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Demissões da VCG são contestadas na justiça em duas ações

Foto: Divulgação

A notícia de que a Viação Campos Gerais (VCG) demitiu setenta funcionários devido à crise do novo coronavírus provocou surpresa e reações diversas em Ponta Grossa no início desta semana. Ainda na segunda-feira (17) a entidade que representa os trabalhadores da categoria, Sintropas, emitiu uma nota de repúdio afirmando ter sido pega de surpresa e que acionaria o departamento jurídico do sindicato “a fim de tomar todas as medidas cabíveis judicialmente”.

Segundo informações repassadas ao DC na manhã desta terça-feira (18), o Sintropas já abriu um processo judicial pedindo esclarecimentos e notificando tanto à VCG quanto à Prefeitura Municipal, detentora do contrato de concessão da empresa que presta o serviço de transporte público coletivo da cidade. “Não aceitamos de forma alguma essa decisão até porque fizemos, em assembleia, um acordo com a VCG de parcelar salários justamente pra evitar esse tipo de demissão”, destacou a assessoria da entidade.

A Prefeitura de Ponta Grossa enviou uma nota à imprensa na manhã desta terça-feira (18) afirmando que notificou a Viação Campos Gerais para que realize esclarecimentos sobre as demissões. “Além disso, a Prefeitura também questionou a Concessionária quanto a garantia de manutenção da operação do sistema de transporte coletivo após o ocorrido, assim como da possibilidade de revisão do desligamento dos funcionários”, diz o texto.

Em um programa de rádio, o prefeito Marcelo Rangel anunciou que a Prefeitura também foi “pega de surpresa” e deve recorrer à decisão. “Vou entrar na justiça pra defender os trabalhadores e tentar ganhar na justiça, porque não é a prefeitura que proíbe de demitir, existe um setor competente para fazer esse tipo de julgamento que é o poder judiciário”, afirmou o prefeito.

Ele também comparou a situação ao recente caso do anúncio de 747 demissões da fábrica da Renault, na região metropolitana de Curitiba, onde após a empresa anunciar o pacote de desligamentos um esforço conjunto entre o sindicato e o Estado na justiça reverteu a decisão. O DC acompanhou o caso, destacando que, naquela situação, a indústria teria os seus incetivos fiscais analisados devido à lei estadual que diz que apenas empresas que mantenham empregos continuem a receber isenções e descontos de impostos.

Empregos VCG

A VCG informou nesta segunda-feira (17) que demitiu setenta funcionários da cidade devido à crise gerada pela queda de passageiros em virtude da pandemia do novo coronavírus. Segundo a assessoria de imprensa, os colaboradores são de setores diversos, mas “a operação sempre tem peso maior, pois é onde está o maior número de pessoas”. Além das demissões, a empresa também acumula 192 acordos trabalhistas, sendo 133 de redução de jornada e 59 de suspensão contratual – estes, de acordo com a legislação federal, terão estabilidade no seu retorno pelo mesmo tempo em que duraram os acordos.

De acordo com dados da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT) repassados à reportagem do DC, em relação aos veículos utilizados pelo sistema de transporte coletivo de Ponta Grossa, houve uma diminuição de, em média, 196 para 147 circulando em dias úteis e de 168 para 146 nos sábados. Enquanto que em fevereiro foram registrados 2.105.886 passageiros, em abril este número caiu para 859.817 (-59% em relação a fevereiro). “Desde maio houve um aumento gradativo, chegando a 1.097.914 em julho”, informou a AMTT – ou seja, em julho a movimentação de usuários foi 47,8% menor do que a de fevereiro (mês que antecedeu o início da pandemia na cidade).

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