A estimulação do desenvolvimento da mente e do corpo é o principal objetivo do tratamento da equoterapia. Também chamada de equiterapia ou hipoterapia, a equoterapia é uma de terapia com cavalos que complementa o tratamento de pessoas com síndrome de Down, paralisia cerebral, derrame, esclerose múltipla, hiperatividade, autismo, crianças muito agitadas ou com dificuldade de concentração.
Dados da Associação Nacional de Equoterapia apontam que a prática dessa atividade contribui, ainda, para o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio. "A interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final desenvolvem novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima", diz a associação.
O médico Rodrigo Manjabosco, secretário-adjunto da Fundação de Saúde de Ponta Grossa, a equoterapia ajuda a promover ainda o desenvolvimento neuromotor e psicosensorial dos pacientes. "A interação com os animais, principalmente com os pacientes autistas, melhora a qualidade dos movimentos e faz com que exista uma melhor interação social", explica.
Apesar de compreender a importância, Manjobosco explica que a Prefeitura de Ponta Grossa não oferta este tipo de tratamento. "O Município abriu, recentemente, credenciamento para contratação de empresas que ofertam este serviço, por entender desta importância. No entanto, problemas na documentação impediram o credenciamento", lembra.
Centro de Reabilitação
Em contrapartida, Ponta Grossa conta, desde 2005, com o Centro de Reabilitação e Equoterapia Pontagrossense, que oferece diversos tipos de tratamentos para crianças e adultos em virtude de um credenciamento via Sistema Único de Saúde (SUS).
"Sempre gostei muito de cavalos e comecei a atender algumas instituições na época. Com o credenciamento pelo SUS, conseguimos atendimentos com fonoaudiólogos, psicólogos, psiquiatras, entre outros. A equoterapia não é ofertada pelo SUS, mas nós oferecemos aos pacientes, de forma gratuita, como um tratamento complementar", destaca José Darci Kuhn, proprietário do Centro.
Kuhn explica que os pacientes atendidos no Centro de Reabilitação são encaminhados pelas escolas ou unidades de saúde. "São pacientes com déficit de atenção, hiperatividade, autismo, entre outros. Além dos tratamentos ofertados em consultório, elas têm a chance de complementar com a equoterapia", destaca.
Autismo
A equoterapia também proporciona resultados positivos em crianças com autismo através da melhora com a interação social, linguagem e a área emocional.
"O contato sensorial com o animal facilita uma melhor interação das crianças com os amigos. As atividades com o cavalo não incluem somente andar com o animal, mas também um contato com o ambiente. Com a equoterapia, além da interação, a criança desenvolve o equilíbrio, através do alinhamento da coluna, e melhora suas questões motoras", destaca Priscilla Nunes de Andrade Nogueira, terapeuta ocupacional do serviço socioassistencial da Associação de Proteção aos Autistas (Aproaut).
O tratamento com os cavalos, de acordo com a profissional, também é uma maneira de complementar as atividades que já são desenvolvidas pela Aproaut.
"São cerca de 160 pessoas atendidas na associação nos três programas: Escola, Clínica e Centro Dia onde são desenvolvidas oficinas da vida diária voltadas à autonomia, música e arte sensorial. Mas ações externas, como a equoterapia, com certeza agregam muito e promovem uma melhor aceitação", aponta Nogueira.
PM busca parcerias para Centro de Equoterapia
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busca ampliar serviço. (Foto: PMPR/Divulgação)
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A Polícia Militar de Ponta Grossa, através do Pelotão de Polícia Montada, busca parcerias para implantar um Centro de Equoterapia na cidade voltado ao tratamento de pessoas com autismo, dificuldades de locomoção ou que estejam em recuperação de acidentes.
A atividade com os cavalos já é ofertado todas as quartas no Centro Agropecuário, local onde funciona a base do Pelotão da PM, no entanto, existe lista de espera de pacientes que precisam do tratamento.
"O serviço tem pouco efetivo e a parceria ajudaria a aprimorar o trabalho com fisioterapeutas e terapeutas, além de ampliar os atendimentos", comenta o 1° tenente Cassiano Pereira Stanczyk, um dos responsáveis pelo projeto.
Através das parcerias, seria possível construir um barracão equipado na sede do 1° Batalhão da Polícia Militar. De acordo com o projeto, a obra custaria cerca de R$ 900 mil. "Se outras entidades, ONG's, empresas privadas e demais órgãos ajudassem neste projeto, conseguiríamos ampliar ainda mais os atendimentos. Hoje são cerca de 10 pessoas atendidas", aponta.