Em entrevista ao Jornal Diário dos Campos, o desembargador Ruy Muggiati, supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do Paraná, comentou que os mutirões que têm sido realizados em cadeias do Estado ajudam a amenizar os problemas do sistema prisional. "Temos feito tudo aquilo que podemos para ajudar. Com os mutirões carcerários, o judiciário procura atenuar os efeitos do problema", aponta.
Para o desembargador, no entanto, o aumento do número de vagas no Paraná é considerado o ideal para resolver a situação de forma mais adequada, evitando assim que ocorram casos mais difíceis de serem enfrentados.
"No momento em que você recolhe uma pessoa, é necessário um espaço adequado, com vigilância que envolve uma série de coisas como alimentação e roupas. Tudo isso é um conjunto de problemas que envolve gastos. O que temos na nossa frente é uma demanda por recursos, investimentos e trabalho. A prisão ocasiona esse tipo de consequência e deve ser atendida", explica.
A superlotação, de acordo com Muggiati, provoca efeito da perda de controle, causando rebeliões e 'esfarelando' assim todo o sistema prisional. "A transferência de presos para presídios já lotados também é algo que vemos como um aumento ainda maior do problema. Qualquer transferência implica em dizer que cada lugar no fundo tem a tendência de se tornar uma ilha. Mas isso é uma ilusão e não a solução que vai surtir efeitos positivos", destacou o desembargador.