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Agência Espacial desvenda mistério sobre peça que teria caído perto de PG

Foto registrada pelo casal que encontrou a peça na zona rural de São Mateus do Sul

O pedaço de metal que caiu do céu e atingiu a zona rural de São Mateus do Sul, a 120 km de Ponta Grossa, é de fato um lixo espacial no Brasil. A constatação partiu da Agência Espacial Brasileira (AEB), que coletou dados e estudou a peça por cerca de dois meses.

De acordo com o portal RDX, de São Mateus do Sul, um técnico da Agência Espacial Brasileira (AEB) esteve na propriedade rural, no dia 18 de março, para analisar o destroço. Ele pesaria cerca de 600 kg.

O fragmento havia sido encontrado na localidade de Água Suja. O proprietário da área, João Ricardo Portes, percorria a plantação de erva-mate quando se deparou com a peça de metal. A partir de então, ele acionou autoridades e o local em que a peça caiu ficou isolado.

Segundo a Agência Espacial, o procedimento para devolução já começou. “Foi iniciada a elaboração de um relatório sobre sua a caracterização [da peça] como derivado de um artefato espacial, bem como indicação de providências aplicáveis, de acordo com a legislação vigente sobre o tema”, publicou a Agência Espacial nesta semana.

“O Tratado sobre Exploração e Uso do Espaço Cósmico prevê que o Brasil deva identificar, com a máxima prontidão, o dono do artefato”, complementa.

País de origem

O comunicado da Agência não revela a qual empresa/país pertence o lixo espacial encontrado no Brasil. Mas, conforme o órgão nacional, é possível descobrir o Estado lançador pela ONU, que “tem o registro de todos os objetos espaciais. No caso do Brasil, o registro de objetos espaciais é gerido pela AEB”.

Conforme o decreto n. 71.989, de 26 de março de 1973, em caso de identificação de um determinado artefato espacial que tenha retornado à Terra em território brasileiro, esse deve ser restituído ao país que realizou o lançamento.

Falcon 9

O objeto que gerou esse lixo espacial no Paraná seria o segundo estágio do Falcon 9, lançado em 19 de dezembro do ano passado da Base da Força Espacial dos EUA em Cabo Canaveral, na Flórida, levando  à órbita o Satélite Geoestacionário Turksat 5B. O Falcon 9 pertence à SpaceX, de Elon Musk.

Após cumprir sua missão, o foguete permaneceu em órbita da Terra até o dia 8 de março, quando reentrou em nossa atmosfera às 04:36 da madrugada, cruzando os céus de Santa Catarina e Paraná. 

De acordo com a Bramon (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), São Mateus do Sul fica justamente na região de reentrada do foguete na Terra. Este processo de ‘retorno’ foi visto no céu do Paraná no dia 8 de março.

Uma análise detalhada das imagens mostra algumas semelhanças entre o objeto encontrado em São Mateus do Sul e a tubeira do motor Merlin 1D utilizado no segundo estágio do foguete Falcon 9 da SpaceX. As semelhanças entre o foguete de Elon Musk e a peça que está no Paraná são apontadas na imagem abaixo. Elas estão na solda das emendas e nos buracos de rebites que podem ser visto nos dois objetos.

Créditos: Jocimar Justino / BRAMON

Outro ponto interessante dessa peça, conforme a Bramon, é que ela é feita de uma liga de nióbio e titânio, que garante à estrutura uma resistência adicional às altas temperaturas, o que explicaria o fato dela ter resistido à reentrada atmosférica.

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