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De 54 casos confirmados, variante Delta matou 18 pacientes

Número de casos pode ser maior, pois apenas parte dos testes positivados para covid é analisada pelo Fiocruz

Foto: José Fernando Ogura

O Paraná registrou 18 óbitos em decorrência da cepa B.1.617 da covid-19, também conhecida como variante Delta. Desde o começo de junho, o estado soma 54 casos confirmados de contágio pela variante.

A última atualização dos casos foi  feita no dia 4 de agosto pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR) por meio do relatório de circulação de linhagens por sequenciamento genômico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O número de casos pode ser maior considerando as amostras que ainda estão em análise e que apenas parte dos casos positivados para covid são aleatoriamente enviados à Fiocruz.

De acordo com a Sesa-PR, o Paraná confirmou a transmissão comunitária da variante, quando o contágio ocorre entre pessoas que estavam no mesmo território, sem histórico de viagem e sem que seja possível identificar a origem da transmissão. Ponta Grossa não confirmou nenhum caso da variante.

Transmissibilidade

Com relação à transmissibilidade, a Sesa diz que ainda não é possível confirmar se a Delta é mais transmissível que as demais, no entanto, pesquisas já mostraram que, enquanto uma única pessoa infectada pode ter espalhado versões mais antigas do vírus para duas ou três outras, com a Delta cada pessoa infectada pode espalhar o vírus para outras seis ou oito.

“Trata-se, portanto, de uma variante mais rápida e eficaz no quesito transmissibilidade. Além dessa questão, existem mutações na Delta que permitem maior adaptação às nossas células e também maior capacidade de escapar da resposta imune”, afirma a professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Elisângela Gueiber Montes, doutora em Ciências Farmacêuticas e especialista em Microbiologia e Imunologia.

No caso da Delta, os sintomas principais são febre, dor de cabeça, coriza e dor de garganta, semelhantes a um resfriado. Segundo a pesquisadora, há menor ocorrência de tosse, perda de paladar e olfato.

“Os sintomas semelhantes a um resfriado comum acabam levando muitas pessoas a não procurarem atendimento e à possibilidade de contaminarem outras, sem saber que estão com covid. É importante realizar os testes de detecção, para estabelecer o diagnóstico o mais breve possível”, alerta Elisangela.

Vacinados

A nova variante, assim como as demais mutações do vírus, também pode ser transmitida por quem já foi vacinado. “Ela é transmitida por pacientes que já foram vacinados, mesmo não sendo agressiva naqueles que foram imunizados”, observa.

A professora destaca que estudos demonstraram que as vacinas apresentaram uma proteção de 90% contra a Delta: “Isso vale também para a imunização contra a variante Gama, antes conhecida como P1, e que predomina no Paraná. Nenhuma vacina protege 100%, por isso a importância do uso da máscara mesmo após a vacinação”.

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