De acordo com o psicólogo e responsável pelo projeto projeto Serviço de Reflexão e Responsabilização (SER), grupo que atende homens condenados por agressão contra a mulher, Luis Renato Berteli, muitos agressores que chegam até ele se consideram inocentes. “A principal questão que nós percebemos é o machismo. Eles enxergam a mulher como uma posse, uma propriedade e não como uma pessoa. Muitos deles se acham inocentese vítimas da situação”, reflete.
Segundo o profissional, eles alegam ainda que agem de forma violenta nos momentos de ‘bobeira’. “Através das rodas de conversas, nósconseguimos mostrar que antes dos episódios de agressão, existiram situações menores de violência verbal e psicológica, por exemplo. E, dessa forma, eles começam a refletir”, aponta.
O projeto SER começou em 2013, em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência contra Mulher, vinculado à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O projeto, que hoje tem como parceiro o Ministério Melhor Viver e recebe o apoio do Poder Judiciário, surgiu através da necessidade de atuar junto dos agressores, já condenados,para refletir sobre os casos de violência. Ao todo, 175 homens, entre 20 e 40 anos, já passaram pelo grupo.