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Não foi sequestro! Nucria desmonta versão de meninos de 11 anos

Pais em desespero, amigos temerosos, comunidade estudantil preocupada e forças policiais acionadas. Dois meninos de 11 anos de idade relataram à Polícia Rodoviária Federal (PRF), na noite de terça-feira (22), que foram sequestrados por dois homens no Periquitos, em Ponta Grossa. A repercussão do caso gerou inquietação na população, especialmente nos moradores da região. Não há razão para pânico. Menos de 24 horas depois, o Nucria, da Polícia Civil, desmontou a ‘trama’ das crianças.

A delegada Ana Paula Cunha Carvalho ouviu os meninos na tarde desta quarta (23) e eles contaram a verdade. O plano de um deles era fugir para a casa da avó, em Ipiranga – a 50 quilômetros de Ponta Grossa. O motivo? Falta de liberdade para usar o celular. Ao lado do amigo, ele arquitetou o plano de fuga.

Assim, ao invés de irem até o colégio, eles se encaminharam para um mercearia da região. Lá compraram salgadinho e uma linguiça. Também levaram fósforos. A intenção era assar o alimento no caminho da ‘jornada’.

Eles caminharam pela Avenida Souza Naves – trecho urbano da BR-373. Em determinado momento a fome bateu, os dois encontraram o resquício de uma pequena fogueira e assaram a linguiça. Alimentados, seguiram caminho e até conseguiram passar pela PRF sem serem percebidos. O problema é que anoiteceu e o medo falou mais alto do que a coragem.

Os meninos voltaram até a Unidade Operacional da PRF para pedir ajuda. No entanto, segundo a delegada, eles já haviam combinado que inventariam a versão falsa de sequestro. Até o modelo e cor do carro falaram: Uno vermelho.

A pequena dupla permaneceu ausente e incomunicável por quase seis horas. Das 12h40 às 18h25. Os policiais rodoviários federais conseguiram localizar os pais e encaminharam o caso à Civil, que solucionou o episódio em menos de um dia.

Brincadeira de mau gosto

Apesar de ter pontos até engraçados na ‘trama’ dos meninos, a delegada classifica toda a situação como uma brincadeira de mau gosto e que poderia ter acabado em tragédia. “Fica o alerta que essa invenção poderia ter acabado muito mal. Essas crianças estavam expostas a riscos de violência e de acidente na rodovia”, exemplifica.

Ana Paula Cunha Carvalho ainda lembra que houve intensa mobilização de forças policiais no caso, atrapalhando a atividade das autoridades. Além disso criou-se desnecessariamente insegurança na população.

“Me parece que criou comoção muito grande em relação a estudantes do colégio que ambos frequentavam. É importante frisar que os fatos estão esclarecidos. Não existe sequestrador. Foi uma brincadeira de criança que resultou em todo esse inconveniente”, reforça.

Se tivessem 12 anos ou mais, os meninos responderiam por ato infracional. Contudo, o ECA classifica a idade de 11 anos como criança. Nesse caso, a Polícia Civil pode encaminhar o boletim de ocorrência à promotoria do Ministério Público.

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