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Produção de hortaliças cresce 80% em dez anos no Paraná

Além de soja, milho e trigo, o Paraná também se destaca no cultivo das hortaliças. Em 10 anos, a produção da olericultura no Estado cresceu 82%, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Foram 3,12 milhões de toneladas em 2017, ante 1,71 milhão de toneladas em 2007. Os dados do ano passado estão sendo contabilizados.

As principais culturas produzidas são batata, mandioca, repolho, tomate, alface, cebola, cenoura e beterraba. Esses oito alimentos representam 73% do total produzido da olericultura paranaense que, em 2017, registrou um Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de R$ 3,29 bilhões, ou 3,39% do VBP do Estado.

O bom desempenho das culturas, segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador, se deve a vários fatores, como organização dos produtores, investimento em novas tecnologias de manejo e apoio do Governo do Estado. “Damos assistência técnica aos 399 municípios paranaenses, acompanhando o agricultor em suas demandas, na escolha de produtos e nos cuidados com o solo”, afirmou Salvador.

ASSISTÊNCIA – Parte desse apoio do Estado é prestado pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) por meio do Projeto Olericultura, que tem como metas organizar a produção e os produtores de hortaliças; incentivar o cultivo de alimentos seguros, sem agrotóxicos; promover a geração de renda para agricultores; e colaborar com a comercialização dos produtos por meio de pesquisa de mercado e canais de comercialização.

Quase 15 mil produtores rurais são atendidos pelo projeto no Estado. “A nossa expectativa com esse trabalho é grande, porque estamos produzindo alimentos cada vez mais limpos e com menor impacto ambiental possível, gerando ainda mais renda para o agricultor”, disse o coordenador de olericultura do regional de Curitiba, João de Ribeiro Reis Junior.

Ele ressaltou, também, que outra frente do projeto é incentivar o Sistema de Plantio Direto em Hortaliças (SPDH), uma técnica que minimiza os processos erosivos do solo. “Com esse método, conseguimos recuperar a fertilidade da terra utilizando práticas conservacionistas, como terraceamento, curvas de nível, rotação de cultura e uso de plantas de cobertura como adubos verde que, ao se decomporem, fornecem de forma natural nutrientes para o solo”, disse.

PARCERIA – O produtor Bruno Schules, 32, de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), é um dos agricultores que trabalham com olericultura no Estado e recebem atendimento da Emater. Ele planta alface americano, alface roxa e couve-flor em sua propriedade de um alqueire. Por semana, são produzidas 300 caixas de alface e 30 de couve-flor.

Em parceria com os técnicos do município, Schules está desenvolvendo um novo projeto de plantio direto para a sua propriedade, onde vive com sua esposa e duas filhas pequenas. Hoje, ele utiliza o plantio na palha, uma técnica que consiste em colocar palha no solo e fazer o plantio em cima dela. “Com a implantação do plantio direto proposto pela Emater, vamos conseguir conservar ainda mais o solo Será possível plantar por 10 ou 12 anos sem a necessidade de revolvê-lo”, disse. “Sempre que precisamos do apoio e auxílio dos técnicos da entidade eles estão disponíveis para nos ajudar”, acrescentou.

ABRANGÊNCIA – A área cultivada com hortaliças no Paraná gira em torno de 123,5 mil hectares. As regiões Sul e Norte do Paraná são os principais polos do Estado. O volume produzido no Sul foi 2,11 milhões de toneladas (63% do total paranaense), seguido pelo Norte, com 652,7 mil toneladas (26%).

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