Uma criança de sete anos engoliu uma moeda de R$ 1 enquanto brincava no banho. Socorrida rapidamente pela mãe, a pequena Laura foi levada ao hospital e teve o objeto retirado por meio de uma endoscopia. O caso aconteceu na noite de terça-feira (16), em Ponta Grossa.
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Juliana Inaba, mãe de Laura, é professora de Química da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e concedeu entrevista ao Portal DCmais e Diário dos Campos. A mãe contou que a filha gosta de brincar no banho com potinhos e embalagens de xampu vazias. Naquela noite, ela estava brincando também com a moeda, no momento em que a jogou para cima e caiu na boca. “Como ela já tem sete anos e nunca foi de colocar nada na boca, nem no ouvido ou nariz, não dei muita atenção por ela brincar com a moeda”, disse.
Confira a entrevista:
DC: Você estava junto com sua filha no momento?
Juliana Inaba: Eu estava no banheiro do meu quarto e eu estava ali. Percebi que ela tinha engolido a moeda quando a ouvi chamar “mamãe” com uma voz abafada, pedindo socorro. Ela mesma contou como aconteceu.
DC: Qual foi sua reação?
Juliana: Na hora tentei localizar a moeda, não vi nada e ela gritava. Pensei em fazer a manobra para tentar retirar, mas a moeda de um Real é grande, pesada, ela não vai sair. Então forcei o vômito e ela dizia “tá na garganta, tá doendo”. Ela vomitou, não apareceu nada e ela continuou chorando. Liguei para um médico e ele falou se ela está chorando é porque está respirando, foi para o esôfago e vai ser expelida. Minha preocupação pelo tamanho é se poderia ser expelida. Ele me recomendou que a levasse no hospital, que fosse feito Raio-x para ver onde a moeda estava posicionada. Fomos para o hospital e lá a pediatra avaliou. A moeda estava na diagonal, obstruindo o esôfago.
Laura e Juliana aliviadas após o procedimento de retirada da moeda / Foto: Divulgação
DC: Como a moeda foi retirada?
Juliana: Remoção por endoscopia. A Laura precisou ficar oito horas em jejum para ir ao centro cirúrgico. Foi uma etapa difícil porque tínhamos medo que ela se movimentasse e a moeda saísse do lugar.
DC: Agora, que já passou e a Laura está bem, qual avaliação você faz da situação?
Juliana: Uma grande preocupação, considerar que eu poderia ter perdido minha filha. Se ela estivesse no quarto ao lado, talvez eu não tivesse escutado ela gritar baixinho. A moeda poderia ter ido para a traqueia e tê-la sufocado. Jamais poderia imaginar que ela engoliria algo aos sete anos. É importante saber o que fazer nessas horas. Se a criança está chorando e respirando é porque o objeto está alojado num local seguro. Uma coisa importante que a médica orientou a nunca provocar vômito nesses casos porque pode deslocar o objeto e ter o risco de ir para a traqueia.
O que fazer se meu filho ingeriu um objeto estranho?
De acordo com o Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, em qualquer situação não se deve tentar retirar o corpo estranho com o dedo ou a mão na boca da criança. Isso pode fazer com que o objeto seja empurrado ainda mais e cause obstrução. Veja as dicas do médico Mário C. Vieira:
- Ingestão de um objeto estranho: deve-se levar a criança a um serviço médico para avaliação clínica. Exames radiológicos são capazes de identificar a presença e a localização da maioria dos objetos. A depender do local onde está alojado, das características do corpo estranho e dos sintomas, pode ser indicada endoscopia digestiva alta para sua remoção. Esse é um procedimento realizado sob anestesia geral e, para que seja feito com segurança, é necessário que a criança esteja em jejum por seis a oito horas.
- Ingestão de produtos cáusticos ou corrosivos: é necessário levar a criança imediatamente a um serviço médico para avaliação. Recomenda-se não provocar vômitos ou oferecer qualquer líquido, como leite, suco, água ou alimento, na tentativa de neutralizar o efeito da substância.
- Aspiração de corpo estranho: a conduta varia de acordo com a gravidade dos sintomas. Caso o tamanho seja muito reduzido, é possível que o corpo estranho obstrua parcialmente a laringe ou chegue até algum brônquio, mas sem provocar a interrupção total da passagem de ar até aos pulmões. No entanto, caso o objeto tenha obstruído totalmente a laringe ou a traqueia, há o risco de impedir a chegada de ar aos pulmões e levar à asfixia grave.