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“Ele tem satisfação em ir aos bairros comigo”, afirma Mabel Canto sobre o pai

Foto: José Aldinan de Oliveira

O portal dcmais e o jornal Diário dos Campos iniciaram nesta segunda-feira (26) a segunda rodada de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Ponta Grossa. Por ordem estabelecida em sorteio prévio, Mabel Canto, do PSC, abriu esta série.

A deputada comentou sobre o andamento da campanha nas ruas de Ponta Grossa, a presença do pai, Jocelito Canto, nas visitas, as alterações no plano de governo e respondeu questões pontuais da reportagem e de diferentes setores da sociedade ponta-grossense.

Como está a campanha?

“A nossa campanha é diferenciada porque é muito simples. Não temos muitos recursos, não estamos usando o fundo eleitoral e nem vamos usar. Temos andado nos bairros conversando com as pessoas, com os empresário de nossa cidade e com os setores que querem construir uma cidade melhor para todos os ponta-grossenses. O diferencial é o contato com a população. É uma campanha diferente e que exige cuidados [por causa da pandemia], mas nós temos a sensibilidade de conversar com as pessoas”.

No sua declaração de bens não há declaração de dinheiro em espécie. No entanto, para a campanha, foram destinados R$ 40 mil. Qual a origem desse dinheiro e qual a razão de não estar declarado?

“Ele é de um empréstimo que fizemos agora para a campanha. Precisávamos dar um ‘start’. Eu entendo que recursos como fundo partidário e fundo eleitoral são da população. Não devem ser usados para fazer campanha. A nossa campanha está recebendo apenas ajuda de amigos. Recebemos algumas doações. O Pietro [vice] também colocou um pouco lá”.

A presença do seu pai, Jocelito Canto, nas visitas é apenas uma estratégia eleitoral ou ele vai se manter na administração da Prefeitura?

“Eu tenho dito que vou ouvir a todos e o meu pai é um conselheiro. Já é meu conselheiro na Assembleia e vai continuar sendo. Assim como eu quero ouvir toda a nossa comunidade. Por isso eu vou criar o Conselho da Comunidade. E o meu pai está comigo na campanha porque a gente sempre fez campanha dessa maneira. Sempre fomos aos bairros. Eu sempre acompanhei o meu pai também nas campanhas dele e sempre me ouviu durante as campanhas. Então não é estratégia. A gente anda junto mesmo. Já fazíamos nas campanhas eleitorais dele e ele tem satisfação e prazer em ir aos bairros comigo”.

Foto: José Aldinan de Oliveira

A candidata já tem nomes escolhidos para um futuro secretariado?

“Não tenho nomes ainda. Primeiro temos que ganhar a eleição. Agora, os escolhidos serão pessoas que têm a mesma mentalidade e comungam com nós nesse pensamento de cidade para todos. Acima de tudo: serão pessoas técnicas. Se forem políticas, ótimo. Mas o primeiro requisito é que elas sejam técnicas”.

Na primeira entrevista, a candidata disse que um sorteio de ruas seria mais justo para escolha de pavimentação. Não seria ideal a Prefeitura ter uma prioridade ou definir uma estratégia por questões técnicas?

“Nosso plano de governo não é engessado. Nós adequamos ao nosso plano de governo muitas sugestões que recebemos da população. Aí surgiu a pavimentação. Não estamos prometendo, por exemplo, que vamos fazer 100 quilômetros de asfalto. O nosso governo promete encontrar soluções mais adequadas para cada região da nossa cidade. Primeiro faremos um levantamento de todas as ruas em que as pessoas pagaram pela pavimentação e ainda não receberam. Precisamos ver também qual a pavimentação mais adequada para cada tipo de solo. Verificar também a questão da pedra irregular, que é muito mais barata. Há regiões da nossa cidade que são mais propensas a receber a pedra irregular ou um asfalto não tão espesso”.

Não há mesmo uma projeção de quilômetros de pavimentação?

“Penso que precisamos ir atrás dos recursos evidentemente. Não há recursos em caixa. Tanto é que foi o ‘Finisa’ que fez todo esse processo de pavimentação que estamos vendo. Foram recursos que foram emprestados e que, aliás, serão pagos pelo próximo prefeito. Não podemos dar um número exato. Não estou trabalhando com números exatos porque a situação financeira da Prefeitura é muito difícil. Agora, aquele ‘asfalto amigo’, aquela ‘politicagem’ que fazem para valorizar um amigo que mora naquela rua não pode mais acontecer em nossa cidade”.

Uma das propostas da candidata é usar aplicativos de transporte para reduzir custos na Prefeitura. O que acontecerá com os 59 motoristas concursados?

“O aplicativo vem primeiro para economizar e segundo para dar mais transparência. A população poderá ver pelo site da Prefeitura por onde os nossos servidores estão andando. Já com os motoristas queremos fazer o plano de cargos e salários. Faremos uma readequação de todas as nomenclaturas que existem hoje ali na Prefeitura. Já enviaremos ano que vem para aprovação”.

Foto: José Aldinan de Oliveira

Como pretende trabalhar o ensino integral em seu governo?

“Queremos fortalecer o ensino integral e que o contraturno seja de fato proveitoso. Trabalhar o aluno na sua integralidade. Muitos dos pais que reclamam do ensino integral nos avisam que o filho não quer ficar porque fica o dia inteiro na sala de aula. Convenhamos, ninguém gosta disso. Então, a alternativa que estamos buscando é justamente de dar essa opção para os pais que querem ficar com os seus filhos em casa ou que querem oferecer uma atividade extracurricular fora da escola. Agora, o aluno que quiser ficar o tempo integral vai ter satisfação em ficar. Eu acho até que vai aumentar a demanda, pois vai ser prazeroso para o aluno. Mas fica difícil manter a escola integral e de meio período. Os próprios professores têm nos falado isso. Por isso que vamos ter uma escola em cada região que seja de fato meio período. É para não dar confusão entre o integral e o meio período”.

Na sua proposta do Ceasa, os produtos precisam ser comercializados em uma quantidade que supra a necessidade local?

“Teríamos que ver com os próprios produtores. O pessoal mais técnico entende que sim. Agora vamos ter que trabalhar com estes setores para analisar toda essa questão”.

No seu plano de governo consta que o Ceasa seria nos barracões do antigo IBC. Quem faria essa reforma?

“Temos que buscar recursos, mas temos alguns deputados – entre eles o próprio Aliel Machado – que já se dispuseram a colocar emendas neste sentido. Até porque o Ceasa não vai beneficiar só os produtores de Ponta Grossa. Ele vai beneficiar os produtores de toda a região”.

O que a candidata pretende fazer na área do Distrito Industrial?

“É preciso cuidar também daqueles que já estão aqui e que não foram valorizados nos últimos anos. O Distrito Industrial ficou abandonado. As ruas são intransitáveis, há pouca iluminação e quase nada de segurança. Os próprios empresários tiveram que se mobilizar e contratar uma empresa de segurança. Vamos fazer a revitalização do Distrito Industrial, cuidando da infraestrutura. Vamos ter uma ronda da Guarda Municipal na região”.

Qual sua meta para continuidade de melhorias no Aeroporto de Ponta Grossa?

“Precisamos correr atrás de mais empresas para se instalarem e proporcionarem mais voos para a nossa cidade. Foi uma das coisas boas que esse governo fez. Vamos buscar atrativos, dar condições para que as empresas operem em nossa cidade. O aeroporto é a porta de entrada dos negócios e do turismo. Precisamos manter investimentos lá também”.

Candidata, como oposição no momento, qual o maior acerto da gestão atual?

“Eu gosto da educação da gestão atual. Fizeram boas coisas. Temos que melhorar. Hoje se trabalha com as escolas em ‘tempo integral’. Mas nós queremos trabalhar o ‘ensino integral’. O aluno não pode ficar sentado o dia inteiro. Não podemos ser números apenas. Nós temos que ser 100% em qualidade para o aluno”.

Foto: José Aldinan de Oliveira

Na sua opinião, quem vai para o segundo turno?

“Acho que é muito incerto isso. Acho que eu vou para o segundo turno, né? Estamos trabalhando para isso, mas é uma eleição que está sendo muito disputada. É uma eleição bem diferente. A gente não tem favoritos. É muito importante que o eleitor agora analise bem as nossas propostas, veja quem é de verdade, veja quem já fez algo pela cidade. Tenho dois anos de mandato como deputada e cuidei do dinheiro público. Quando você economiza o dinheiro público, sobra para fazer realmente as prioridades da cidade. Economizei mais de R$ 1,5 milhão que pude destinar para ambulâncias em nossa região, ginásios, quadras… isso é muito importante. Todo político que se preze tem que ser transparente”.

Convidados questionam

Luiz Antônio Scheuer – Conselheiro do CREA
Em relação a estradas rurais, quando houver uma intervenção com conflito com lindeiros, qual a atitude o candidato tomará?

“As estradas rurais são um problema. Há muita reclamação por parte dos produtores e são eles que geram renda para o nosso município, geram empregos, e, por isso, precisam do mínimo: a conservação das estradas rurais. Nós vamos ter duas equipes da patrulha rural com todo o maquinário e com a descentralização do Parque de Máquinas para cuidar especificamente das estradas rurais. Uma delas ficará na região de Itaiacoca, onde há uma demanda muito antiga que precisa ser feita. Os outros distritos também irão receber melhorias com a segunda equipe da patrulha rural”.

Roberto Ferensovicz – presidente do Sindserv
Qual o pensamento da candidata em relação à regionalização do Samu e também à proposta de permanência dos servidores no local em que estão atualmente?

“Há duas coisas que vamos precisar fazer na Prefeitura: primeiro checar como estão os contratos. A questão do Samu está judicializada. Nós temos Samu Regional, Samu Municipal e tudo está misturado. Precisamos saber o que podemos fazer tecnicamente neste sentido. Agora, os servidores precisam saber que vamos valorizá-los. Inclusive, colocá-los no primeiro escalão. Eles têm muita experiência e precisamos usar a experiência deles para construirmos uma cidade melhor.”

Diva Angélica Martins Bueno – voluntária da SOS Bichos
Os Agentes Comunitários de Saúde não poderiam ser aliados na orientação da importância de não deixar animais soltos?

“Com certeza. As agentes já estão nas casas fazendo conscientização de saúde. E esse é um problema de saúde pública. Podemos usar as agentes para essa conscientização. A nossa ideia é que as agentes de saúde tenham um papel fundamental em diversas áreas, pois elas já estão ligadas a essas pessoas até de maneira mais íntima”.

Guilherme Figueiredo – Núcleo do Distrito Industrial
Qual é a proposta do candidato para atratividade de pequenas e médias indústrias?

“Toda pessoa que quiser empreender em nossa cidade terá apoio da Prefeitura. Ela vai receber consultoria e capacitação. Nós vamos trabalhar unidos porque os empreendedores geram mais empregos e renda”.

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