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Elizabeth fala em avanço ao projeto dos últimos quatro anos

Atual vice-prefeita é a penúltima entrevistada do DC e dcmais

Foto: José Aldinan de Oliveira

A série de entrevistas do portal dcmais e do jornal Diário dos Campos com os candidatos à Prefeitura de Ponta Grossa chegou ao penúltimo nome nesta quinta-feira (1°) com a Professora Elizabeth, do Partido Social Democrático (PSD).

É a primeira vez que a professora tenta a cadeira do executivo. Atualmente, ela é a vice-prefeita da cidade e, em 2014, foi candidata à deputada federal pelo PSB. Somou 11.488 votos válidos (0,20% do eleitorado paranaense) naquela oportunidade.

Na entrevista, a candidata abordou pontos do plano de governo, tirou dúvidas sobre questões que permeiam o cotidiano dos ponta-grossenses e respondeu perguntas de entidades relevantes do município.

Elizabeth Silveira Schmidt nasceu em Ponta Grossa, tem 69 anos, é casada, possui ensino superior completo pela UEPG e está em chapa majoritária composta por PSD, PSDB, PV e Avante (Somos Todos Ponta Grossa). O vice é o capitão da Polícia Militar, Saulo Vinícius Hladyszwski, de 42 anos.

Na vida pública no município, Elizabeth foi secretária de Administração e também ocupou as pastas de Cultura e Turismo.

Questões do DC

Por que quer ser prefeita da cidade?

“Tenho a honra de participar de uma administração que mudou o perfil da cidade, a autoestima de seus moradores nos últimos anos, isso é muito visível. A população tem orgulho de viver aqui, tem orgulho das nossas praças, das nossas universidades, do nosso progresso, das nossas indústrias e a minha formação me leva a reduzir sempre as distâncias sociais. Isso já foi minha luta enquanto professora e será minha luta enquanto gestora. Por isso que eu quero ser prefeita da nossa cidade”.

Os outros candidatos acabam muitas vezes criticando a atual gestão durante a campanha como uma forma de debate no processo eleitoral. A senhora teve participação efetiva na atual gestão da Prefeitura para ser responsabilizada?

“Faço parte de uma gestão em que eu sempre fiz questão de não ser figura decorativa. Eu sempre estive presente junto e ao lado do prefeito e da nossa equipe afim de construir, de colaborar, de fazer com que as pessoas realizassem as coisas. Estive presente em muitas possibilidades e penso que eu não tenho medo de ser responsabilizada, de forma alguma. Porque eu estava participando de todos os momentos junto com o prefeito. É claro que existem decisões que fogem da minha alçada. A decisão é do prefeito especificamente, mas nós somos um grupo”.

Na sua avaliação qual foi o melhor ponto da última gestão? O que deve ser continuado? O que deve ser melhorado?

“Penso que não vou ser uma continuidade, eu vou ser um avanço. Nós vamos avançar muito mais a partir das conquistas. A pavimentação asfáltica ainda é o mote principal da população, é o que mais as pessoas pediram em audiência pública, depois vem saúde, depois veio segurança e educação está bem lá atrás. Por quê? Porque educação foi o ponto alto da administração Marcelo Rangel. É um legado. A pavimentação é aquilo que a gente tem que investir ainda nos próximos anos”.

Foto: José Aldinan de Oliveira

O que deve ser mudado nos próximos quatro anos? O que deve apresentar de diferente que não houve nesses últimos quatro?

“Nós queremos que Ponta Grossa seja uma cidade melhor, maior e mais humana. Com um olhar materno. Por exemplo: nós vamos criar um DPP (Departamento de Parques e Praças) para que a gente possa fazer com que todas as vilas contenham praças e tenham zeladoria, tenham cuidado, tenham um olhar especial, tenham pessoas em todos esses locais para fazer esse trabalho, para trazer para a administração o que está precisando”.

Nesta eleição foram declarados R$ 98.896,00 em bens – todos relativos a contas e dinheiro em espécie. Na eleição de 2016, que a senhora concorreu e ganhou como vice-prefeita, havia a declaração de R$ 1,5 milhão. O que aconteceu nesse tempo? Por que houve essa diminuição?

“Na verdade, essa declaração de 98 mil reais é uma declaração de rendimentos. A declaração de patrimônio continua sendo de 1,5 milhão de reais”.

Há um projeto para fazer a atualização do valor venal de imóveis no seu governo?

“A princípio nós estamos ainda com essa proposta de atualizar gradativamente, pois a população não suporta – ainda mais agora no pós-pandemia – um aumento de IPTU. Então é impossível. A gente sabe da comparação com outras cidades do Paraná onde essa atualização já aconteceu. Estamos atrasadíssimos, mas a princípio eu não estou pensando em fazer isso”.

No plano de governo, a candidata cita a implantação de novo Distrito Industrial Norte. Onde ficaria localizado esse Distrito? No que consiste esse projeto?

“O plano de industrialização do Distrito Norte já existe. Vamos investir na diversificação do nosso parque industrial. Aqui na região norte da cidade tem um amplo campo para que sejam instaladas indústrias junto com a DAF, a Frísia. Nós temos um projeto do primeiro emprego, com desconto de 40% do IPTU no primeiro emprego gerado”.

Ainda em relação ao Distrito Industrial Norte: quais seriam os tipos de incentivos que a Prefeitura daria?

“Em primeiro lugar o desconto no IPTU. Depois com desapropriações ou, como as indústrias já estão fazendo, adquirindo os terrenos”.

Há previsão de uma alteração no zoneamento da área?

“Tenho que confessar que não sei, mas tenho quase certeza de que ali já é uma área industrial”.

A previsão seria incluir no Plano Diretor?

“Penso que já está no Plano Diretor. Porque esse projeto foi apresentado e está em discussão na Câmara. Tem linhas que são específicas para uma ou outra atividade”.

Caso seja eleita, qual deve ser o prazo para aprovação do Plano Diretor?

“Acredito que é importantíssimo que o Plano Diretor seja aprovado este ano. Ele precisa ser aprovado este ano. Se isso não acontecer, no ano que vem tudo fica travado e quem é que vai querer que nossa cidade fique travada? Acredito que nossos vereadores não vão querer isso”.

No plano de governo há a previsão da pavimentação de 200 km de ruas em diversos bairros. A título comparativo, quantos quilômetros foram na última gestão?

“Foram mais de 100 km nos últimos dois anos. Nós queremos dobrar isso. Já estive em conversas com o governador Ratinho, com o secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, para essa possibilidade de avançar ainda mais. Temos de 72% a 75% de pavimentação hoje no município e nós queremos nos aproximar dos 90%”.

E essa pavimentação é asfáltica?

“É pavimentação de todos os tipos e com pedras regulares nas estradas rurais. Por sinal, temos um anúncio importantíssimo sobre isso nos próximos dias”.

De que forma garantir a pavimentação de mais 200 km ainda pagando os anteriores?

“A resposta está no orçamento. A tendência do orçamento é que ele aumente, então a receita aumentando podemos fazer a mesma coisa. Não existe outra forma de se realizar nada na cidade se não acontecer o endividamento. Acredito que seja algo normal. Nós estamos pagando hoje aquilo que o prefeito anterior fez”.

Foto: José Aldinan de Oliveira

Em entrevista concedida nesta semana, o candidato do PSOL, Professor Gadini, citou que Ponta Grossa é a cidade que mais possui cargos comissionados seja no dado proporcional ou numérico. Qual é a resposta a essa colocação?

“Esses cargos fazem parte do processo. Eu vou contratar os cargos comissionados que forem necessários. Parte desses cargos estão ocupados por servidores de carreira, inclusive nosso secretário da Fazenda, Cláudio Grokowski. O nosso compromisso sempre foi de modernização da gestão pública. Vamos continuar por esse caminho, reduzindo sim o número de comissionados ano a ano”.

Dentro dessa redução dos cargos há alguma meta?

“Não fiz meta. Tenho que ver onde é necessário. É uma das minhas primeiras ações depois de eleita. É complexa essa questão. Não me atrevo a dizer metas que não posso cumprir”.

Qual a ideia da candidata para retomar o projeto do Mercado Municipal?

“É um sonho e uma esperança de que essa obra aconteça. Fizemos com transparência, com posicionamento a concorrência ao projeto. Tudo aconteceu. Infelizmente se transformou na maior frustração. Foi frustração para nós enquanto gestão pública e para toda a população. Nós temos prazos de judicialização desse processo. O que eu quero dizer à nossa população é que nós vamos fazer tudo de novo quando acabar esta judicialização”.

Por que optar por terceirizações do Aeroporto, Rodoviária, Arena e Centro de Eventos?

“As concessões permitem que a gente receba por elas e deixam tudo mais fácil e positivo para a cidade. Em todos os lugares que isso acontece há resultado positivo para a população”.

Por que fazer licitações anuais para essas concessões como está no Plano de Governo?

“Na verdade, o secretário Cláudio Grokovski que nos encaminhou para esta situação. Mas, a partir de amanhã, eu vou inserir o novo plano de governo no TRE com a retirada desse ‘anual’. Considerei que realmente é possível fazer essa correção no plano de governo. Acho muito pouco tempo. Quem vai se interessar em fazer algo só por um ano? Nós vamos rever isso”.

Dentro do plano de governo está a retomada da MünchenFest. Como seria o modelo da festa?

“Ainda acredito que a festa tipicamente alemã cabe muito bem no Parque Ambiental. Eu ainda vou discutir isso. Agora, aqueles shows que as pessoas querem tanto que aconteçam, vão ocorrer num Festival de Verão e num Festival de Inverno”.

Esses festivais citados seriam promovidos pela Prefeitura?

“Sempre as promoções da Prefeitura são em parceria. Precisamos encontrar parceiros. É assim na área cultural e turística. A iniciativa privada faz parcerias espetaculares conosco. Tenho certeza de que não será diferente”.

No plano de governo há previsão de investimentos próximos ao Lago de Olarias, ao Parque Linear, na Praça dos Ferroviários. O que seria feito naquela área?

“Queremos fazer uma interligação entre o Parque Linear e toda a área da Rumo, que pertence à Prefeitura, com um espaço gastronômico, espaço de convivência e lazer. Uma passarela vai atravessar ali ao lado do Hotel Barbur até a Praça Gastronômica. Já foi aberta uma rua também que vai ligar o Parque Linear – paralela à Aldo Vergani – ao Lago de Olarias. O objetivo é não ficar só uma alternativa de acesso”.

Foto: José Aldinan de Oliveira

Caso a candidata seja eleita, existe a intenção de manter a gestão do Hospital Materno Infantil (antes Hospital da Criança) com a UEPG?

“Temos grande interesse que isto continue acontecendo. E os recursos de custeio que fazíamos no Hospital da Criança vão ser redirecionados para a UPA Central. Inclusive, o próprio atendimento do Pronto Socorro vai para a UPA Central. Isso quer dizer que vamos poder implantar o Ambulatório Médico das Especialidades (AME), que é um programa do Governo do Estado. O governo vai encampar 100% o Pronto Socorro para fazer esse atendimento de especialidades. Todo o atendimento ali do 26 de outubro vai para lá. Os gastos com o Hospital Municipal vão para as Unidades Básicas de Saúde. Vai ser uma revolução na saúde de Ponta Grossa”.

Questões de entidades

Leonardo Bernardi – Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa
Qual a sua estratégia para reverter o quadro do transporte coletivo em que cada vez menos pessoas fazem uso e, por consequência, a tarifa aumenta?

“O que precisa é que o transporte coletivo preste um bom serviço. Não interessa o número de pessoas que vão usar ou não. Nós temos também a possibilidade de avaliar e fazer audiências públicas para apresentar novamente à Câmara a questão do ‘Tarifa Zero’, que aí soluciona todos os problemas. Principalmente porque nós teremos logo uma nova concorrência”.

Sandra Queiroz – ACIPG
A Prefeitura de Ponta Grossa teve na última gestão problemas sérios com o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. O Plano de Governo contempla uma reestruturação administrativa, alteração no sistema de contratação e plano de cargos e carreiras?

“O Plano de Cargos, Carreiras e Salários é prioridade do meu governo. Enquanto gestora, enquanto Secretária de Recursos Humanos, eu me comprometi com todos os servidores a fazer isso acontecer um dia e penso que é essa a minha oportunidade. Sobre o limite prudencial: nessa última semana nosso secretário participou de uma audiência pública e apresentou que nós já estamos dentro do limite prudencial, abaixo, inclusive, do máximo”.

Gustavo Ribas – Sindicato Rural
Qual o seu projeto para a saúde na área rural? Criar postos? Trazer gente da cidade para atender aqui?

“Todos os nossos distritos já possuem Unidades Básicas de Saúde, mas sabemos de algumas restrições no atendimento por dias e por horários. Precisamos mesmo avançar nesta questão. Precisamos aumentar o número de profissionais”.

Thaís Pius – Ponta Grossa Campos Gerais Convention & Visitors Bureau
Como será a sua política pública em relação ao turismo?

“Vamos precisar fazer a duplicação em relação à verba e investimento da Lei de Incentivo aos Eventos Turísticos. A sinalização turística precisa ser bastante reforçada, principalmente nas rodovias municipais (como Alagados e da Rodovia do Talco), onde precisamos pavimentar. É para isso que vamos lutar. Vamos promover o Salão do Turismo dos Campos Gerais. A inovação dentro do turismo vai acontecer. Queremos vender a cidade para o mundo. Por isso, precisamos fortalecer a marca de Ponta Grossa turística. Isso sempre em parceria com o curso de Turismo da UEPG”.

Considerações finais

“Peço a escolha do meu nome levando em consideração que o que me move é a certeza de que posso fazer diferença na vida das pessoas. As nossas propostas levam em consideração todos os projetos bem-sucedidos nesta gestão. Levamos em consideração a adaptação de projetos e ações que tiveram resultados moderados e a criação também de novas ações, viabilizando que Ponta Grossa seja melhor, maior e mais humana”.

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