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Casos de feminicídio geram comoção e revolta

Casos de feminicídio, tentativas de assassinatos e agressões contra as mulheres, ocorridos ao longo deste ano em Ponta Grossa e região dos Campos Gerais, têm gerado comoção e revolta por parte da população. Somente na última semana, duas mulheres foram vítimas de seus agressores.

Em um dos casos, no município de Ivaí, no dia 29 de outubro, a vítima foi amarrada, teve ácido jogado em seu corpo, foi esfaqueada e entrou em óbito. O suspeito do crime é o marido, encontrado morto com um tiro na cabeça em um hotel de Ponta Grossa, no mesmo dia do crime.

Dias depois, 2 de novembro, uma jovem, de 22 anos, foi agredida com socos e chutes que provocou um AVC pós-traumático. O suspeito é ex-namorado, de 30 anos, preso pela Polícia Civil na quinta-feira (7).

Além desses casos com grande repercussão, outras situações envolvendo violência contra a mulher estão presentes todos os dias nos boletins de ocorrência da Polícia Militar e chegam diariamente até a Polícia Civil e Guarda Municipal.

Preocupados com as situações, um grupo organiza uma caminhada para o próximo dia 15 de novembro para chamar a atenção sobre os casos de violência, em especial, ao da jovem que ainda segue internada após ser espancada pelo namorado.

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), através da Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade da UEPG, iniciou em outubro uma parceria com o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e anexos da Comarca de Ponta Grossa. A ação ocorreu com base em levantamento realizado pelo Juízo de que a maioria das vítimas de feminicídio em Ponta Grossa se tratavam de jovens, estudantes universitárias.

Diante disso, o Juizado da Mulher de Ponta Grossa, reconhecido por desenvolver, através do setor de Serviço Social, ações de prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher na cidade, trará para a UEPG dois dos seus principais projetos: o Maria nos Bairros e o Papo de Homem. As oficinas acontecem nos dias 21 e 22 de novembro. Os horários e salas podem ser conferidos no endereço www.uepg.com.br.

Ivaí

Era manhã do dia 29 de outubro de 2019 quando a Polícia Civil encontrou o corpo de uma mulher amarrada e com sinais de facadas pelo corpo dentro da própria residência em Ivaí. O principal suspeito é o marido, que horas depois foi encontrado morto, com indícios de ter se suicidado.

Dias depois, os policiais civis prenderam um rapaz, de 22 anos, que teria sido contratado para ajudar o suspeito por R$ 1,5 mil. De acordo com o delegado, Luiz Gustavo Timossi, o suspeito alegou que antes das facadas, a moça teria sido bastante torturada, inclusive, com ácido.

"Ele contou ainda que, após ser atingida pelo ácido, a vítima teria gritado bastante e implorado pela vida, por cerca de 10 minutos. No entanto, o produto corroeu a fita que a amarrava e ela teria se soltado. Esse então foi o momento em que ela acabou esfaqueada", relatou. O suspeito teria revelado ainda que a filha do casal também teria presenciado o crime.

Ponta Grossa

Ainda nesta semana, na quinta-feira (7), Polícia Civil de Ponta Grossa cumpriu mandado de prisão contra um rapaz, de 30 anos, suspeito de tentativa de feminicídio ocorrido no último final de semana. O agressor é suspeito de agredir a ex-namorada, de 22 anos, com chutes e socos, no último sábado (2), provocando um AVC pós-traumático. Desde domingo (3), ela está em estado grave na UTI do Hospital Universitário, mas já respira sem a ajuda de aparelhos.

Durante o interrogatório, ele assumiu que teria ido à casa da vítima. "Ele disse que foi motivado por ciúmes e de que houve um desentendimento. Em partes, o suspeito disse que agressões foram acidentes, mas que também agiu motivado pelo sistema nervoso. Por questões técnicas e, como havia necessidade de uma demanda judicial, ele foi liberado naquela data", disse a delegada responsável pelo caso, Cláudia Krüger.

Relembre

No dia 10 de março deste ano, por volta das 3 horas da madrugada, uma jovem, estudante de Direito, de 24 anos, foi morta a golpes de faca pelo então namorado, de 22 anos, dentro da própria casa em Ponta Grossa. Momentos antes, o casal teria discutido em um bar da cidade e a briga se prolongou até a residência da vítima.

A moça chegou a ligar para a Polícia Militar e alegou que estava com medo por conta das ameaças de morte que havia sofrido. Equipes chegaram a se deslocar no endereço, mas não localizaram o rapaz. O suspeito teria retornado à residência da estudante cerca de meia-hora depois, onde desferiu diversos golpes de faca contra a ela. A jovem não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local.

A mãe da vítima, de 60 anos, também levou um golpe na região do pescoço enquanto tentava salvar a filha. Apesar dos graves ferimentos, a mãe conseguiu se recuperar.

Dias depois, o suspeito se apresentou na 13ª Subdivisão Policial (SDP), para prestar depoimento. Após três horas de interrogatório, ele foi preso e aguarda pelo julgamento no presídio Hildebrando de Souza.

 

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