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“Não é só um decreto assinado que vai resolver, o que vale é a consciência de cada um”, diz prefeita sobre covid-19

Ponta Grossa conta com hospitais lotados e governo pede respeito a decretos e medidas de segurança higiênica; “Eu não vou ser responsabilizada pelas mortes sozinha. A responsabilidade é de todos nós”, destacou Elizabeth

Foto: José Aldinan

Com hospitais lotados e mortes em outras unidades de atendimento da cidade aumentando nas últimas semanas, Ponta Grossa e o Paraná como um todo têm vivido um colapso na saúde, causado pelo avanço da covid-19. Para tentar frear o coronavírus diversas medidas restritivas foram anunciadas pelo governo – que, após 9 dias de determinar a suspensão de atividades consideradas não-essenciais, optou por aliviar o decreto a partir desta quarta-feira (10).

Para comentar as novas decisões e também explicar os planos da Prefeitura relacionados à imunização e atendimentos de saúde, a prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt, concedeu uma entrevista ao Diário dos Campos transmitida ao vivo pelo portal dcmais (assista aqui).

Na conversa, ela destacou também a necessidade de cuidados individuais e comentou o desrespeito aos decretos que foi flagrado em diversas ações de fiscalização. “A população precisa respeitar o próximo assim como a si mesmo. Valorizar sua vida e sua saúde evitando aglomerações desnecessárias. A gente se assusta ao ver festinhas que vêm acontecendo, porque os jovens acabam levando o vírus para casa, contaminam familiares e depois choram porque não tem vagas [em hospitais], porque foram a óbito”, afirmou a prefeita.

“Jovens, não esqueçam que essa cepa está atacando os mais jovens; antes os idosos eram vulneráveis, agora não: os jovens estão ficando muito mais tempo em tratamento e por isso está acontecendo esse colapso no sistema. O leito está sendo ocupado por mais tempo e não abre vaga para o próximo paciente, e assim por diante”, ressaltou Elizabeth Schmidt.

Responsabilidade

Durante a entrevista a prefeita também destacou a importância de agir com responsabilidade. Um dos exemplos usados foi a necessidade do uso de máscara, mesmo sem ter multa devido à sua não utilização.“Porque não é só o que está no decreto assinado que vai valer, o que vale é a consciência de cada, a responsabilidade de cada um. Todos nós temos a possibilidade de fazer a diferença”, disse.

Ao finalizar, Elizabeth fez um desabafo: “Eu quero dividir com todos os ponta-grossenses as nossas angústias e dizer: nos ajude. Eu não vou ser responsabilizada pelas mortes… sozinha. A responsabilidade é de todos nós”.

Novas regras entram em vigor nesta quarta-feira

Por Millena Sartori e Felipe Liedmann

Seguindo o que foi estabelecido pelo governador Ratinho Júnior e demais autoridades do estado, Ponta Grossa vai reabrir o considerado ‘comércio não essencial’ a partir desta quarta-feira (10). Contudo, os horários de funcionamento são diferenciados e há regras pré-determinadas para cada segmento, com o objetivo é não acumular a circulação de pessoas nos considerados ‘horários de pico’.

A decisão é válida para os dias de semana – nos sábado (13) e no domingo (14) as portas dos estabelecimentos ditos “não essenciais” devem permanecer fechadas -, segue em vigor até o dia 17 de março, e acontece depois de o estado ficar com grande parte de atividades suspensas por 11 dias – primeiramente de 27 de fevereiro até às 5h de 8 de março, com a prorrogação até o mesmo horário do dia 10.

Questionada sobre se avalia suficientes e eficientes estes dias de medidas mais rígidas, Elizabeth disse: “se nesses 11 dias todos tivessem feito quilo que estava colocado, acredito que os resultados seriam melhores e maiores”. Para ela, o abrandamento do decreto válido a partir de quarta-feira (10) tem como objetivo fazer um contrabalanço entre questões de saúde e econômicas.

Escalonamento

Na semana passada a prefeita informou que enviou ao Governo do Paraná a sugestão de reabrir o comércio de maneira escalonada, como aconteceu no município no começo da pandemia. “Assim como o Paraná inteiro mandamos sugestões ao Estado, mas eles decidiram desta forma. Fechar nos finais de semana e ter horário diferenciados [como para o comércio e shoppings] já é um forma de escalonamento”, afirmou ela nesta segunda (10) ao DC, afirmando que não deve adotar um regime diferenciado em Ponta Grossa neste momento.

“São tentativas, mas que têm que ser em bloco. Ponta Grosas é uma cidade polo, recebemos pacientes de toda a vizinhança. Então não adianta só nós fazermos restrições, todos têm que ter para que o vírus não fique indo e vindo”, disse Elizabeth.

Funcionamentos permitidos a partir de amanhã (10) em PG

  • Atividades comerciais de rua não essenciais, galerias e centros comerciais e de prestação de serviços não essenciais

Horário: das 10 horas às 17 horas, de segunda a sexta-feira

Ocupação: limitação de 50% de ocupação

  • Academias de musculação, crossfit e ginástica para práticas esportivas individuais e/ou coletivas

Horário: das 6 horas às 20 horas, de segunda a sexta-feira

Ocupação: limitação de 30% de ocupação

  • Shopping centers

Horário: das 11 horas às 20 horas, de segunda a sexta-feira

Ocupação: limitação de 50% de ocupação

  • Restaurantes, bares e lanchonetes

Horário: das 10 horas às 20 horas, de segunda a sexta-feira

Ocupação: limitação da capacidade em 50%, permitindo-se o funcionamento durante 24 horas apenas por meio da modalidade de entrega. Durante os finais de semana ficada vedado o consumo no local, permitindo-se o funcionamento apenas por meio das modalidades de entrega.

  • Salões de beleza e barbearias

Horário: das 7 horas às 19 horas, de segunda a sexta-feira

Ocupação: limitação de 30% de ocupação, mediante agendamento prévio

  • Demais atividades e serviços essenciais, como supermercados, farmácias e clínicas médicas

Horário: sem qualquer limitação de horário, durante todos os dias da semana, inclusive aos finais de semana. Quanto ao acesso aos supermercados fica proibida a entrada de mais de um membro por família para realizar suas compras, bem como a entrada de crianças menores de 14 anos de idade

*Fonte: Decreto Municipal 18.719/2021

UPA Sant’Ana deve ‘desafogar’ pronto atendimento municipal

Por Millena Sartori

Na última semana a Prefeitura de Ponta Grossa anunciou que previa para esta semana a abertura da UPA Sant’Ana, localizada na área central da cidade. Questionada sobre a previsão, a perfeita Elizabeth Schmidt disse que aguarda-se apenas um serviço de instalação no local.

“Estávamos na ultima fase da obra, na instalação da rede de gás oxigênio. Precisávamos de três dias para testar e saber se havia ou não vazamento e domingo [7] recebi a notícia que houve. O conserto já foi feito e agora são necessários novamente 3 dias para ver se não haverá vazamento; se tudo tiver a contento, até o fim de semana abriremos a UPA”, explicou Elizabeth.

Segundo a prefeita, a nova unidade receberá o pronto atendimento do Hospital Municipal Dr. Amadeu Puppi. “Os servidores de lá vão para a UPA atender urgências e emergências, o que deve liberar liberar lá para atender outras demandas”, disse ela.

Atendimentos sobrecarregados

Durante a entrevista a chefe da administração municipal também disse que nesta segunda (8) foi informada que todos os hospitais das grandes cidades paranaenses estão superlotados e que na UPA Santa Paula há 30 pessoas aguardando leitos. “O Governo do Estado poderia abrir inúmeras unidades, UTIs, hospitais de campanha. O problema não é dinheiro, são as equipes de saúde que não temos mais”, justificou a prefeita.

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