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Instituto de Criminalística pede novas contratações

O Instituto de Criminalística de Ponta Grossa, que atualmente possui seis peritos para atender a uma demanda interminável de laudos provenientes de 28 municípios, aguarda com ansiedade a nomeação de novos profissionais para compor a equipe. A nomeação vinha sendo aguardada desde o ano passado, com a expectativa de que 13 novos peritos fossem contratados. Desses, pelo menos dois deveriam vir para Ponta Grossa, mas o Governo do Estado autorizou, nessa semana, a nomeação de apenas dois peritos criminais para o estado inteiro.

A chefe da Seção Técnica do Instituto de Criminalística de Ponta Grossa, Eliane Martins, lamenta que o número de nomeações estejam tão abaixo do esperado. Segundo ela, atualmente a Seção precisa trabalhar rotineiramente priorizando o andamento de uns processos em detrimento de outros. “Um homicídio doloso, com réu preso, precisa ter o laudo concluído antes de um caso de homicídio culposo com réu em liberdade. Um laudo de suicídio demora mais ainda. A equipe precisa se desdobrar para atender a todos os casos, mas isso obriga cada perito a fazer seis a sete plantões por mês”, comenta.

Por se tratar de uma Seção que atende a diversas cidades, o tempo de deslocamento também exige um mesmo perito a ficar, muitas vezes, o dia todo fora, percorrendo municípios da região para fazer pesquisas e atender as várias demandas. “O profissional sai de Ponta Grossa no início da manhã, e por vezes só chega à noite, sem tempo hábil para redigir o laudo”, diz Eliane, lembrando que os laudos exigem o máximo de detalhamento em informações, com prazos curtos e executados com extrema responsabilidade.

Sindicato

O presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná (Sinpoapar), Alexandre Brondani, afirma que a classe viu com perplexidade a notícia da nomeação de apenas dois peritos. “Para nós, foi a mesma coisa que nada. Hoje temos 151 peritos criminais ativos no Paraná. Temos 32 afastados do cargo por motivos administrativos ou de saúde. Em Ponta Grossa, temos um afastado por licença médica e outro que foi transferido para Curitiba para atender demanda em laboratório. Portanto, a região tem dois peritos a menos”, diz Brondani. Segundo ele, se houver mais um afastamento por razão medica ou de férias, haverá absoluta falta de pessoal.

Governo do Estado

Em nota, a Direção da Polícia Científica do Paraná informa que ainda estuda a possibilidade de mais nomeações para o Instituto de Criminalística de Ponta Grossa, ressaltando que o Governo do Estado tem trabalhado para reforçar o quadro de profissionais da Segurança Pública. Foram contratados mais de 11 mil novos profissionais, mas é preciso lembrar que o governo está sujeito à Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF) que estipula um teto de gastos com pessoal. Até o segundo quadrimestre de 2017, a despesa com a folha do Estado estava em 45,5% das receitas correntes (dentro, portanto, do limite de alerta da LRF).

Equipe de Ponta Grossa atende 28 municípios (Foto: Fábio Matavelli)

 

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