Mesmo com um leve atraso no plantio devido ao excesso de chuvas, as lavouras de soja se mantêm em boas condições nesta safra. A expectativa é que até o final de novembro, toda a área já esteja semeada na região. O fenômeno El Niño, previsto para 2018, contribui para uma boa expectativa de produção. “As quebras de safra são mais comuns nos períodos de seca”, disse o chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Marcelo Garrido.
No Paraná, a área da soja na safra 2018/19 está estimada em 5,45 milhões de hectares, sem grandes variações com relação ao ano passado. A estimativa de produção é de 19,6 milhões de toneladas, 3% maior do que na safra anterior, o que representa uma recuperação na produtividade.
Conforme levantamento da Seab, na safra 17/18, a região dos Campos Gerais colheu 2.136.618 toneladas do grão. Para a safra 18/19, a estimativa é colher praticamente a mesma quantidade, chegando a 2,15 milhões de toneladas.
A produtividade também deve ficar parecida à da primeira safra 17/18. Nesta safra, a expectativa é que se produza 3.750 quilos por hectare, contra 3.726 na safra passada.
Este cenário semelhante ao da primeira safra 17/18 deve-se, segundo o economista do Deral, núcleo regional da Seab em Ponta Grossa, Luís Alberto Vantroba, ao fato de o estado não ter mais fronteiras agrícolas. “Basicamente, todas as áreas possíveis de serem trabalhadas já estão ocupadas; o restante é área de reserva ambiental. Assim, não tem como expandir a produção de soja, a não ser que diminuam as áreas destinadas ao cultivo de milho e feijão”, esclarece.
Segundo o economista, a estabilidade do preço durante todo o ano e o fato de ser uma das culturas mais produtivas faz com que a soja seja sempre grande aposta dos produtores. “Além disso, a produtividade esperada também é semelhante com a primeira safra 17/18 porque é uma cultura que se adapta bem às intempéries”, afirma.
Mercado
A saca de 60 kg estava sendo comercializada, no final de outubro, a R$ 77, preço 28% maior do que o registrado no mesmo período de 2017. No começo de novembro, os preços variavam entre R$ 73 a R$ 75. “A soja é mais suscetível ao mercado internacional que outros grãos. O preço caiu um pouco nos últimos dias – já alcançou patamares de R$ 83 a saca – devido à queda do dólar e a baixa na Bolsa de Chicago”, finaliza o economista.