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Defesa alega legítima defesa de Milos; técnico está enquadrado em 4 crimes

Foto: Arquivo DC

A defesa do técnico do Novo Basquete Ponta Grossa (NBPG), Milos Alexander Halsberger, impetrou Habeas Corpus no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) para conseguir a soltura do treinador. Milos está preso preventivamente na Cadeia Pública Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, desde quarta-feira (25) por suspeita de agredir e ameaçar uma ex-namorada. O advogado Renato Tauille julga a ‘preventiva’ desnecessária e afirma que o ex-atleta agiu em legítima defesa.

O posicionamento da defesa tenta explicar as alegações da vítima, que descreveu à Polícia Civil cada uma das ações do treinador de 33 anos na noite de terça-feira (24). A delegada Cláudia Krüger, responsável pela Delegacia da Mulher em Ponta Grossa, afirma que Milos agiu com ‘bastante violência’. O técnico está enquadrado em quatro crimes.

“Ameaça, perseguição, lesão corporal e constrangimento ilegal”, pontua a delegada. A vítima fez solicitação de medida protetiva após o caso. As autoridades e personagens envolvidos também apresentaram mais detalhes, esclarecimentos e versões sobre o crime.

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Inicialmente, as informações obtidas davam conta de que a mulher seria esposa do ex-jogador. Contudo, os dois nunca foram casados e já não estavam mais juntos. Milos contou à defesa que teriam ficado juntos ‘por cerca de um ano’ e que ‘fazia tempo que tinham terminado’.

A residência em que as agressões aconteceram fica no Jardim América, no bairro Estrela, em Ponta Grossa. No local reside a vítima, de 34 anos. Milos e ela não moravam juntos. O treinador mora sozinho em outro local da cidade.

Segundo os relatos da mulher aos policiais, naquela noite Milos teria enviado mensagem à ex-namorada dizendo que pegaria alguns pertences na casa dela. Ele teria chegado entre 19h e 20h.

Agressão e ameaça

Na terça-feira, Milos foi até a casa da ‘ex’ e uma discussão entre eles começou. A partir daí aparecem diferentes versões. A mulher contou em depoimento à polícia que Milos, em posse de uma faca, iniciou as ameaças. Ele teria apontado o objeto mais de uma vez em direção a ela. Na sequência, o agressor teria tentado sufocar a vítima colocando a mão na garganta dela.

A defesa coloca em jogo outra versão. “A vítima tentou investir com uma faca contra ele,
sendo que ele apenas se defendeu. Inclusive ele está com inúmeras lesões nos braços e
pernas”, diz o advogado Renato Tauille.

Foram os vizinhos que ouviram os gritos da mulher e bateram na porta. Foi nesse momento que a vítima teria se desvencilhado do ex-pivô, que tem cerca de 2 metros de altura.

Policiais militares foram acionados e estiveram no local. O treinador não mencionou agressões, enquanto a mulher relatou o fato. Quando os policiais disseram a Milos que seria conduzido à delegacia, ele resistiu e precisou de imobilização.

Cheques e dívida

Na mochila do jogador haviam 11 cheques de R$ 2 mil assinados pela ex-namorada e com a data de terça-feira (24). A defesa afirma que “ele havia emprestado dinheiro pra ela. Ela devia R$ 22 mil reais para ele. De comum acordo ela assinou os cheques, a fim de pagar a dívida”.

Por outro lado, a mulher contou aos policiais e depôs informando que foi obrigada a assinar cada uma das folhas mediante as ameaças.

Diante dos fatos relatados, Milos teve a prisão em flagrante convertida para preventiva pela Justiça em Ponta Grossa. O advogado Renato Tauille entrou com Habeas Corpus no TJPR para reverter a situação. A expectativa é que o desembargador decida sobre a liminar até o final desta sexta-feira (27).

Prefeitura faz blitz sobre violência contra a mulher

A Prefeitura de Ponta Grossa promoveu ontem blitz educativa sobre a violência contra a mulher. A ação foi realizada na região central e contou com a presença da prefeita Elizabeth Schmidt e da secretária da pasta de Segurança, Tânia Sviercoski, além de equipes da Patrulha Maria da Penha, que pertence à Guarda Municipal. Cerca de 300 pessoas foram alcançadas pela blitz.

“É muito importante promovermos ações como essa de divulgação e orientação sobre violência doméstica e os dispositivos disponíveis para acolher essas mulheres em um momento tão difícil da vida, assim como as ferramentas que existem para ajudá-las a sair dessa situação”, declara a prefeita.

Atualmente, mais de 500 mulheres são acompanhadas de perto pelas equipes da Patrulha em Ponta Grossa. “Hoje o Município conta com uma rede consolidada de proteção e atendimento à mulher. E a blitz é essencial para que não só as mulheres tenham ciência dos meios que dispomos para protegê-las, mas também que a população saiba como proceder e a quem recorrer ao presenciar alguma situação de violência”, completa a secretária Tânia.

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