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Dívida a curto prazo do Madero reduz 90% após obtenção de R$ 500 mi em ‘crédito’

Foto do fundador e CEO da rede, Junior Durski, que fala sobre a dívida do Madero
Fundador e CEO da rede, Junior Durski, fala sobre a dívida do Madero (Foto: Arquivo DC)

O grupo Madero anunciou na noite de ontem (21) que concluiu o seu “plano de reperfilamento da dívida”, reduzindo mais de 90% da dívida de curto prazo. A conquista foi obtida após a companhia amortizar R$ 100 milhões em dívidas junto a credores financeiros há cerca de um mês e também emitir R$ 500 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), conforme adiantado pelo DC no início de fevereiro.

Em termos comuns, os CRAs são uma espécie de empréstimo. A operação é feita através da emissão de debêntures (“títulos de dívida”) com o objetivo de buscar mais investidores para a operação do Madero – e os obtidos foram os bancos BTG Pactual, Banco do Brasil e Bradesco, além do Itaú Unibanco que que possui a titularidade da 4ª emissão de debêntures da rede de restaurantes.

“Como resultado do reperfilamento, a dívida de curto prazo, que representava 69,1% do endividamento da Companhia, passa a representar apenas 6,3%. A dívida de longo prazo, anteriormente representativa de 30,9% do endividamento, passa a representar 93,7% do endividamento da Companhia”, informa o comunicado do Madero, que pode ser acessa na íntegra através deste link.

O fundador e CEO do Grupo, Junior Durski, também se manifestou sobre a dívida do Madero. “O Grupo Madero sempre contou com a parceria dos bancos, inclusive para o processo de IPO, que estava programado para acontecer em 2021. Quando o mercado fechou, implementamos 3 importantes ações: capitalizamos a Companhia em R$ 300 milhões, obtivemos o registro de Companhia Aberta da CVM, melhorando ainda mais a nossa governança, e imediatamente iniciamos o plano de reperfilamento do endividamento da Companhia, de forma a adequar a nossa estrutura de capital para esperar com tranquilidade uma nova janela no mercado para IPOs a valores alinhados com a expectativa dos acionistas. Continuamos focados no nosso projeto de expansão e na geração de valor no longo prazo”, disse ele.

Justificativa

No mês passado, quando o Madero anunciou a busca pelos R$ 500 milhões dos CRAs, fontes ligadas à empresa afirmaram à reportagem do Diário dos Campos que o recurso era motivado pelo plano agressivo de expansão da marca, que prevê praticamente dobrar o seu total de unidades em quatro anos. 

Devido a isso, vem acumulando dívidas e consequentemente buscando formas de pagá-las sem prejudicar o seu crescimento. “Este montante dos CRAs será direcionado a compras de insumos de produtores rurais agropecuários – o que libera o caixa para outros investimentos e pagamentos”, explicou a fonte ligada à empresa, que ainda está em período de silêncio devido ao seu processo (agora cancelado) de entrada na Bolsa de Valores Brasileira (B3).

As necessidades são duas: a continuação da expansão da rede de restaurantes, já que o Madero possui hoje 262 unidades, mas quer chegar a 500 em 2026, e a renegociação e pagamento de dívidas, feitas principalmente por este projeto de ampliação, que somam R$ 1 bilhão. 

Em novembro o Madero também recebeu um aporte de R$ 300 milhões do fundo americano Carlyle, que detém pouco mais de um terço da empresa (34%).

Investimentos

De acordo com fontes ligadas à empresa, a Cozinha Central, localizada em Ponta Grossa, possui capacidade para atender 500 restaurantes. Como a meta da rede é chegar a este número dentro de quatro anos, a empresa já vem se preparando para investir na unidade ponta-grossense.

“Entendemos a importância de continuar expandindo o negócio. Tanto é, que mesmo nos anos de pandemia abrimos 80 restaurantes: 45 em 2020 e 35 em 2021”, lembrou. 

Em maio de 2020 o empresário Junior Durski, administrador do Madero, anunciou investimentos de R$ 1 bilhão no Distrito Industrial de PG, voltados à construção de uma fábrica de compostagem, uma de containers e de um segundo complexo fabril para atender o aumento de demanda.

Rankings

De acordo com a última edição do Valor 1000, ranking elaborado pela revista Valor Econômico que classifica os negócios pelas suas receitas líquidas anuais, o Madero é a 728ª maior empresa do país e a 75ª maior dentro do comércio varejista. Segundo a publicação, o grupo fechou 2020 com uma receita líquida de R$ 495,8 milhões, por exemplo.

Em Ponta Grossa, dados da Secretaria Municipal da Fazenda enviados ao DC mostram que o grupo é o 6º que mais fatura com serviços na cidade, já que a classificação segue a ordem dos maiores pagadores de ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza).

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