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Casal é preso por matar diarista no Santa Paula

Gisele foi assassinada em junho. Foto: Arquivo Pessoal

A Polícia Civil prendeu na tarde de ontem o casal que teria matado a diarista Gisele Aparecida Alves dos Santos, de 33 anos de idade. Ambos eram conhecidos de vizinhos da vítima, que residia na Rua Angico Branco, no Núcleo Santa Paula. Eles teriam cometido o crime após uma discussão na vizinhança.

Os suspeitos estavam foragidos desde o dia do crime: 24 de junho. No entanto, denúncias anônimas ajudaram a polícia a descobrir o paradeiro do casal. O rapaz de 27 anos e a mulher de 30 estavam escondidos em residência no bairro Contorno. Ontem os policiais foram até o endereço e localizaram a dupla. Ambos tentaram fugir pulando o muro, mas acabaram capturados no terreno ao lado.

De acordo com o delegado do Setor de Homicídios, Fernando Jasinski, os dois estão presos preventivamente e à disposição da Justiça. As investigações sobre o crime ainda estão em curso, mas devem ser finalizadas nos próximos dias.

Motivação

Após ouvir testemunhas e apurar detalhes no local, a Polícia Civil descobriu que Gisele discutiu com dois vizinhos por volta do meio-dia. Logo em seguida chegou o casal. Foi nesse momento que o bate-boca ficou mais intenso, envolvendo, também, um dos filhos da vítima. Durante a discussão, Gisele passou a filmar os envolvidos.

Casal está na 13ª Subdivisão Policial. Foto: Divulgação

Não se sabe ao certo a razão da briga. Testemunhas evitaram se aprofundar no assunto e somente relataram que as duas partes não tinham boa relação.

Após Gisele começar as filmagens, o homem de 27 anos sacou a pistola e atirou duas vezes nas costas da vítima. Ela estava correndo para se esconder dos disparos. Durante a ação, o filho de Gisele – um adolescente de 17 anos – fugiu pulando muros das residências vizinhas.

O autor dos tiros chegou a ir atrás do rapaz, mas não o encontrou. Segundo o delegado, o atirador, supostamente, retornou ao local do crime logo na sequência e teria realizado novo disparo em Gisele, que já estava caída. Foi um tiro à queima-roupa – característico de execução. Os disparos dados acertaram pescoço e clavícula.

Já a companheira do atirador pegou uma vassoura e passou a quebrar os vidros da residência de Gisele para ameaçar a filha da vítima. A menina, de 14 anos, estava abrigada no interior da casa e foi obrigada a ir até o corpo da mãe para pegar o celular de Gisele. Ela teve que entregar o aparelho nas mãos da suspeita. O equipamento, que tinha a gravação da discussão, foi levado pelo casal.

Período sangrento

A diarista Gisele Aparecida Alves dos Santos não foi a única mulher que teve a vida ceifada em junho em Ponta Grossa. Aquele mês ficou marcado por assassinatos contra mulheres. Gláucia Rodrigues Domingues (35 anos), Rosi de Chagas (46) e Rafaela Nascimento Rodrigues (17) também estão na trágica lista.

Apesar do crime cometido contra o sexo feminino, a morte de Gisele não deve se enquadrar como feminicídio. De forma geral a qualificadora é aplicada em casos de violência doméstica ou contra o gênero feminino pela condição de mulher. Ódio, desprezo e a sensação de propriedade sobre a mulher são algumas das características. A motivação do assassinato de Gisele seria alheia à condição de gênero.

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