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Hospitais reajustam orçamentos para manter atendimentos na pandemia

Geraldo Bubniak/AEN

“Estamos chegando no limite”, desabafou Rangel da Silva, presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (FEHOSPAR), durante audiência pública nesta semana pela Comissão de Saúde Pública da Assembleia Legislativa do Paraná.

Ao lado de outros representantes de instituições de saúde, o presidente da FEHOSPAR alertou para a possibilidade iminente de um colapso financeiro em hospitais do Estado causado pela pandemia do novo coronavírus. Entre as causas estão o crescimento do número de casos e o aumento da demanda de atendimento, a escassez de insumos médicos e alta de preços, além da necessidade de políticas públicas voltadas para a isenção de tributos.

Rangel da Silva lembrou que, desde o início da pandemia, os hospitais particulares deixaram de fazer cirurgias eletivas e realizar outros tipos de atendimento para auxiliar o sistema de saúde em relação à covid-19. Com isso, segundo ele, as pessoas deixaram de procurar os hospitais. “Tivemos durante a pandemia um aumento de custos próximos de 50%. Lembrando que os hospitais privados e filantrópicos representam a base do sistema do Estado, atendendo a cerca de 70% dos casos do SUS. Estes fatores somados podem resultar no colapso financeiro dos hospitais”, disse.

Hospitais de PG

A reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais procurou a direção dos principais hospitais de Ponta Grossa que atendem casos de covid-19 para falar sobre a situação financeira das instituições e como eles avaliam a fala da Federação dos Hospitais. As direções da Santa Casa de Misericórdia e Bom Jesus não retornaram até o fechamento desta reportagem.

O Hospital Universitário Regional, que se tornou referência em atendimento para pacientes com coronavírus respondeu que o “HU-UEPG, esclarece que, a exemplo de todos os hospitais do país, com a pandemia, teve um aumento de custos e ajustes orçamentários foram realizados para que o atendimento aos pacientes fosse mantido com a reconhecida excelência que acontece há 11 anos”, diz a nota. Atualmente o HU, tem uma estrutura com

Já o Hospital Geral Unimed, esclareceu que no momento não passa por dificuldade financeira porque é um hospital pertencente a uma operadora de saúde. Mas que tem acompanhado a situação de outras instituições e observou que alguns locais “que não estão diretamente ligados a uma operadora de saúde estão sofrendo bastante com esse fluxo, pois houve uma diminuição muito grande no número de procedimentos eletivos, principalmente dos procedimentos cirúrgicos, que são os procedimentos que trazem resultados positivos às instituições”, diz a nota.

E o Centro Hospitalar São Camilo explicou que eles também não passam por um problema financeiro, apesar do aumento de custos com os pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A direção esclareceu que a maior dificuldade no momento é a aquisição de medicamentos. “Como somos uma rede muito grande, acabamos por emergência auxiliando um hospital ao outro, até que os insumos cheguem e consigamos fazer a reposição”, explica.

Estado

O representante da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), Nestor Werner Junior, salientou que o órgão está atento a todos os movimentos da pandemia, inclusive às necessidades dos hospitais. Ele explicou que, desde o início da crise, o Paraná optou por trabalhar com a rede hospitalar constituída, sem a abertura de hospitais de campanha. “Com a abertura de quase cinco mil leitos, entre UTI e enfermaria, o Paraná criou o equivalente a 50 hospitais de campanha de 100 leitos. Nós financiamos praticamente a totalidade desse número, pois apostamos na parceria com os hospitais”.

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