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Conselho alerta para colapso no transporte público de PG

A primeira reunião do Conselho Municipal dos Transportes (CMT) começou, na tarde de quarta-feira (24), com a expectativa de que logo fosse apontada uma estimativa de aumento na tarifa de ônibus em Ponta Grossa. No entanto, durante o período em que os membros do CMT estiveram reunidos, o principal assunto acabou sendo outro: o possível colapso no sistema de transporte público da cidade.

Segundo o presidente do Conselho, Helmiro Bobeck, a Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT) repassou uma planilha e toda a documentação para conferência, sem sugerir um valor para o reajuste da passagem de ônibus. A sugestão deve partir do CMT, dentro de 15 dias. Mas a reunião teve como principal ponto de discussão os vários motivos que vêm tornando o atual sistema progressivamente insustentável.

“Não sou eu quem diz isso, porque eu procurei ficar calado durante a reunião. Foram os vários membros do Conselho que falaram a respeito, preocupados, e eu estou apenas transmitindo o que eles disseram”, comenta Bobeck, revelando o que, segundo ele, é uma questão relevante aos 13 integrantes do CMT.

Bobeck destaca que vem ocorrendo uma constante queda do IPK (Índice de Passageiro por Quilômetro) ao longo dos anos. Somente nos últimos três anos, o Índice passou de 1,71 para 1,59. Significa que, em média, menos pessoas fazem uso dos ônibus, encarecendo os custos para manutenção do sistema. Isso pode ter relação com o aumento no preço da tarifa, que leva os usuários a buscarem alternativas como Uber, automóvel, bicicleta e até caminhada. E então o número de passageiro diminui mais, e a tarifa ainda mais. Esse ciclo vem se repetindo ano após ano, e tenderia a gerar um colapso no sistema.

 

Apontamentos

Segundo Bobeck, dentro de 15 dias, além de uma proposta de valor no reajuste da tarifa, o Conselho deverá encaminhar sugestões aos técnicos da Prefeitura e à Câmara Municipal. Serão apontamentos sobre itens a serem modificados para garantir a manutenção adequada do transporte público na cidade. Entre os itens a serem revistos está a legislação, que atualmente exige um trocador em cada ônibus, mesmo naqueles em que não há necessidade, como na linha Sem Parar. As gratuidades, de acordo com Bobeck, respondem por 33% do sistema, e já representam mais de R$ 1 na atual tarifa. “O Conselho sugere que os políticos tenham ousadia para mudar a legislação. E cobra uma mudança urgente no sistema, como ocorreu há 25 anos com a criação do sistema integrado em terminais”, recorda.

 

Mudanças

A venda irregular de passagens continua ocorrendo, mesmo com o uso da bilhetagem eletrônica, e não existe lei ou fiscalização que impeça a prática. É preciso extinguir horários de ônibus com baixa utilização e mudar rotas para reduzir a quilometragem. Segundo dados repassados pelo CMT, nos últimos anos,a expansão horizontal da cidade, com novos conjuntos habitacionais, significou um acréscimo de 6% na tarifa.

Número médio de usuários cai a cada ano (José Aldinan)

 

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