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Contratações temporárias estão duas vezes maior neste semestre em Ponta Grossa

Segundo semestre de 2020 já soma o dobro da oferta de vagas temporárias feita no primeiro semestre e no mesmo período de 2019

Foto: Arquivo DC

De julho a outubro a Agência do Trabalhador de Ponta Grossa já ofertou 385 contratações temporárias – o dobro das registradas nos seis primeiros meses do ano e quase duas vezes superior ao mesmo período de 19. De acordo com informações repassadas pelo órgão à reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais, entre os setores que se destacam nessas ofertas estão a indústria e a construção civil.

Apenas em outubro – quando faltam 90 dias para o Natal – foram disponibilizados 51 contratos através da Agência do Trabalhador de Ponta Grossa. Em todo o estado as perspectivas são positivas para quem busca um emprego temporário neste fim de ano: segundo sondagem da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), para recompor o quadro funcional reduzido durante a pandemia, 25,5% das empresas do setor terciário paranaense pretendem contratar temporários neste fim de ano – em 2019 esse percentual era de apenas 8,9%.

A pesquisa aponta que o setor de turismo, que teve as maiores perdas nos últimos meses, tanto em termos de faturamento quanto de empregos, tem a maior perspectiva de contratações temporárias, com 40%. No varejo, 36,1% das lojas devem abrir vagas temporárias e no setor de serviços, 17,6%.

Efetivação

Segundo o resultado da sondagem, as chances do emprego temporário se tornar definitivo também serão maiores esse ano. Isso porque 82,5% das empresas que pretendem contratar temporários têm expectativa de efetivar esses trabalhadores. No ano passado, a oportunidade de efetivação era de 68% e em 2018, de 69,8%. “As efetivações devem ser superiores este ano para repor as vagas perdidas em função da pandemia, sinalizando uma expectativa positiva para a economia em 2021”, indica a Fecomércio PR.

Efeitos da pandemia

Como não poderia deixar de ser, 54,7% dos entrevistados reportaram que a pandemia impactou na decisão de contratação de temporários. Dos empresários que não pretendem abrir vagas neste fim de ano, 54,3% atribuíram tal limitação à crise da Covid-19.

Já entre os empresários que irão contratar, 55,6% declararam que foram influenciados pela pandemia e citaram os impactos em: 68,6% na quantidade de funcionários temporários a serem contratados; 45,7% na efetivação dessas contratações; 37,1% no valor dos salários e benefícios dos contratos temporários; 20% no tipo de cargo ofertado e 8,6% nas exigências como escolaridade e experiência.

Comércio de Ponta Grossa

Apesar de outros setores já terem iniciado as suas contratações temporárias, diferentemente do setor terciário paranaense como um todo, para o presidente do Sindicato dos Lojistas de Ponta Grossa (Sindilojas), José Loureiro, as perspectivas para o comércio da cidade não são tão otimistas. “O que devemos ter é uma reposição das empresas que mandaram funcionários embora e não repuseram o quadro. Um diferencial deste ano é que, enquanto nos outros os trabalhadores tiravam férias em janeiro e tinham que ser substituídos temporariamente, agora não há mais essas férias em aberto”, aponta ele.

Na avaliação do representante dos empresários as contratações dependem da retomada das vendas: “Não vejo muita expectativa de temporários no comércio porque as vendas ainda estão baixas”, diz Loureiro.Segundo outra pesquisa da Fecomércio, divulgada na semana passada, no acumulado de janeiro a agosto todas as regiões do Paraná acumulam queda nas vendas; apesar de a de Ponta Grossa ter a menor baixa (-3,16%), em alguns segmentos, como o de calçados, as vendas caíram 50,88% na região.

Trabalhadores mais afetados pela pandemia

De acordo com dados do Ministério da Economia que apontam o saldo de empregos proveniente da subtração do total de demissões das admissões, em Ponta Grossa os trabalhadores do comércio foram os mais afetados pela pandemia. De janeiro a setembro 623 vagas de emprego formais do setor foram extintas em Ponta Grossa. Na região o resultado é um pouco melhor, mas mesmo assim negativo: foram -209 postos de trabalho, sendo que dos 19 municípios que compõem os Campos Gerais, 10 registraram a perda de empregos no setor.

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