Os dois irmãos que ocupavam as três casas de madeira que ficavam praticamente às margens do arroio onde deverá ser o segundo lago de Olarias foram despejados ontem. O processo judicial teve início no começo de 2020 e ontem as casas foram demolidas. Os irmãos José Pedro de Alcântara, de 58 anos, e Luiz de Alcântara (54) são coletores de recicláveis e ocupavam os imóveis desde 2009. Eles se recusaram a deixar o local de forma amigável, como fizeram outras pessoas que também moravam em áreas públicas e foram relocadas para casas da Prolar.
A ordem judicial de reintegração de posse emitida pelo juízo da 1ª Vara da Fazenda Pública de Ponta Grossa foi cumprida ontem. A área onde ficam as casas é pública, de preservação ambiental e pode ser parcialmente alagada com a construção da barragem do arroio e a formação do novo lago. Os móveis dos irmãos foram levados para um barracão da Secretaria Municipal de Assistência Social, no Jardim Carvalho, e os recicláveis para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Posteriormente serão devolvidos.
Junto com o oficial de Justiça que apresentou a ordem de despejo chegaram viaturas da Guarda Municipal, da AMTT e mais um caminhão e uma retroescavadeira da Prefeitura, que acabou quebrando quando amontava as dezenas de big bags com papelão, plástico e alumínio. Uma nova máquina foi providenciada. A derrubada das casas e a limpeza da área ocorreram à tarde.
Conforme a assessoria de imprensa da Prefeitura, “há cerca de dois anos, o Município vem acompanhando e orientando as famílias que ocupavam áreas públicas e irregulares na região do Parque de Olarias, tendo realizado o encaminhamento de quase todas as famílias para imóveis da Prolar de forma administrativa e amigável”. No entanto, os dois irmãos “recusaram o encaminhamento e os imóveis ofertados pela Prolar”.
A Prolar, segundo a assessoria de imprensa, estuda a viabilidade de incluir os irmãos no programa Aluguel Social e “a Secretaria Municipal de Políticas Públicas Sociais (SMPPS) está acompanhando a situação, realizando as tratativas para acolhimento temporário dos moradores e depósito dos móveis e demais itens pessoais que estavam nas residências”.
Os irmãos disseram que não aceitaram a oferta da Prolar porque não tinham condições de pagar R$ 150 por mês durante dez anos para se tornarem proprietários dos imóveis. Segundo eles, o Luiz chegou a se mudar para o imóvel que foi oferecido pela Prolar, mas depois retornou para junto de José Pedro.
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