isso porque eventuais efeitos das festas de final de ano seriam sentidos de forma mais clara na segunda quinzena de janeiro. A esperança é que o avanço da imunização possa garantir o controle dos contágios e internamentos.
O que já se percebeu é que a vacinação contra a covid-19 deve continuar ao longo do próximo ano, e a vacinação de crianças já é tida como certa, possivelmente no primeiro trimestre. Também promete ser um ano de adequações na oferta de médicos para crianças, já que apenas a UPA Santa Paula oferece atendimento porta-aberta a esse público, desde o final de 2020.
Parques terão uso ampliado
O novo ano também promete ser aquele em que o uso e ocupação do Parque de Olarias e seu entorno serão melhor definidos. Está em análise a mudança no zoneamento das regiões de Oficinas e Olarias, o que deve reconfigurar os imóveis em volta do lago, ao mesmo tempo que a população consolida o uso do mais novo espaço de lazer.
Já o Parque Margherita Masini, no Bairro Estrela, deve voltar a ser utilizado, após anos de abandono. A proposta do Município é instalar no local a Secretaria de Meio Ambiente, tornando o local novamente apto a visitações. O Balneário Rio Verde também passou por revitalização neste final de ano, indicando que o ano de 2022 pode ser aquele em que o local voltará a ser frequentado como opção pela população nos finais de semana.
Operário menos irregular é o desejo
Espera-se para 2022 que o Operário tenha aprendido lições com a última temporada, na qual flertou com o rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro. Indo para a quarta temporada consecutiva entre os 40 melhores clubes do país, o Fantasma está calejado das dificuldades que podem ser encontradas em um ciclo com mais de 50 partidas oficiais.
O alvinegro tem cacife para brigar na parte de cima da Série B. Por mais complicada que a competição seja, é tênue a linha de qualidade técnica entre aqueles que disputam o acesso e aqueles que lutam contra o descenso.
A comissão técnica precisa estar preparada para os percalços e ter em mãos elenco que consiga se adaptar em condições adversas. Matheus Costa, por exemplo, não conseguiu esse controle na fase de crise que encarou em 2021.
No Paranaense é uma obrigação estar entre os quatro melhores. Este é o patamar que o clube atingiu em parâmetro estadual. Já na Copa do Brasil, o Operário necessita alcançar a terceira fase de forma inédita. É um passo importante do ponto de vista técnico e financeiro.
Fora de campo, a expectativa é que a direção consiga voltar a falar a mesma língua do torcedor, agregando sócios e determinando sinergia fundamental para o bom desempenho do ambiente em Vila Oficinas.