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Desastre ambiental atinge Rio Pitangui em Ponta Grossa

Veículo interrompeu tráfego e havia risco de explosão (José Aldinan)

Técnicos do Instituto Água e Terra (IAT) e da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) deverão ter, nesta quinta-feira (15), a real dimensão das consequências do desastre ambiental ocorrido em Ponta Grossa. Era por volta das 7 horas de quarta-feira (14), quando um caminhão tanque sofreu acidente, na altura do Km 167 da PRC-373, no prolongamento da PR-151. Ao seu tombamento se seguiu o derramamento de parte da sua carga: aproximadamente 58 mil litros de combustível, e um engarrafamento que durou o dia todo.

O caminhão ficou atravessado na rodovia – no trecho urbano chamado Avenida Senador Flávio Carvalho Guimarães – obrigando à interdição da rodovia nos dois sentidos. O Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária Estadual precisaram guardar distância, pois havia o risco de explosão.

Havia dois tanques na carreta. Do primeiro ocorreu o vazamento de 28 mil litros de diesel. Do segundo foram 15 mil litros de etano, 5 mil litros de gasolina e 10 mil litros de diesel, conforme estimativa do 2º GB.

Foi durante a tarde que ocorreu a confirmação, pelos bombeiros, de que o vazamento havia atingido o Rio Pitangui. O rio é a principal fonte de captação de água para o abastecimento de Ponta Grossa. A reportagem do DC contatou a Sanepar, que informou que o acidente “não oferece risco ao abastecimento em Ponta Grossa, pois o ponto onde houve o derramamento do combustível fica depois da captação do Rio Pitangui”.

Análise

O coordenador do IAT em Ponta Grossa, Ivan Loureiro, informou que as ações para conter os prejuízos ambientais eram obrigação da empresa diretamente responsabilizada pelo acidente. “Ainda não sabemos quais as consequências. Nesta quinta-feira (15), pela manhã, vamos ao local fazer coletas para análise. Aí teremos uma constatação material”, disse. Os bombeiros confirmaram que equipes especializadas chegaram ao local com canaletas para reduzir a contaminação de arroios pelos combustíveis.

Tráfego

Era por volta das 18h30, e equipes da concessionária CCR RodoNorte ainda auxiliavam nos trabalhos para retirada do caminhão que havia interrompido o tráfego. Ao longo do dia, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que o trânsito da BR-376 foi desviado na região do Trevo Eurico Batista Rosas, devido ao bloqueio na PRC-373. Ainda assim, um longo engarrafamento se formou. Segundo a CCR RodoNorte, no início da noite o engarrafamento era de sete quilômetros sentido Carambeí-Ponta Grossa e de oito quilômetros sentido Ponta Grossa-Carambeí. Até o fechamento desta edição, não havia previsão de liberação do tráfego.

Captação para a cidade de Tibagi

Por meio de nota, a Sanepar informou que o monitoramento da captação da Sanepar em Tibagi foi intensificado por precaução, embora a possibilidade de reflexos do acidente naquele ponto seja considerado remoto levando em conta a distância (cerca de 90 quilômetros) e a grande capacidade de diluição do rio Tibagi, que é um rio de grande porte.

Além disso, há outras barreiras que contribuem para que o contaminante não chegue até a captação, como o lago da hidrelétrica, que promove diluição extra, e contém neste momento grande quantidade de aguapés (plantas aquáticas). Essas plantas auxiliam na filtração da água e também podem reter fisicamente os compostos, na hipótese de alcançarem este ponto.

“No entanto, a Sanepar segue monitorando o ponto de chegada da água bruta e, na hipótese de identificar qualquer alteração na água, a captação será interrompida imediatamente”, informa a nota.

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