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Interrupção de abastecimento afeta cerca de 340 mil pessoas

Rio Pirapó sobe 10 metros, inunda unidade da Sanepar e paralisa captação de água para Maringá.

Cerca de 85% da população maringaense (340 mil pessoas) devem sofrer com a falta de água nas próximas 48 horas. Interrompido desde ontem, após a inundação da unidade de captação da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), no Rio Pirapó, o abastecimento deve ficar suspenso por mais dois dias. “A expectativa é que, na manhã de sexta-feira, tenha início o bombeamento de forma gradativa. A normalidade só entre sábado e domingo”, explica o gerente regional da companhia, Frederico Cuba.

Para que tudo ocorra dentro da previsão, é necessário que o nível do Pirapó baixe, ao menos, mais dois metros nas próximas horas, possibilitando o início da operação de troca do sistema de bombeamento. Com as chuvas de segunda-feira, principalmente, na região de Apucarana, na bacia do rio, o nível subiu dez metros, deixando as quatro bombas e parte da adutora de transporte de água bruta (também danificada) submersas. “Nunca vimos algo parecido em 35 anos”, afirma Waldemir Durante Júnior, gerente de Bacias Hidrográficas do Pirapó, do Instituto das Águas do Paraná, que visitou o local e constatou o prejuízo. “É um trabalho complicado e demorado”, destacou.

De acordo com a Sanepar, quando técnicos tiverem acesso às bombas, elas devem ser retiradas e transportadas até Londrina, onde uma empresa fará o trabalho de secagem, em processo de cerca de 12 horas. Só depois elas poderão ser instaladas e ter início o bombeamento. “Devemos começar o processo na quinta-feira, madrugada de sexta, com uma bomba. Os equipamentos são potentes, e nossa estação tem capacidade de tratar 1.440 litros, por segundo. A maior dificuldade vai ser equilibrar a rede, que está seca. Por isso, a parte mais baixa da cidade deve iniciar o abastecimento mais rápido”, ressalta Cuba.

Caminhão-pipa

Ontem, representantes da prefeitura e da Sanepar, discutiram ações para amenizar a falta de água nestes dois dias. Ficou definido que a companhia deverá dobrar o número de caminhões-pipa (de quatro para oito) para atender situações emergenciais, como hospitais e postos de saúde. Além disso, a prefeitura deve apresentar, hoje, uma lista de poços artesianos que serão liberados para captação de água pela população. “A maioria das pessoas não notou a falta, pois as caixas d’água residenciais ainda estavam cheias. Mas nos próximos dias será necessário economizar o máximo possível”, adverte Cláudio Parizotto, da Defesa Civil.

A maior preocupação de especialistas é a ausência de um “Plano B” em casos semelhantes ao atual. “Se pensarmos que 85% da população depende da captação do Pirapó, estamos dizendo que se algo ocorrer com ele, quase toda a cidade terá que conviver com o racionamento de água”, alerta Waldemir Júnior.

 

Divulgação/Sanepar
As quatro bombas instaladas na casa de máquinas ficaram submersas; painéis eletrônicos também foram atingidos.

 

 

Com rachaduras, prédio é interditado

Ontem pela manhã, dia seguinte à chuva que deixou rastro de destruição e alagou pontos da cidade, a Defesa Civil de Maringá interditou um prédio na região central e parte da via. De acordo com o gerente de Prevenção e Risco, Cláudio Parisotto, o imóvel que abriga a Ordini Presentes e Hotelaria, na Avenida Governador Parigot de Souza, no trecho entre as avenidas Brasil e Carneiro Leão, já apresentava rachaduras desde a sexta-feira, quando foi solicitado a vistoria. “Em comum acordo com moradores e com os proprietários, ficou definido que eles seriam transferidos para um hotel, porque o prédio apresentava rachaduras grandes, provenientes de algum vazamento ou infiltração, e que aumentavam com rapidez. Pode ser reflexo da rede de esgoto, ou de captação da água pluvial, não temos como saber”, explica.

Segundo Parisotto, no domingo, novas rachaduras se formaram na parte inferior do imóvel. “Por isso, a necessidade de esvaziar o prédio”, destaca.

Além do imóvel, a via também foi fechada e o tráfego interrompido. Técnicos da Sanepar e engenheiros contratados pelos proprietários do imóvel avaliam a área para descobrir onde ocorreu o vazamento que seria responsável pelas rachaduras.

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