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Rostos e histórias por trás dos empregos criados no Paraná

Foto: José Fernando /AEN

Por trás do recorde de empregos gerados pelo Paraná no primeiro trimestre de 2021 há muitos rostos e um punhado de boas histórias. Gente que aproveitou a retomada da economia do Estado para voltar a ter a carteira profissional assinada. Ou usou a turbulência gerada pela pandemia da covid-19 para se reinventar.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão vinculado ao Ministério da Economia, 78.484 paranaenses conquistaram um posto de trabalho nos primeiros três meses do ano: 25.351 em janeiro, 41.626 em fevereiro e 11.507 em março. Foi o melhor resultado do Estado para o período desde 2004, ano que dá início à série histórica.

É também um dos melhores desempenhos do País, atrás apenas de São Paulo (253.460), Minas Gerais (108.109) e Santa Catarina (87.127), e repete a tendência de alta verificada no ano passado, quando o Paraná abriu 52.670 vagas – o segundo melhor resultado do País, com apenas 380 contratações a menos do que Santa Catarina.

Enredos que se misturam e tornam a celebração pelo Dia do Trabalhador, neste sábado (1º), ainda mais significativa. A engenheira civil Juliana Janoski Zandoná, de 31 anos, é uma dessas milhares de admissões mapeadas pelo Caged. Encerrou o ciclo na antiga empresa em dezembro do ano passado e, em fevereiro, já estava de casa nova, devidamente contratada pela construtora londrinense A.Yoshii. Tudo tão rápido que nem deu tempo de tirar do papel o sonho de empreender.

“Foi das melhores coisas que poderiam ter acontecido. A demissão acabou revelando aspectos positivos. Às vezes precisamos dessas viradas de chave. Me sinto feliz e realizada novamente”, contou.

A construtora tem empreendimentos em Curitiba, Londrina, Maringá e Campinas, e está com a plaquinha de “contrata-se” pendurada no muro. São 795 vagas, entre diretas e indiretas, projetadas para 2021. Cerca de 75% para o Paraná (595). Gente para encorpar o atual quadro de 2.100 colaboradores. “O mercado está aquecendo de volta. Vejo o cenário como superpositivo para a construção civil”, afirmou a engenheira.

A avaliação é referendada pelos dados do Caged. Com 11.603 contratações no Paraná de janeiro a março, o setor está entre os destaques do período, acompanhado da indústria geral (23.917); informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (16.479); e comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (12.160).

Volta dos sonhos

O sentimento da engenheira é compartilhado pela auxiliar de produção Bruna Maria de Oliveira de Lima, 24 anos. A mensagem do setor de RH da Neodent com a confirmação da contratação pingou na caixa de e-mail em março. Motivo para sorrir após um período de serviços temporários.

“Queria trabalhar na indústria porque fiz o curso de mecânica básica e gosto muito da área. Agora, com carteira assinada e estabilidade, posso pensar na casa própria, no carro”, disse.

Ao lado dela, a também auxiliar de produção Natalina dos Santos Oliveira, de 32 anos, sorri de canto de boca ao ouvir a amiga falando. Se reconhece na história. A formalização do contrato, contudo, veio um pouco antes, em novembro de 2020, após um longo inverno de quase seis meses desempregada.

“Estava desesperada porque o seguro-desemprego iria acabar. Eu apostei nessa chance. É minha oportunidade de realizar sonhos, de terminar minha faculdade”, disse. Ela está no terceiro ano do curso de gestão em produção industrial.

A Neodent confirma o bom momento da indústria paranaense. A empresa especializada em implantes dentários está em expansão. Foram 300 pessoas contratadas desde o ano passado e a expectativa de agregar mais 200 funcionários até o fim deste ano a um conjunto que já soma 1.600 profissionais.

Para o CEO do grupo empresarial, o suíço Matthias Schupp, reflexo do aumento das exportações para Estados Unidos e Europa, além da abertura de novos mercados, como o da Rússia. A Neodent está presente atualmente em 60 países. “Temos tudo aqui e um orgulho muito grande de ser de Curitiba e do Paraná. Há uma sinergia muito grande, pessoas educadas e profissionais muito competentes”, destacou o CEO.

Mudanças

A recuperação do mercado de trabalho no Paraná permitiu à coordenadora de Produção Ana Carolina Resende, de 33 anos, fazer escolhas. Trocou em abril a estabilidade de nove anos na antiga empresa por um novo desafio, desta vez na curitibana Jasmine Alimentos. “Estou empolgada e muito feliz com essa oportunidade. Chance de crescer e inovar”, afirmou.

Karine Franco Roseno, coordenadora de RH da indústria, explica que o volume de vendas da Jasmine aumentou em 20% nos últimos meses, o que permitiu à empresa recrutar novos colaboradores. Estima-se um aumento de 10% no quadro de profissionais, que conta com 300 pessoas atualmente. “As pessoas aproveitaram a pandemia para se alimentar melhor, o que justifica o crescimento”, disse.

Agências do Trabalhador

O Paraná liderou o ranking do Sistema Nacional de Emprego (SINE), com 21.717 trabalhadores com carteira assinada colocados no mercado de trabalho pelas Agências do Trabalhador no primeiro trimestre de 2021. Os dados são da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério da Economia e levam em conta empregos intermediados.

“Baixei o aplicativo Sine Fácil e, na sequência, já consegui agendar um horário na Agência. Escolheram uma vaga de acordo com o meu perfil, marcaram a entrevista e fui contratada na sequência”, afirmou Karine.

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