O Grupo Sherlock Holmes Cultura, iniciativa de ponta-grossenses que buscam a preservação da memória e cultura da cidade, agora está envolvido com a proposta de devolver à Praça Marechal Floriano Peixoto – a Praça da Catedral de PG – elementos que se perderam nos últimos anos. A intenção ganhou força com o tombamento da praça pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compac), ocorrido no final do mês passado. Uma das medidas mais polêmicas seria a retirada dos decks de madeira.
Praça da Catedral de PG
Para Carlos Mendes Fontes Neto, retirar os decks seria cumprir o que determina a lei, já que as peças foram montadas em março de 2020, pouco depois de a praça ter sido incluída no inventário de patrimônio cultural, o que impediria intervenções que mudassem seu aspecto até a votação sobre o tombamento definitivo. Mas o principal, ele diz, seria devolver à praça um pouco mais de sua originalidade.
“Temos recebido as mais diversas manifestações a respeito. Todas rechaçando tais elementos colocados sobre os canteiros e com exploração comercial dirigida. Esperamos que o poder público cumpra seu papel e respeite a originalidade da praça. Respeite a história e a memória do lugar em que a cidade nasceu”.
Os decks
Os decks de madeira foram instalados pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos, com a proposta de ser espaço para uso de restaurantes do entorno e para o convívio social. À época, a justificativa para a obra foi de que o projeto era anterior ao pedido de tombamento.
O Grupo Sherlock Holmes Cultura também foi o que motivou o pedido de tombamento da praça, no início de fevereiro de 2020. Agora, além da retirada dos elementos estranhos colocados na praça, pretendem solicitar ao poder público a recuperação de monumentos relativos à história da cidade, a restauração das placas que foram furtadas, a preservação de canteiros e árvores, inclusive com reposição de espécies eliminadas.
Em análise
Em nota, a Prefeitura de Ponta Grossa informou ao portal DCmais que “o tombamento considera a situação/condição do imóvel, no caso da praça, na data do tombamento preliminar, ou seja, não visa resgatar o paisagismo ou características de quando a praça foi construída. Sobre os decks, se tratam de mobiliários urbanos que hoje cumprem uma função social de ocupação e sua permanência será analisada no decorrer”.