No início da tarde desta sexta-feira (5), a Guarda Municipal de Ponta Grossa foi informada por populares sobre a localização de um corpo, em região de mata no Distrito de Uvaia, distante cerca de 27 quilômetros do centro da cidade. Imediatamente, a suspeita apontada foi de que se tratasse do corpo de Marlene Acácio, empresária ponta-grossense desparecida desde dezembro de 2020.
O cadáver, já em estado avançado de decomposição, foi retirado por volta das 17 horas, em local que já havia sido alvo de buscas da polícia, em virtude de terem sido encontrados na localidade alguns dos pertences de Marlene, incluindo seu aparelho celular. O corpo – que agora depende de exame de DNA para confirmar a identidade – tinha roupas coincidentes com as usadas por Marlene na última vez em que foi vista, e foi achado a cerca de 12 metros de profundidade, em uma ribanceira à beira da estrada rural da localidade de Lageado.
Conclusão
A descoberta coincidiu com a divulgação oficial, pela 13ª Subdivisão Policial (13ª SDP) da conclusão do inquérito acerca do caso, indiciando um casal pela prática de homicídio qualificado. Embora o corpo de Marlene ainda não tivesse sido encontrado, no curso das investigações a polícia obteve todos os elementos que apontavam para sua morte.
Os suspeitos foram interrogados nesta semana e optaram por permanecer em silêncio. A motivação: assegurar a impunidade e vantagem de outro crime (do roubo de um cofre cujo conteúdo ainda não pôde ser detalhado), pela ocultação de cadáver, e pelo roubo agravado pelo concurso de agentes e pelo emprego de arma de fogo. Os indiciados permanecem presos à disposição da Justiça.
RELEMBRE O CASO:
Marlene foi vista pela última vez no dia 17 de dezembro de 2020, por volta das 16h00min. Após deixar o seu veículo, em um estacionamento na região central da cidade, ela embarcou no veículo do casal suspeito e, desde, então, nunca mais foi vista.
A versão apresentada pelo casal dava conta de que Marlene se encontrou ex-namorado em determinada região da cidade. Contudo, constatou-se que o encontro nunca aconteceu, e era uma história criada pelos indiciados para atrapalhar as investigações.
Durante as investigação, constatou-se a ocorrência de um roubo ocorrido no final da manhã no mesmo dia do desaparecimento de Marlene. O o crime teria ocorrido no bairro Uvaranas. O boletim de ocorrência só foi registrado após a intimação da vítima pela Polícia Civil.
Neste roubo, o casal que estava na residência, foi rendido por assaltantes que queriam exclusivamente um cofre que seria de um parente por afinidade de Marlene .
Uma das vítimas do roubo alegou que os assaltantes o chamaram pelo nome e que Marlene havia mandado mensagem, pouco antes do roubo, perguntando se ele estaria na residência no horário do almoço (horário aproximado do crime). Segundo esta vítima, Marlene, inclusive, era quem guardava o referido cofre antes dele passar a ser guardado na residência em que ele teria sido roubado.
Apurou-se, no curso de investigação, que Marlene e a suspeita eram muito próximas, mantendo contato intenso, inclusive, em datas próximas ao desaparecimento.
No dia do desaparecimento, constatou-se, inclusive, que Marlene esteve na residência dos indiciados, ocasião em que tomou café da manhã e que, possivelmente, mandou a mensagem para a vítima do roubo perguntando se ela estaria na residência no horário de almoço.
Algumas horas depois, o roubo ocorreu.
No curso da investigação foram coletadas informações contundentes de que Marlene teria, dias antes, repassado informações privilegiadas para a prática do roubo.
No dia 10 de fevereiro de 2021, os pertences de Marlene foram localizados em uma área rural no Distrito de Uvaia, imediações de onde foi encontrado, na tarde desta sexta-feira (5), aquele que deve ser seu corpo. A confirmação se dará por meio de exame de DNA.
Ante todas as evidências, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva dos suspeitos e, na data de 25 de fevereiro de 2021, cumpriu-se busca na residência do casal suspeito, localizada no Jardim Carvalho, ocasião em que foi dado cumprimento aos mandados de prisão preventiva.