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Colocados frente a frente, pai e mãe negam tortura de bebê

A delegada Ana Paula Cunha Carvalho, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) de Ponta Grossa, realizou, na tarde desta quinta-feira (29), um novo interrogatório com o pai do bebê que foi supostamente torturado.

O procedimento se mostrou necessário para que a investigação pudesse fazer comparações entre os depoimentos já colhidos com a mãe e a avó da criança, além de vizinhos, profissionais da saúde e outras pessoas que, eventualmente, tiveram contato com o casal e poderiam colaborar com informações a respeito de como eles vinham tratando o bebê, e sobre a responsabilidade em relação aos ferimentos constatados.

Mesmo diante dos novos questionamentos da delegada, o suspeito negou todas as acusações feitas pela mãe do bebê, segundo a qual o pai é violento, já teria jogado a criança no chão e a chacoalhado violentamente em outras ocasiões.

Diante das negações, a delegada Ana Paula chamou a mãe da criança, que está detida na mesma Cadeia, e a colocou diante do companheiro. “Colocamos os dois frente a frente para ver se surgia alguma informação nova. Mas a versão dele continua a mesma, de que não teria feito nada, enquanto que a mãe insiste que o pai era violento, ao mesmo tempo que diz nunca tê-lo visto espancar a criança”, diz Ana Paula.

O que surpreende a delegada, no entanto, é a frieza do casal em relação ao estado de saúde do bebê. “Eu disse a eles: ‘o filho de você está mal, corre risco de vida’, mas, em nenhum momento qualquer um dos dois perguntou como está o bebê”, contou a delegada.

Nesta sexta-feira (30), ainda será ouvida mais uma enfermeira que atendeu a criança, e na próxima semana a investigação deve ser concluída.

 

No hospital

A criança de seis meses segue internada, em estado grave na UTI do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HURCG), com lesões em diversas partes do corpo e trauma craniano. O pai foi preso em flagrante no dia 21, quando a criança deu entrada no Hospital Municipal da Criança Prefeito João Vargas de Oliveira. A mãe foi detida na última segunda-feira (26), no Hospital. Conforme atestaram exames, o bebê também teve uma fratura em fêmur ainda nos primeiros meses de vida, fato que reforçou a tese de que a criança era vítima de tortura. A família se mudou de Telêmaco Borba para Ponta Grossa há pouco mais de um mês, onde moraram em dois endereços.

Fábio Matavelli
Delegada interrogou suspeito no Presídio Hildebrando

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