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“A pessoa que está descrente com a política precisa ter esperança”

Foto: Fábio Matavelli

A deputada Mabel Canto esteve nos estúdios do dcmais na tarde desta sexta-feira (20). A candidata pelo PSC respondeu questionamentos elaborados pela redação relacionados às configurações políticas para o segundo turno, possíveis alianças e propostas para diferentes setores.

Na oposição ao atual governo, Mabel apresentou vantagem superior a 10 mil votos no primeiro turno. Com 61.702 votos, ela obteve 37,27% do eleitorado válido na disputa com Professora Elizabeth (PSD), Márcio Pauliki (SD), Professor Gadini (PSOL) e Professor Edson (PT).

O PT divulgou uma nota oficial pedindo votos para a candidata, que publicou um vídeo informando que não negociou e não recebe nenhum apoio do PT. A candidata não quer os votos que foram destinados ao Professor Edson no 1° turno?

“Não é dessa maneira. Nesse dia estávamos no meio de uma reunião e, de repente, fomos bombardeados de mensagens dizendo que estávamos em uma grande coligação de apoio com o PT. E essas mensagens, inclusive, foram disparadas pelos cargos comissionados da Prefeitura e pelo próprio prefeito Marcelo Rangel. O que realmente nos deixou indignados foi a forma de ataque que usaram o apoio do PT. Posteriormente nós conversamos com a direção do PT e eles nos mostraram que foi um indicativo de voto. Recebemos o apoio de toda pessoa que quiser nos ajudar”.

Neste caso, a candidata acha que cabe alguma manifestação legal pela suposta ação de comissionados?

“Estamos já procurando com o nosso jurídico sobre todas as situações que estão acontecendo. Tentaram mostrar uma aliança nossa com um partido que tem uma história e querendo dizer que fazíamos parte desta história que aconteceu”.

A candidata procurou algum outro candidato para ter apoio no 2° turno?

“Temos recebido várias pessoas. Por exemplo: candidatos a vereador, vereadores eleitos. Recebemos apoio ontem do vereador Dr. Zeca e do Rudolf, que acabou não se elegendo, mas é vereador”.

Como receberia um possível apoio do Márcio Pauliki? Acha que esse apoio pode vir?

“Estamos conversando com todo mundo. Não refutamos apoio de ninguém. Estamos agregando pessoas. Se o Márcio Pauliki quiser nos apoiar, entendo que vamos receber também. As pessoas que votaram no Márcio indicam que também querem mudança”.

A cidade teve mais de 20% de abstenção no 1° turno. Acha que esse comportamento seguirá no 2° turno?

“Acho que isso mostra a descrença que as pessoas têm com a política infelizmente. O que eu tenho a dizer a essas pessoas é que olhem o nosso plano de governo. Não temos promessas fantasiosas. Nós representamos uma mudança. A pessoa que está descrente também precisa ter esperança assim como nós temos”.

Se for eleita, quem assume sua cadeira na Assembleia? Isso não prejudicaria a representatividade dos Campos Gerais?

“Na terceira suplência está o Ademir Bier. Mas a titular da cadeira será a deputada Mara Lima. Ela tem lutado muito pelos direitos das mulheres e já me disse que o que precisarmos para o nosso município vai estar à disposição. O próprio deputado Hussein [Bakri] vem trabalhando por Ponta Grossa e é o deputado indicado pelo prefeito Marcelo Rangel. Estaremos abertos a todos”.

A candidata teve recentemente um rompimento com o Governo do Estado, que culminou inclusive na saída do seu pai da emissora da família do governador. Caso seja eleita, como ficaria a relação?

“A relação é institucional. A prefeita e o governador precisam sentar juntos de uma maneira ou de outra para conversar. O que está em jogo é o município de Ponta Grossa e não vaidades políticas. Eu respeito o posicionamento do governador. Tem coisas que eu voto com o governo, tem coisas que não voto. Quando precisa criticar, eu critico; quando tem que elogiar, eu elogio. Mantenho essa postura”.

A coligação da candidata fez cinco cadeiras na Câmara, o que representa 21% do Legislativo. Caso seja eleita, como será a tratativa com a Câmara Municipal?

“Temos muitos amigos eleitos além daqueles que elegemos na coligação. Entendo que são dois poderes distintos e independentes entre si. É bom para a cidade haver um bom relacionamento. A gente espera enviar bons projetos e que os vereadores vejam o quão bom são para governarmos a cidade”.

Uma das vereadoras eleitas é sua irmã Joce Canto. Ela será a líder do seu governo na Câmara?

“A gente não pensou nisso mesmo. Acho que isso é uma construção para depois. Talvez outras pessoas também queiram fazer esta defesa. Sei da capacidade da Joce e que ela poderia muito bem ser líder do governo. Mas a gente vai conversar com todos aqueles que estiverem em nossa base”.

Considerando a pauta feminina que defende, a candidata prevê reservar uma quantidade de vaga para mulheres no secretariado?

“Não digo reservar, pois é ruim falar isso. Mas eu quero que as mulheres estejam participando ativamente do secretariado, das diretorias. Acho importante mostrar essa força que temos. Eu espero que seja metade mulheres e metade homens. Não sei se vou conseguir, mas espero que seja com certeza”.

Uma das críticas que a candidata faz à atual administração é a quantidade de dívidas. Mas, de acordo com o TSE, a candidata gastou mais do que recebeu na campanha?

“Por enquanto temos um saldo a pagar. Estamos esperando entrar uma receita. Temos alguns amigos que se disponibilizaram a fazer uma nova doação, mas estamos aguardando. A nossa previsão é terminar a campanha certinho, em dia”.

O que pode ser feito para melhorar a qualidade do transporte público antes do término do contrato com a VCG?

A nossa proposta é a praça de integração, que é muito do que está sendo implantado neste momento em Ponta Grossa. É bom dizer isso porque esse é um projeto de 2015 que vem de servidores da AMTT. Eles fizeram um projeto piloto no Gralha Azul que foi engavetado e ficou lá durante todo esse tempo. Nós recebemos esse projeto, gostamos e colocamos em nosso plano de governo. Depois que começamos a divulgar, a atual administração resolveu implantar no meio da campanha eleitoral. Que bom! Mostra que já estamos contribuindo com a questão do transporte coletivo. Mas queremos aperfeiçoar isso. O que foi feito agora não tem qualidade. Não é um ponto de ônibus adequado”.

Qual a avaliação da candidata sobre a atual situação da pandemia em Ponta Grossa? Se fosse prefeita hoje, tomaria alguma decisão diferente?

“Hoje, analisando, vemos que fechamos muito antes. As decisões que foram sendo tomadas, principalmente em relação ao comércio deixaram a desejar. Primeiro porque não houve diálogo com o comércio. Simplesmente se impôs os horários, os dias, o que abre e fecha. Isso criou um clima ruim e causou um pouco de confusão na população. Ninguém sabia corretamente os dias e horários de abertura. Não foi uma situação bem desenhada e planejada. Para ser um planejamento bom, precisa acontecer com diálogo”.

Caso ocorra uma segunda onda de covid num possível mandato da candidata, fechamentos estão previstos? Como serão tratadas questões mais impositivas?

“Teremos que manter esse diálogo que não houve aqui em Ponta Grossa. É claro que, se tivermos um surto grande, talvez seja necessário fazer um fechamento, mas precisamos ter certeza do que está acontecendo. Um possível fechamento tem que ser construído porque olhe a quantidade de desemprego nesse período. Saúde é sempre prioridade. Isso é inegável. Mas temos que analisar também os outros pontos”.

A candidata concorda com o retorno das aulas na rede municipal no dia 8 de fevereiro?

“É uma data que está definida e vamos cumprir. Na primeira semana queremos sentar com os profissionais da educação e definir estratégias. O protocolo de volta às aulas tem que ser seguro. Teremos que fazer um diagnóstico de cada aluno. Os professores, diretores e pedagogos vão precisar trabalhar muito unidos”.

A candidata tem a intenção de mudar a obra da UPA Sant’Ana de local?

“Queremos reabrir o Pronto Atendimento ao lado do Pronto Socorro. Nós vamos retomá-lo. Não sou contra a UPA Sant’Ana, mas acredito muito na descentralização dos serviços de saúde. Precisamos de pontos estratégicos na cidade“.

Quais serão as suas três primeiras ações como prefeita?

“O primeiro decreto que quero assinar é o da liberação para autorizar que famílias de nossa cidade tenham água e luz. Ele é uma autorização para que a Sanepar e a Copel possam fazer a ligação para famílias que hoje vivem em áreas ocupadas da nossa cidade. Não é um incentivo à ocupação, mas é dignidade para as pessoas. As outras ações seriam austeridade e rever todos os contratos da Prefeitura, com cortes do que for desnecessário”.

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