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Estiagem expõe fragilidades de futuro reservatório de Ponta Grossa

O rio Tibagi deve se tornar, no futuro próximo, um novo ponto de captação de água para o abastecimento de Ponta Grossa, ao lado do rio Pitangui e da represa de Alagados. A medida já foi anunciada pela Sanepar, frente ao aumento no consumo, verificado nos últimos anos. No entanto, a estiagem verificado nas últimos meses demonstra que, se não houver consumo racional, mesmo o Tibagi sofre com falta de água.

Seguindo pela estrada do Bocaina até chegar às margens do rio, a equipe do DC cruzou de balsa, chegando ao município de Tibagi. Em um dos trechos nos quais o rio margeia fazendas, chama a atenção um cenário composto por pedras através das quais o rio passa. Uma visão difícil de ser contemplada, afirmam os moradores da região.

"Todas essas pedras costumam ficar debaixo da água. Normalmente, só se vê a pontinha de algumas delas", garante o agricultor José Marcel da Luz. No trecho descrito, Tibagi se separa da vizinha Carambeí por uma corredeira de 200 metros. Com a estiagem, é quase possível chegar ao outro lado sobre as pedras.

Marcel mostra, em uma árvore na margem, a marca do curso normal do rio, cerca de 1,5 metro acima do nível atual. "Estiagem parecida, só vi por volta de 2006", recorda.

 

A médio prazo

Por meio de sua assessoria de imprensa a Sanepar informou que está prevendo para 2026 o início da captação de água do Tibagi. Isso deve exigir um investimento superior a R$ 100 milhões, mas está condicionada à assinatura de um novo contrato de programa entre a Sanepar e o município, para que seja possível viabilizar os recursos necessários para a realização das obras. Para 2021 está prevista a obra emergencial de duplicação da adutora do Rio Pitangui, ao custo de R$ 15 milhões. Nos últimos 30 dias, o nível da represa de Alagados baixou cerca de 30 cm e a vazão do Pitangui permanece reduzida a 60% na média.

 

Sanepar já adotou medidas emergenciais

A Sanepar lembra à população a importância do uso racional da água. Se não chover ainda este mês e em maio, a companhia estuda adotar alternativas para manter o abastecimento considerando volume de água disponível. Algumas medidas já estão sendo tomadas, entre elas a adequação, junto à Copel, da operação das usinas hidrelétricas para priorizar o abastecimento público e a instalação de medidores eletromagnéticos para que seja possível acompanhar o nível das barragens em tempo real. Também está prevista uma nova captação emergencial na represa de Alagados, de baixo recalque, o que vai tornar possível captar a água em nível abaixo de sete metros, de forma a minimizar o impacto da estiagem no abastecimento.

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