Setor que mais gerou empregos neste ano no estado, a construção civil é um dos segmentos que menos tem sofrido com a crise gerada ela pandemia do novo coronavírus.
De acordo com levantamento mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná foi o estado que teve a menor alta no custo médio por metro quadrado no período de um ano: de julho de 2019 a julho de 2020 o crescimento foi de 1,03%, com o valor chegando a R$ 1.292,52 não considerando a desoneração da folha de pagamento das empresas de construção civil.
Considerando a variação do ano, a porcentagem do Paraná foi a segunda menor do país (0,51%), atrás apenas do Distrito Federal (0,19%) e na diferença mensal empata com Roraima (0,07%) no ranking dos menores encarecimentos da média de custo da construção de um metro quadrado.
Apesar da maior estabilização de preços a nível nacional o estado ainda possui uma média maior que a brasileira, calculada em R$ 1.267,75. Por regiões, no último mês a maior média de valores, de acordo com a pesquisa do IBGE, foi encontrada no Sudeste (R$ 1.327,81), que é seguido de perto pela região Sul (R$ 1.327,44). Na sequência, figuram o Norte (R$ 1.268,90), o Centro-Oeste (R$ 1.259,90) e o Nordeste (R$ 1.173,31).
Regiões do estado
O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil do IBGE tem seus resultados divulgados apenas por estado; dentro do Paraná o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) é subdividido em quatro regiões, que apresentam mensalmente o Custo Unitário Básico (CUB).
Este índice determina o custo global da obra, traçando um parâmetro comparativo à realidade dos custos e servindo como mecanismo de reajuste de preços em contratos de compra de empreendimentos em construção.
O CUB classifica os valores por padrão de acabamento e número de pavimentos e, segundo o representante do Sinduscon em Ponta Grossa, Helmiro Bobeck, a maioria das obras pertence à classe R8 (residencial padrão). Nela, os maiores valores são encontrados nas regiões Oeste/Cascavel (R$ 1.531,03) e Norte/Londrina (R$ 1.504,68), e os menores na Central/Curitiba/Ponta Grossa (R$ 1.495,83) e Noroeste/Maringá (R$ 1.296,87).
“Em Curitiba o preço do metro quadrado é maior que o nosso porque não tem mais terra pra construir; aqui tem muita terra e isso faz com que o preço fique mais baixo. O mercado de Ponta Grossa é um dos mais baratos do estado dado o grande número de obras, concorrência e formas de trabalho”, garante Bobeck. “Temos itens como tijolo e areia em abundância por aqui, diferente de outras regiões”, complementa.
Para ele, a estabilização de preços no Paraná se deve à oferta. “A construção civil continua funcionando no estado, gerando empregos, e antes da pandemia já existiam muitos contratos efetivados”, destaca o representante regional do Sindicato.
Composição do preço
O Custo Unitário Básico (CUB) regional do último mês foi composto por 57,96% mão de obra, 37,3% material, 4,48% despesas administrativas e 0,27% equipamentos.
Segundo o diretor da loja Base Forte, Nasser Bazzi, desde janeiro o preço dos materiais de construção disparou, diferentemente dos últimos dois anos, quando não houve grandes alterações. “No Paraná o preço não mudou tanto porque o mercado estava ruim e o pessoal teve receio de reajustar”, justificou ele.