Gabriel José Padilha Ferraz é uma das revelações do esporte em Ponta Grossa. Com 15 anos, ele lidera o ranking paranaense e está entre os seis melhores do Brasil na categoria Sub-16 do atletismo. Nesta semana, o ponta-grossense esteve em São Paulo para a fase final do Brasileiro Sub-18 (com atletas mais experientes). Gabriel Ferraz foi o segundo melhor do estado e o 17° do Brasil nos 3.000m.
“Creio que ao iniciar a temporada 2022 ele estará entre os ponteiros do Brasil sem dúvida. É muito provável que irá brigar entre os três primeiros do Brasileiro Sub-16 em Cascavel neste mês”, projeta Alexsandro Leal, ex-atleta profissional e que acompanha os treinos de Gabriel diariamente.
Atual vice-campeão dos Jogos Escolares do Paraná nos 3.000m, o adolescente começou na modalidade há somente dois anos. “Comecei com o meu irmão. Eu via ele correndo e comecei a ir junto. Fui criando gosto”, conta.
O gosto falou tão alto que em pouco tempo começou atividades de alto rendimento a fim de continuar obtendo bons resultados. Os treinos ocorrem seis dias por semana. Quase sempre em estradas do Santa Teresa, próximo de onde Gabriel reside.
O jovem ainda cursa pela manhã o primeiro ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Colônia Dona Luiza, ajuda o pai na horta logo depois do almoço e vai para as ruas e estradas no final da tarde. Nada que atrapalhe, pelo contrário.
“O esporte me ajudou muito a acreditar em mim mesmo e mostrou que eu posso alcançar todos os meus objetivos através do meu esforço”, diz Gabriel.
E as metas do adolescente são a longo prazo. “Quero me formar em Educação Física e seguir carreira no atletismo”, conta.
Incentivo
Um dos grandes apoiadores da carreira de Gabriel é Alexsandro Leal, que soma 22 anos como atleta, sendo dez deles entre profissionais. Alex quer que o trabalho com Gabriel e com o filho Gustavo, de 12 anos, seja o início de um projeto que pretende comandar na cidade.
“É um projeto social para descobrir e incluir crianças, adolescentes e adultos no atletismo. Por meio da corrida pretendo repassar o que aprendi. Durante dez anos eu sobrevivi do esporte. Só quero agora transmitir voluntariamente o que vivenciei. É muito gratificante ver esta criançada correndo”, relata Alex, que está com 36 anos e começou na modalidade aos 14.
Ele conta com o apoio do professor e treinador Orlando Souza, de Ibiporã – cidade a 300 km de Ponta Grossa. Gabriel é federado por Ibiporã, pois na época do trâmite o grupo não encontrou suporte na principal cidade dos Campos Gerais.
Este é só um dos desafios enfrentados para conseguir viabilizar o atletismo. “Ainda estamos correndo atrás de apoio estrutural para custear material esportivo, suplementos e viagens para competições”, cita Alex.
Interessados em dar suporte aos atletas ponta-grossenses podem entrar em contato pelo telefone (42) 99980-7637 (Alexsandro).