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Estudante de PG é selecionado para intercâmbio na Nova Zelândia

Foto: Fábio Matavelli

No final da tarde da última terça-feira (23) o estudante ponta-grossense Santiago Kosloski, de 14 anos, foi surpreendido com uma informação que deve mudar a sua vida: ele foi um dos 100 estudantes de escolas públicas do Paraná selecionados para um intercâmbio de seis meses na Nova Zelândia. Ele foi escolhido por méritos pelo programa “Ganhando o Mundo”, promovido pela Secretaria de Estado de Educação e Esporte.

A possibilidade de morar fora do país é encarada pelo adolescente do Colégio Estadual Medalha Milagrosa como um grande desafio, assim como foi participar do processo seletivo do programa, que tem como um dos pré-requisitos ter média 7 ou maior em todas as disciplinas. Ele disse que a pandemia, a suspensão das aulas presenciais em março de 2020 e a adaptação da rotina de estudos em casa o motivaram a buscar algo mais para o seu desenvolvimento.

“A minha rotina de estudos sempre foi muito grande e a minha dedicação sempre foi reconhecida pelos professores. Realmente, a pandemia marcou um ano adverso e é como se uma parede aparecesse na nossa frente. Senti muita falta de participar das aulas, de ter os professores por perto. Tudo ficou muito mais difícil, mas isso me levou a uma dedicação ainda maior para entender os conteúdos”,  disse o estudante, por telefone, que pela desenvoltura e linguagem sugere mais idade.

Matemática

Santiago não hesitou em dizer que Matemática e História são suas disciplinas preferidas. Lembrou que já representou o Medalha Milagrosa nas Olimpíadas de Matemática e que faz parte do Clube de Matemática. “A minha segunda matéria preferida é História. Gosto muito de estudar a política brasileira, à exemplo do Golpe Militar. Isso me faz ler artigos e assistir vídeos sobre o tema para saber mais. Esses dias, inclusive, assisti o vídeo do debate presidencial do ano de 1989”, contou.

Fazer intercâmbio em outro país, com uma cultura muito diferente da brasileira, é visto pelo único filho do casal de servidores públicos municipais como chance de viver uma importante experiência. A primeira delas será voar: “Nunca viajei de avião. A primeira será quando embarcarmos. Acredito que serão 20 horas de voo. Um desafio e tanto. Além disso, eu só conheço o Brasil e o lugar mais longe de Ponta Grossa que eu conheço é Penha, em Santa Catarina, onde fui no Beto Carrero”.

Santiago revela que desde que recebeu a notícia de ter sido selecionado tem estudado muito sobre a Nova Zelândia e que a cada dia fica mais impressionado com o país. As fotos e vídeos que viu já lhe segurança para  dizer que “é realmente um lugar lindo por conta das suas paisagens. Mas não somente por isso. Sabemos que a pandemia do coronavírus está bem controlada lá. A cultura do povo Maori é rica e a economia nacional é de primeiro mundo. Acho que vou levar essa experiência pela minha vida inteira”.

A experiência internacional também deverá ajudar Santiago na decisão sobre seu futuro profissional. Este ano ele começar o Ensino Médio, mas já está de olho na próxima etapa educacional: “Eu penso em tentar Medicina ou Medicina Veterinária. Acredito que a vivência do dia a dia e o colégio vão me ajudar e me dar uma boa base sobre essa decisão”.

Servidores

Filho único de Elisângela Adriana Batista e Charles Kosloski, Santiago mora com os pais no bairro de Olarias, “há cerca de seis anos, quando nossa família conseguiu comprar a casa própria”. Ele acrescenta que tem dois irmãos, por parte de pai, que moram em outra casa. Seus pais são servidores da Prefeitura de Ponta Grossa e trabalham na área da saúde. A mãe é chefe de cozinha no Pronto Socorro Municipal e o pai é agente de saúde em uma UBS em Uvaranas.

Apesar da rotina puxada, o estudante lembra que sempre recebeu muito apoio e atenção da família. Não se acanha em dizer que deve “a conquista do intercâmbio a muitas coisas, primeiramente por mim, pelo fato de estudar, aos meus pais por sempre acompanharem as minhas atividades, aos meus professores do ensino fundamental e toda a equipe do Medalha Milagrosa, enfim, às pessoas excelentes que fazem parte desse mérito. Todas elas estão no meu coração”.

Para os pais, em especial para a mãe, a conquista do filho único é uma mistura de muita alegria com preocupação devido à distância e saudade antecipada. Em parte pela notícia ser recente: “Ele nos chamou ontem (terça) à tarde e disse que precisava contar uma novidade. Sabemos que ele sempre foi incrível e estávamos aguardando o resultado. Agora sei que chegou a hora dele brilhar. Estamos nervosos por ele ficar tanto tempo longe, mas muito felizes pela conquista”, disse Elisângela.

Seleção foi dividida em duas etapas

O programa Ganhando o Mundo, da Secretaria de Estado da Educação e Esporte, tem como critério avaliativo as notas e a frequência durante o ano letivo de 2020. A seleção ocorreu em duas etapas. Na primeira, foram classificados 363 estudantes, cada um representando um dos municípios do Estado — 36 cidade não tiveram inscritos que se enquadrassem em todos pré-requisitos.

Na etapa final foram classificados os 100 estudantes com as maiores notas. Cada um deles representa um município do Paraná e embarcará para a Nova Zelândia. Puderam participar estudantes que ingressaram no Ensino Médio na rede estadual do Paraná em 2021. Também era necessário ter cursado os anos finais do Fundamental (6º ao 9º ano) na rede pública e ter entre 14 e 17 anos e meio na data de embarque.

O estudante deveria ter média maior ou igual a 7,0 em todas as matérias e frequência maior ou igual a 85%. Para chegar à pontuação final foram somadas as médias de todas as disciplinas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) cursadas em 2020, no 9º ano.Para preparar os intercambistas,  será ofertado um curso de inglês online, em parceria com as universidades públicas estaduais.

Os custos serão pagos pela Secretaria, que incluem emissão de passaporte e visto, exames médicos e vacinas, passagens aéreas e terrestres, transporte, hospedagem, seguro viagem e saúde, além das despesas vinculadas à parte acadêmica, como taxa de matrícula, tradução juramentada da documentação escolar, mensalidade da escola, material didático e uniforme. O intercambista também receberá uma ajuda de custo mensal de R$ 800.

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