No Centro de Ponta Grossa está localizado um dos maiores parques público municipais, o Parque Ambiental Governador Manoel Ribas. Ou seria Complexo Ambiental? Ninguém sabe como ou quando, exatamente, surgiu a dúvida.
O fato é que uns chamam de parque e outros de complexo. Por um lado, pode parecer uma questão de baixa relevância. Por outro, trata-se do nome correto do logradouro público. E, será que o parque é “ambiental”? Vamos entender melhor a questão…
Parque Ambiental de Ponta Grossa
O parque foi criado, oficialmente, em 1994, no antigo pátio da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA). Era o local de manobra, parada, estacionamento e manutenção dos trens e vagões.
Não é à toa que, até hoje, a área conta com duas estações ferroviárias (Estação Paraná e Estação Saudade) e um antigo barracão (Estação Arte) anteriormente usados em função das ferrovias. Também está no local a Locomotiva 250, Maria Fumaça, marcando presença.
Governador Manoel Ribas
Na época, o prefeito era Paulo Cunha Nascimento. Em novembro daquele ano, a Câmara Municipal aprovou uma lei curiosa, que dizia: “Fica denominado de Governador Manoel Ribas um dos logradouros desta cidade, ainda sem denominação”.
O prefeito, no mês seguinte, decidiu dar esse nome ao parque que estava sendo finalizado. Assim, em 17 de dezembro de 1994, o Decreto 493/1994 informava: “Fica denominado de ‘Parque Governador Manoel Ribas’ o antigo pátio central da Rede Ferroviária Federal S.A.
Não era ambiental!
Epa, opa, epa… Mas, Parque Governador Manoel Ribas? E o “Ambiental”? É curioso mesmo. Embora uma placa datada de 1996 traga o nome “Parque Ambiental”, o termo “Ambiental” só aparece em agosto de 1997, por força da Lei 5.815. O texto especificava quais elementos construtivos deveriam compor o parque, o que parece ter conferido complexidade ao parque.
Um memorial técnico descrevia quatro componentes, cada um representando um elemento da natureza, subdividindo o parque em quatro praças, cada uma também com um nome:
As quatro praças
Praça da Terra – “representada por uma coluna luminária no centro do Parque Ambiental, denominada de Praça da Terra – Deputado Francisco Sady de Brito”. Trata-se de coluna na cor azul que sustenta um globo.
Praça da Água – “representada pelo espelho d’água, denominada de Praça da Água – Deputado Ari Kfouri”. O espelho d’água foi preenchido com terra em abril de 2012, na gestão do prefeito Pedro Wosgrau Filho.
Praça do Ar – “constituída do símbolo da luminária zodíaco, rosa dos ventos, tridimensional, denominada de Praça do Ar – Deputado Horácio Vargas”. Trata-se da torre amarela, localizada próxima ao atual Shopping Popular (Paraguaizinho)
Praça do Fogo – “representada pelo símbolo da luminária pira olímpica, denominada de Praça do Fogo – Jornalista Lourival Santos Lima”. É a torre vermelha, localizada próxima ao atual Restaurante Popular.
Mas, e o Complexo?
O termo “Complexo Ambiental” aparece pela primeira vez, de forma oficial, a partir de 2011, ainda na gestão de Wosgrau. Naquele ano, a prefeitura destacou melhorias no parque, com inclusão de pista de caminhada, plantio de árvores e instalação de equipamentos. Mais tarde, a Lei Municipal 11.494, no ano 2013, “dispõe sobre a utilização da pista de corrida e caminhada no Complexo Ambiental Governador Manoel Ribas”, já na gestão do então prefeito Marcelo Rangel.
Quem começou com isso?
É difícil precisar como o parque passou a ser chamado de complexo. Uma postagem em blog do então deputado federal João Arruda, em abril de 2009, já mencionava o termo Complexo Ambiental Governador Manoel Ribas. Aparentemente, citava uma matéria publicada pela Agência Estadual de Notícias, cujo link se perdeu. A popularização se deu nos anos seguintes.
Então, qual é o nome?
A questão é jurídica, porque três nomes aparecem em diversos documentos oficiais. Em sua origem, no Centro de Ponta Grossa existe o “Parque Governador Manoel Ribas”, conforme descrito em documento oficial de sua criação, decreto de 1994. Mas, em 1996 o parque recebeu uma placa de metal, que até hoje o define como “Parque Ambiental Governador Manoel Ribas“.
O termo “ambiental” foi reforçado em 1997 por lei municipal e é válido por registrar a divisão do parque em quatro praças. O nome “Complexo Ambiental Governador Manoel Ribas” começou a ser usado depois, em referência à multiplicidade de usos do parque. No final, para a maioria da população, o local é apenas “Parque Ambiental”.
Agora… você sabia que o Parque Margherita Masini, na verdade se chama Complexo Ambiental? Uma história a ser contada outro dia.