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A experiência de Ponta Grossa no combate às queimadas do Pantanal; veja imagens

“Foi a maior experiência profissional da minha carreira”. Esse é o resumo de quem participou da missão de combate às queimadas no Pantanal. Com 24 anos de corporação, o Sargento Erivelton, do 2° Grupamento dos Bombeiros, viveu 15 dias de trabalho intenso e que deixaram marcas que vão além da atuação profissional. Ele esteve ao lado do Sargento Padilha representando Ponta Grossa na incumbência de salvar um pedaço significativo do Brasil.

“Já saí em outras missões dentro do Paraná, onde aprendi muito também. Mas essa foi a primeira missão fora do estado, trabalhando junto com outras instituições e compartilhando técnicas de trabalho. Foi um período de grande aprendizado. Muito do que vemos teoricamente nas instruções anuais eu pude vivenciar na prática”, expõe Erivelton.

O Sargento esteve na segunda missão paranaense no Pantanal. Ele e outros 34 militares partiram no dia 7 de outubro para o Mato Grosso do Sul. Durante duas semanas a base da cidade de Corumbá serviu como ‘casa’ para Erivelton.

“De lá éramos enviados para as missões. Fiquei responsável por um caminhão auto bomba que acompanhava as missões por terra”, recorda.

Logo no primeiro dia, o bombeiro passou pelo que chama de ‘livramento’. Em 8 de outubro um helicóptero da Força Nacional caiu no Pantanal. A aeronave seria usada como transporte pelo ponta-grossense no dia seguinte.

“Foi um misto de tristeza e de alívio. Eu e mais cinco companheiros iríamos com essa mesma aeronave nos juntar à equipe que combatia na região. Depois do acontecido, o nosso deslocamento foi cancelado e fomos designados para outra missão”, relembra Erivelton.

Dois dos ocupantes sobreviveram, mas o comandante Renato de Oliveira Souza, de 55 anos, morreu na madrugada desta terça (27) – 19 dias depois do acidente. Ele era agente da Polícia Civil do Distrito Federal.

Para o Sargento Erivelton, o momento trágico faz a memória remeter às pessoas mais próximas. “No momento que comunicaram a queda do helicóptero lembrei das inúmeras mensagens de amigos e familiares que estavam rezando por nós. Foi um livramento”.

O sofrimento no Pantanal é além da emoção humana. O militar do 2°GB recorda o instinto animal de luta pela sobrevivência. “Me chamou a atenção ver o sofrimento dos animais em busca de água. Em qualquer área alagada, por menor que fosse, sempre tinha vários animais. Havia mamíferos, aves, répteis. A água era muito disputada por eles”, relata.

Sucesso da missão

Apesar dos percalços, os paranaenses cumpriram as metas designadas no Pantanal. “Logramos êxito em todas as missões. Alegria de ver os santuários ecológicos que conseguimos proteger”, comenta Erivelton.

De acordo com relatos da corporação, as queimadas na região até são comuns, mas o fogo é contido de forma rápida quando há mais ambientes alagados no Pantanal. “O grande problema deste ano foi o aumento das temperaturas e o atraso da temporada de chuvas. Isso fez com que essas áreas alagadas quase desaparecessem, o que favoreceu para a propagação do fogo”, explica.

Contato humano

O sucesso atingido não se limitou à satisfação própria dos sargentos Erivelton e Padilha. A contribuição levada para o Pantanal terminou com o agradecimento da população local.

“Emocionante receber o abraço e as mensagens de carinho e de agradecimento da população, principalmente dos ribeirinhos. Eles vinham com lágrimas nos olhos agradecer. Foi emocionante”, recorda o representante do 2° Grupamento.

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