em

Caminhoneiros avaliam mobilização de 10 dias

Esta quarta-feira (30) foi marcada por uma gradativa desmobilização nas concentrações de caminhoneiros às beiras das rodovias no Paraná, após 10 dias de protestos. Isso foi possível com a presença de oficiais da PRF que, em visita a esses pontos, deram suporte aos caminhoneiros que desejassem encerrar sua participação na paralisação. Isso, aliado ao fato de que os caminhões-tanque voltaram a levar combustíveis aos municípios, fez que a greve perdesse força aos poucos.

No início da tarde, um grupo de caminhoneiros representantes da mobilização realizada em Ponta Grossa e nos Campos Gerais se reuniu em um almoço para debater os resultados da paralisação. Em comum acordo, eles anunciaram o fim da paralisação na região, embora também tenham reconhecido que suas reivindicações não foram atendidas. “Estamos encerrando, não por falta de força, mas porque chegamos a um extremo e, em respeito à população, acreditamos que seja hora. Achávamos que em três dias o governo ia trazer uma solução, mas passados 10 dias, vimos que durante o feriado o governo não faria mais nada”, disse Edilson Edling, em referência ao feriado de Corpus Christi, nesta quinta-feira (31).

Samuel Vieira, que também esteve nos manifestos, lembrou que o protesto não foi só pelos caminhoneiros. “Fui pagar a vacina contra gripe para minha filha, paguei R$ 120. Fui conferir e vi que R$ 56 eram só para impostos. Então, foi um protesto pela melhoria do país, mas queremos pedir desculpas à população pelos transtornos causados, e agradecer o apoio de todos”, acrescentou.

Para Rodney Larocca, caminhoneiro autônomo, os brasileiros perderam uma grande oportunidade de se juntar ao protesto. “O povo ficou muito focado na falta de gasolina e, achando que o protesto ia durar só 72 horas, acabou não aderindo”, disse, lamentando que a redução de impostos reivindicada para gasolina, álcool, diesel e gás de cozinha, só foi atendida, e em parte, no que se refere ao diesel.

 

Mais 30 dias

Um dos porta-vozes do movimento nos Campos Gerais, Edson Borges, esteve na tarde de terça-feira (29) em nova reunião com representantes do Governo do Estado. Segundo ele, não houve novas propostas ao movimento, mas apenas o apelo para que o manifesto permitisse a passagem de combustíveis. “Temos que frisar que, no Paraná, e em especial em nossa região, nunca interrompemos a passagem de veículos com cargas especiais. Mesmo antes do uso do adesivo da Defesa Civil, cargas vivas, com ração, oxigênio e insumos para hospitais tiveram passagem livre”, falou, destacando o comportamento dos caminhoneiros durante a mobilização. Apesar do término dos bloqueios, se o governo não tomar providências sobre as pautas levantadas, o movimento pode ser retomado em 30 dias.

 

Presenças

O encontro dos representantes do movimento nos Campos Gerais aconteceu em uma chácara na região do bairro Cará-Cará, em Ponta Grossa, e também contou com a presença do cartorário e ex-caminhoneiro Valter Sâmara, que ofereceu um almoço ao grupo, em apoio ao movimento. “Eles foram heróis, e são trabalhadores, lutadores, que defendem nosso país. Infelizmente, as pessoas só dão valor a esse trabalho quando eles param. Mas é graças a eles o nosso progresso”, comentou. O presidente da Acipg, Douglas Taques Fonseca e o empresário Tito Fonseca também estiveram presentes no evento.

Grupo considera manifestação encerrada, mas não descarta o retorno de paralisação (José Aldinan)

 

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.